Ataque de Onça no Pantanal: Entenda Caso do Peão Ferido

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Um incidente chocante de ataque de onça no Pantanal marcou o dia 4 de outubro, quando o peão Flávio Ricardo do Espírito Santo, de 28 anos, foi surpreendido por uma onça-pintada. O ocorrido no Pantanal do Paiaguás, região de Corumbá, Mato Grosso do Sul, mobilizou equipes de resgate e trouxe à tona questões sobre a convivência entre humanos e a vida selvagem. Acompanhe os cinco pontos essenciais para compreender o episódio.

O Ataque e o Desafiador Resgate

Flávio retornava de uma jornada de manejo de gado na fazenda onde trabalhava quando o inesperado aconteceu. Ao se aproximar de uma carcaça, montado a cavalo, ele foi repentinamente atacado pela onça-pintada. Em um momento crucial, o peão conseguiu acionar um colega através de um rádio comunicador. A complexidade do resgate foi acentuada pela localização remota da área, demandando um esforço coordenado que só foi concluído por volta das 22h do mesmo dia, com o auxílio fundamental de um helicóptero do Exército, que garantiu o transporte da vítima.

O incidente sublinha os perigos inerentes às atividades no bioma, onde a vida selvagem e o homem compartilham o mesmo espaço. O ataque exigiu uma resposta rápida e eficaz de equipes especializadas. Mais detalhes sobre o evento foram reunidos para oferecer uma compreensão completa, detalhando a dinâmica do incidente e os fatores que contribuíram para o desfecho da ocorrência. Para entender plenamente o que aconteceu com Flávio Ricardo, exploramos cinco aspectos-chave.

O Relato da Vítima e as Lesões

Durante o atendimento dos médicos do Corpo de Bombeiros, Flávio detalhou a sensação do ataque: “Senti um tapa muito forte nas costas”. Este impacto resultou em ferimentos significativos. O peão sofreu lesões na cabeça, na perna esquerda, além de cortes nos braços e mãos, e arranhões em outras regiões do corpo. Apesar da extensão e da gravidade aparente das lesões, ele permaneceu consciente, orientado e com seu estado de saúde estável, o que foi crucial para o sucesso do resgate e tratamento inicial.

Recuperação Hospitalar e Um Amuleto Inusitado

Após o resgate, Flávio foi internado na Santa Casa de Campo Grande, onde recebeu os cuidados médicos necessários por um período de doze dias. Sua recuperação foi satisfatória, culminando na alta hospitalar em 15 de outubro. No dia seguinte, 16 de outubro, ele pôde retornar a Corumbá, acompanhado de sua esposa, Sandra Coelho da Silva. Um detalhe curioso de sua recuperação foi a remoção, durante a cirurgia, de uma garra da onça que havia ficado cravada em sua perna esquerda. Esse objeto, antes símbolo do ataque, foi guardado por Flávio como um amuleto pessoal.

Análise de Especialistas sobre o Comportamento do Felino

Para desmistificar o ataque e entender o comportamento da onça-pintada, especialistas foram consultados. Rogério Cunha de Paula, coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (ICMBio), esclareceu que a ação do felino foi uma reação defensiva. Segundo ele, a aproximação de Flávio a uma carcaça – uma fonte de alimento para o animal – atuou como um incentivo negativo para a onça. O ataque não visava matar, mas sim repreender a aproximação indevida. As marcas de arranhões, sem mordidas profundas ou lesões que indicassem predação, confirmam essa interpretação. O biólogo Henrique Abrahão Charles complementa que ataques defensivos geralmente ocorrem em três cenários: defesa de filhotes, acasalamento ou proteção de alimento. A situação vivenciada por Flávio se encaixa no último caso. Organismos como o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (ICMBio), representados por profissionais como Rogério Cunha de Paula, frequentemente abordam esses incidentes em seus estudos, buscando entender as interações entre a vida selvagem e os humanos para a conservação das espécies e segurança das populações locais, conforme amplamente discutido em publicações sobre o tema como as da Organização Mundial de Conservação (WWF).

A Raridade dos Ataques de Onça-Pintada no Brasil

O incidente envolvendo Flávio é considerado raro. Segundo o biólogo Henrique Abrahão Charles, este foi apenas o oitavo ataque de onça-pintada registrado no Pantanal nos últimos vinte anos, e o segundo no Mato Grosso do Sul em 2025. O outro caso notificado em 2025, ocorrido em abril, foi mais trágico: o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, foi morto por uma onça. Especialistas, entretanto, classificaram esse episódio como predatório, diferente da ação defensiva que Flávio enfrentou. Rogério Cunha de Paula apontou que a prática de “ceva” – atração de animais com alimento – pode ter sido um fator contribuinte no caso de Jorge Ávalo, aumentando a habituação do animal aos humanos e alterando seu comportamento natural. Em contraste, o encontro de Flávio teria sido uma reação imediata à transgressão do limite de tolerância do felino à proximidade de sua caça. Globalmente, os grandes felinos apresentam índices de ataque variando de zero a cinco por ano, evidenciando a raridade desses eventos envolvendo onças-pintadas.

O caso do peão Flávio Ricardo do Espírito Santo oferece uma rara janela para compreender os complexos encontros entre a atividade humana e a vida selvagem no Pantanal. Os desdobramentos, desde o ataque e resgate heroico até a recuperação e as valiosas análises de especialistas, destacam a importância de conscientização sobre o comportamento animal para garantir a segurança de todos. Este tipo de ocorrência, apesar de infrequente, serve como lembrete constante dos desafios e da rica biodiversidade presente nas vastas regiões brasileiras.

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Crédito da imagem: Arquivo pessoal