Amapá solicita antídoto para metanol preventivamente

O Governo do Amapá solicitou preventivamente antídoto para metanol ao Ministério da Saúde (MS), apesar de não haver registros da substância tóxica no estado. A iniciativa foi tomada devido ao crescimento do número de ocorrências em outras unidades federativas do país, indicando um aumento da preocupação com intoxicações. A requisição formal foi enviada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) na última sexta-feira, dia 3 de maio.

A medida preventiva adotada pelo governo amapaense reflete um cenário nacional de vigilância. O Ministério da Saúde informou, em levantamento divulgado no último domingo, dia 5 de maio, um total de 225 notificações em todo o Brasil. Esse número abrange casos suspeitos e confirmados, além de óbitos relacionados à intoxicação por metanol. Deste montante, 16 casos foram oficialmente confirmados, enquanto os outros 209 seguem sob investigação das autoridades sanitárias.

Amapá solicita antídoto para metanol preventivamente

A Secretária de Saúde do estado, Nair Mota, enfatizou a importância da ação, declarando que, embora a situação ainda não tenha chegado ao Amapá, o governo já se prepara. “Isso já está acontecendo em vários estados da federação e, claro, pode chegar ao Amapá. Por isso, já estamos preparando todos os protocolos orientados pelo Ministério da Saúde para lidar com possíveis envenenamentos”, afirmou a secretária, reforçando a estratégia proativa.

Diante do aumento dos casos, o Ministério da Saúde estabeleceu uma Sala de Situação. Essa equipe multidisciplinar é encarregada de monitorar as ocorrências em tempo real e coordenar as ações emergenciais necessárias em nível nacional. A sala congrega representantes de importantes pastas ministeriais, incluindo Saúde, Justiça e Agricultura, além da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e diversos conselhos nacionais de saúde. Essa composição visa uma abordagem integrada e eficaz frente à crise sanitária.

Paralelamente, a Polícia Federal (PF) está engajada na apuração de possíveis desdobramentos criminais. As investigações buscam verificar se organizações criminosas estariam envolvidas na adulteração de bebidas alcoólicas, um dos vetores de contaminação por metanol. Para fortalecer a vigilância, o Ministério da Saúde distribuiu, na terça-feira anterior, dia 30 de abril, uma nota técnica a estados e municípios brasileiros. O documento orienta para a notificação imediata de qualquer caso suspeito da intoxicação.

O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a relevância dessa determinação para uma detecção precoce. “Essa determinação é para que possamos identificar mais rapidamente não só o que está acontecendo no estado de São Paulo, mas também possíveis intoxicações em outros estados do país, a partir de comportamentos clínicos e epidemiológicos anormais”, explicou o ministro, evidenciando o objetivo de uma resposta mais ágil e abrangente.

A linha de investigação primária da Polícia Civil sugere que o metanol, uma substância com venda legal restrita e que teria sido introduzida no país por contrabando, estaria sendo empregado por fábricas clandestinas. O uso ilícito envolveria a higienização de garrafas falsificadas ou reutilizadas, resultando na contaminação das bebidas envasadas. Para informações adicionais sobre os riscos à saúde pública decorrentes de substâncias tóxicas, consulte fontes oficiais como o portal do Ministério da Saúde sobre intoxicações exógenas.

Prefeitura de Macapá Emite Alerta

A capital Macapá, seguindo as diretrizes de prevenção, teve sua prefeitura, através da Secretaria Municipal de Vigilância em Saúde (SMVS), emitindo um alerta à população sobre os perigos da intoxicação por metanol. A substância pode ser encontrada em bebidas alcoólicas ilegais ou falsificadas, além de compor a formulação de combustíveis e solventes. A SMVS reforçou a necessidade de atenção aos sinais e sintomas da intoxicação.

Sintomas e Gravidade da Intoxicação por Metanol

De acordo com a SMVS de Macapá, os sintomas variam significativamente dependendo do tempo transcorrido após a ingestão da substância. Nas primeiras seis horas, podem ocorrer sonolência, tontura, dor abdominal, náuseas, vômitos, confusão mental e taquicardia (batimentos cardíacos acelerados).

Entre 6 e 24 horas após a exposição, o quadro pode evoluir para sintomas mais graves, como visão embaçada, sensibilidade à luz (fotofobia), dificuldade em distinguir cores, convulsões e, em estágios avançados, coma. Nos casos mais críticos, a intoxicação por metanol pode resultar em cegueira definitiva, insuficiência renal aguda, estado de choque e, infelizmente, pode levar à morte do indivíduo afetado.

Tratamento e Medidas Preventivas Cruciais

A orientação fundamental é que qualquer pessoa que manifeste sintomas incomuns após consumir bebida alcoólica deve procurar atendimento médico de emergência imediatamente. O tratamento para a intoxicação por metanol pode incluir diversas intervenções, como hidratação venosa, correção do pH sanguíneo (para neutralizar a acidez), administração de antídotos específicos e, em situações extremas, a realização de hemodiálise para auxiliar na eliminação da toxina do organismo.

Casos suspeitos devem ser prontamente notificados. A população é encorajada a registrar tais ocorrências no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), sob a categoria de Intoxicação Exógena. Adicionalmente, as informações devem ser comunicadas ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), por meio do e-mail cievs.semsa@gmail.com. É de suma importância fornecer detalhes como o tipo de bebida consumida, o local da compra e se outras pessoas também a ingeriram. A prevenção é a melhor ferramenta, sendo fortemente recomendado evitar o consumo de bebidas que não possuam rótulo, lacre ou selo fiscal de identificação e procedência.

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A atenção redobrada das autoridades e a colaboração da população são essenciais para combater a crescente onda de intoxicações por metanol no Brasil. Este artigo detalhou as ações do Amapá e do Ministério da Saúde para mitigar os riscos e alertar sobre os perigos da substância. Continue acompanhando as notícias em nossa editoria de Cidades para mais atualizações sobre saúde e segurança pública.

Foto: Matheus Landim/GOVBA