Os arquivos Epstein recém-divulgados pelos membros do Partido Democrata no Congresso americano adicionaram os nomes do bilionário Elon Musk e do Príncipe Andrew, irmão mais novo do rei britânico Charles III, à lista de figuras proeminentes associadas ao criminoso sexual Jeffrey Epstein. Estes novos documentos representam mais um desdobramento na longa investigação sobre as atividades ilícitas do financista, falecido em custódia policial em 2019.
As informações, cedidas ao Comitê de Supervisão da Câmara dos EUA pelo espólio de Jeffrey Epstein, trazem à luz diferentes conexões. Entre os dados mais notáveis, consta a indicação de que Elon Musk teria sido convidado a visitar a ilha particular de Epstein em dezembro de 2014. Paralelamente, um registro de voo de maio de 2000, detalhando uma rota de Nova Jersey para a Flórida, menciona o Príncipe Andrew entre seus passageiros.
Arquivos Epstein: Elon Musk e Príncipe Andrew em Novos Documentos
Ambas as figuras, Elon Musk e o Príncipe Andrew, foram procuradas para comentar sobre a aparição de seus nomes nestes novos documentos. Em manifestações anteriores sobre as alegações ligadas a Epstein, o Príncipe Andrew sempre rechaçou veementemente qualquer má conduta. Da mesma forma, Musk havia afirmado previamente que, embora convidado, ele havia recusado o convite para a infame ilha de Epstein. Tais pronunciamentos, no entanto, são novamente colocados sob o escrutínio público com a revelação destas informações adicionais.
Este conjunto de registros, o terceiro lote de documentos produzido pelo espólio de Epstein, foi divulgado parcialmente e contém uma variedade de materiais. Conforme a descrição dos Democratas no Comitê de Supervisão da Câmara, a documentação abrange registros de mensagens telefônicas, cópias de registros de voos e manifestos de aeronaves, extratos financeiros, bem como a agenda diária de Epstein, fornecendo um vislumbre das atividades e contatos do financista.
Além de Musk e do Príncipe Andrew, os documentos também incluem referências a outras personalidades importantes. Nomes como o empreendedor da internet Peter Thiel e Steve Bannon, que atuou como ex-assessor do ex-presidente dos EUA Donald Trump, aparecem nas menções. Em uma entrada datada de 6 de dezembro de 2014, um lembrete sugere a possível visita de Musk à ilha, com a questão “isso ainda vai acontecer?”.
A presença do Príncipe Andrew em um voo é registrada em 12 de maio de 2000, de Teterboro, Nova Jersey, para West Palm Beach, Flórida, junto com Epstein e sua então colaboradora Ghislaine Maxwell. Maxwell foi subsequentemente condenada em 2021 por conspirar com Epstein em crimes de tráfico sexual. Adicionalmente, trechos censurados de outros registros apontam dois pagamentos para “massagens” em favor de um “Andrew” nos meses de fevereiro e maio do ano 2000. Apesar de documentos da família real britânica e reportagens da época confirmarem as viagens do Príncipe Andrew aos EUA nessas datas, a identidade do “Andrew” mencionado nesses recibos não é explicitamente confirmada.
Registros do Palácio de Buckingham de 11 de maio de 2000 indicam que o Príncipe Andrew estava em Nova York para um evento da Sociedade Nacional para a Prevenção da Crueldade contra Crianças, com seu retorno ao Reino Unido em 15 de maio do mesmo ano. Além desses detalhes, os arquivos mostram um almoço agendado com Peter Thiel em novembro de 2017 e um café da manhã planejado com Steve Bannon para 17 de fevereiro de 2019. O fundador da Microsoft, Bill Gates, também é mencionado com planos provisórios para um café da manhã em dezembro de 2014, com Gates tendo declarado em 2022 que o encontro com Epstein foi um “erro”. É crucial notar que não existem indícios nos documentos de que as pessoas citadas tinham conhecimento das supostas atividades criminosas pelas quais Epstein seria posteriormente julgado e condenado.

Imagem: g1.globo.com
Jeffrey Epstein foi detido em julho de 2019 sob acusações de tráfico sexual e tirou a própria vida em uma cela de prisão em Nova York em agosto de 2019, enquanto aguardava o julgamento. Antes disso, em 2008, ele já havia selado um acordo judicial com promotores após denúncias de que havia molestado uma garota de 14 anos em sua residência em Palm Beach. Para aprofundar seu conhecimento sobre o cenário legal e político envolvendo figuras públicas e suas implicações, uma fonte confiável como a BBC, oferece cobertura detalhada sobre casos internacionais complexos.
Sara Guerrero, porta-voz dos Democratas no Comitê de Supervisão da Câmara, fez um apelo público à procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, para que mais arquivos relacionados a Epstein fossem divulgados. “É preciso ficar claro para todos os americanos que Jeffrey Epstein era amigo de alguns dos homens mais poderosos e ricos do mundo”, afirmou Guerrero, reiterando a busca por justiça para as vítimas e sobreviventes. Os Republicanos no comitê, por outro lado, criticaram os Democratas por “colocar a política acima [do interesse] das vítimas” e prometeram liberar o conjunto completo de documentos em breve.
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A contínua revelação dos arquivos de Jeffrey Epstein mantém viva a discussão sobre as complexas redes de influência e os detalhes de seus crimes, expondo nomes de destaque mundial e alimentando o debate público e político sobre justiça e responsabilidade. Para acompanhar as últimas novidades e análises aprofundadas sobre esses desdobramentos, continue explorando a editoria de Política em Hora de Começar.
Foto: Getty Images via BBC
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