Anavitória Lança ‘Claraboia’: Álbum Intimista e Búcolico

As artistas Ana Caetano e Vitória Falcão, que formam a aclamada dupla Anavitória, surpreenderam o público e a crítica com o lançamento de “Claraboia”, o quinto álbum de estúdio autoral. Disponibilizado sem aviso prévio na noite de terça-feira, 16 de setembro, o trabalho apresenta um total de 20 canções, mergulhando os ouvintes em um universo particular, distanciando-se das paisagens urbanas que caracterizaram projetos anteriores.

Desde 2013, Ana Caetano e Vitória Falcão trilham uma trajetória singular no cenário musical brasileiro. A dupla, formada oficialmente em 2014 em Araguaína (TO), no Tocantins, demonstra uma capacidade notável de inovar e reinventar sua sonoridade a cada novo projeto, sempre com a sinceridade e a leveza que se tornaram suas marcas registradas. Este novo álbum reitera a vocação das artistas para explorar diferentes atmosferas líricas e melódicas.

Conforme observado pelo cantor e compositor Rubel, que colabora na canção “Isso é Deus”, este novo trabalho pode ser caracterizado como um disco bucólico, emanando um autêntico “cheiro de mato”. Esta abordagem o diferencia claramente de seu predecessor, o álbum “Esquinas” (lançado em 2024), que se situava em cenários urbanos e apresentava letras com uma densidade que contrastava com o canto suave da dupla. Em

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, as artistas optaram por um refúgio interior, tanto no sentido poético quanto na execução prática, gravando o disco em uma casa alugada na cidade de Paranapanema (SP), no interior paulista.

O Universo de Claraboia: Imersão Criativa no Interior

A gênese de “Claraboia” ocorreu de forma orgânica e profunda. As cantoras se recolheram em uma casa na zona rural de Paranapanema, transformando uma sala em um estúdio caseiro, carinhosamente apelidado de “Claraboia Paranapanema”. Foi nesse ambiente de imersão coletiva que as 20 faixas ganharam vida, com as gravações ocorrendo entre fevereiro e abril de 2025. A produção musical foi orquestrada por Gabriel Duarte, Janluska e Pegê, trio já conhecido por seu trabalho no álbum “Esquinas”, o que justifica a observação de Rubel sobre “Claraboia” ser um “irmão” do disco de 2024 pela continuidade artística.

Essa vivência no interior de São Paulo não apenas influenciou a atmosfera do álbum, mas também deu origem a uma das canções, batizada de “Paranapanema”. A faixa se destaca por incorporar um suingue atípico na sonoridade habitual de Anavitória, evidenciando a experimentação e a liberdade criativa que permearam todo o processo. A autenticidade desse período de gravação ressoa em cada melodia, solidificando o conceito de um álbum genuinamente introspectivo.

Faixas e Colaborações Marcantes de Claraboia

Embora a chegada de um álbum com 20 canções possa parecer surpreendente em uma era dominada pela velocidade e fragmentação do conteúdo, como a do TikTok, “Claraboia” demonstra uma fluidez que desafia essa percepção. As faixas se desenrolam de forma envolvente, sem parecer excessivamente longas. Muitas delas, como “Submarinos” e “Spokane”, são concisas, com menos de dois minutos de duração. Há, inclusive, uma faixa-vinheta de apenas 29 segundos, “17/02/2023”, que apresenta vocais sobre uma base que remete à cadência de um samba, demonstrando a versatilidade da dupla.

Dentre o repertório autoral de “Claraboia”, a canção “Rua dos Abacateiros” emerge como um dos grandes destaques, sendo poeticamente descrita como um delicado relicário. O disco mantém um tempo de delicadeza, adornado por uma estética lo-fi. Essa característica é bem exemplificada em “Olhar pra você”, composição de Bruno Berle, que a interpreta ao lado de Anavitória, em mais uma colaboração que enriquece a tapeçaria sonora do álbum. O panorama da indústria musical brasileira, por exemplo, frequentemente reflete a evolução sonora e estratégica de grandes artistas, conforme aponta análises de mercado musical.

Imagem: Mauro Ferreira via g1.globo.com

Claraboia Tour: A Essência Acústica da Dupla

Junto ao lançamento de “Claraboia”, Anavitória anunciou sua nova turnê, que levará o mesmo nome do álbum. A “Claraboia Tour” promete uma experiência íntima de voz e violão, em total sintonia com o tom desnudado e a sinceridade das canções presentes no novo trabalho. A rota pelo Brasil tem início previsto para 27 de fevereiro, em Jaraguá do Sul (SC). Este formato acústico dos shows é o cenário ideal para canções como “Aza”, “A lua que minha cabeça tá” e “Estátua de mármore” revelarem sua pureza lírica e melódica, conectando diretamente com o público.

O encerramento do disco, na faixa-título “Claraboia”, é particularmente significativo. Composta por falas e diálogos, sobre uma base sutil de piano, a faixa celebra a experiência e o processo de imersão criativa que envolveu as artistas e os produtores. Este desfecho ressalta o caráter íntimo, sincero e honesto do álbum, deixando claro que em “Claraboia”, Anavitória alcançou exatamente o destino almejado, consolidando um trabalho de arte pessoal e verdadeiramente autêntico.

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Em resumo, “Claraboia” representa um mergulho profundo de Anavitória em suas raízes e na autenticidade da sua expressão musical. O álbum é um convite para o ouvinte acompanhar a dupla em sua jornada por paisagens sonoras bucólicas e reflexões sinceras, com uma sonoridade delicada e cheia de significado. Para aprofundar a compreensão sobre os bastidores da vida artística e o impacto cultural, nossa editoria de Celebridade oferece análises exclusivas sobre as figuras que moldam o cenário nacional, garantindo que você esteja sempre por dentro das últimas notícias e tendências no universo do entretenimento.

Crédito da imagem: Lívia Rodrigues / Divulgação