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Aluno com Síndrome de Tourette é agredido em escola de Santos

Um aluno com Síndrome de Tourette foi violentamente agredido por um colega dentro de uma escola estadual em Santos, litoral de São Paulo, na última segunda-feira, 29 de janeiro. O estudante, de 12 anos, que também possui diagnóstico de ansiedade, foi atacado e perdeu a consciência, em um incidente que sua família classifica como resultado […]

Um aluno com Síndrome de Tourette foi violentamente agredido por um colega dentro de uma escola estadual em Santos, litoral de São Paulo, na última segunda-feira, 29 de janeiro. O estudante, de 12 anos, que também possui diagnóstico de ansiedade, foi atacado e perdeu a consciência, em um incidente que sua família classifica como resultado de bullying recorrente e de uma suposta omissão por parte da instituição de ensino.

A agressão ocorreu especificamente nas dependências da Escola Estadual Zulmira Campos, situada em Santos. De acordo com informações fornecidas pela família da vítima, a escalada de violência teria começado após o aluno, portador da Síndrome de Tourette, relatar à professora que o colega agressor havia danificado um trabalho escolar de sua autoria. Esse grave episódio gerou uma série de acusações por parte dos pais do menino contra a administração da escola, intensificando a discussão sobre a segurança e a necessidade de medidas preventivas eficazes contra a violência em ambientes educacionais, sobretudo quando envolvem estudantes com necessidades especiais.

A seriedade da situação em Santos, bem como as preocupações em torno da resposta institucional, ganham novos contornos à medida que detalhes sobre o caso emergem. Este tipo de ocorrência sublinha a urgência em promover ambientes de convivência escolar mais seguros e em assegurar a proteção integral de todos os alunos. O pai do garoto agredido, Denys da Silva Pereira, expressou profunda indignação com a conduta da Escola Estadual Zulmira Campos. Ele acusou a instituição de omissão em duas frentes: primeiro, por supostamente não ter providenciado o socorro médico imediato para seu filho após a agressão; segundo, por não ter adotado as providências cabíveis em relação ao estudante agressor. Conforme o depoimento do pai, o colega já apresentava um histórico de comportamentos violentos e problemáticos na escola, sugerindo que o ataque de 29 de janeiro não se tratou de um evento isolado.

Aluno com Síndrome de Tourette é agredido em escola de Santos

O caso de lesão corporal foi registrado na Delegacia da Infância e da Juventude (Diju) de Santos. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou o prosseguimento das diligências para que os fatos sejam devidamente esclarecidos. Informações mais detalhadas, contudo, foram preservadas, conforme o que dispõe a lei sobre a proteção da identidade de menores envolvidos em investigações policiais e processos judiciais. O incidente de

violência escolar

teve lugar na tarde de uma segunda-feira, 29 de janeiro, especificamente na Avenida Afonso Schmidt, localizada no bairro Castelo.

O boletim de ocorrência descreve a sequência dos fatos: após a vítima informar à professora sobre o dano ao seu material escolar, ela se dirigia de volta à sua carteira quando foi surpreendida e agredida. O agressor desferiu uma série de socos no rosto do menino, seguidos de diversos chutes. Mesmo após cair ao chão, a vítima continuou a ser chutada até perder completamente a consciência, conforme registrado no documento policial que detalha o ocorrido. Este ato de violência expôs o grau de periculosidade presente em uma discussão que rapidamente se tornou um ataque físico.

Os responsáveis pelo estudante agredido, que é acompanhado por diagnósticos de Síndrome de Tourette e ansiedade, foram prontamente contatados e, ao chegarem à escola, providenciaram o transporte do filho até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Noroeste. Devido à natureza e intensidade das lesões, especialmente fortes dores de cabeça, o jovem precisou ser transferido para a Santa Casa de Santos, onde ficou internado para observação e realização de exames complementares. Para alívio da família, após passar por uma tomografia que descartou complicações maiores, o estudante recebeu alta no dia subsequente, 30 de janeiro.

Denys da Silva Pereira, o pai, reiterou as acusações de omissão contra a Escola Estadual Zulmira Campos. Segundo ele, a escola justificou a impossibilidade de expulsar o aluno agressor alegando que o mesmo possuía diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) nível 2, uma informação para a qual, alega Denys, nenhuma comprovação documental foi apresentada. O pai ressaltou que esta não seria a primeira manifestação violenta do agressor, citando a existência de “cinco páginas de ocorrência” no histórico do aluno e relatos de outros estudantes que vivenciam um clima de medo. Além disso, a escola teria informado Denys que comunicaria o caso ao Conselho Tutelar. No entanto, uma checagem posterior feita pelo pai junto ao órgão revelou que a comunicação não havia sido efetivada, levando-o a registrar a denúncia pessoalmente. A escolha da escola de aguardar os responsáveis para transportar o aluno com Síndrome de Tourette agredido a uma unidade de saúde, ao invés de acionar uma ambulância, também foi veementemente criticada, configurando, para o pai, mais um ponto de negligência. A equipe da escola, de acordo com o relato de Denys, os contatou às 17h, e sua mãe, por estar mais próxima, chegou primeiro e foi orientada a levar o menino para casa e, posteriormente, à UPA.

O jovem estudante, que já se submete a tratamento medicamentoso para gerenciar sua ansiedade e as manifestações da Síndrome de Tourette — condição neurológica caracterizada por tiques motores e vocais involuntários —, foi profundamente abalado psicologicamente pelas agressões sofridas. Apesar da evolução na recuperação física, com a diminuição dos hematomas e o alívio das dores de cabeça, o impacto emocional persiste. “Ele está bem, os hematomas estão saindo, a dor de cabeça também está amenizando, […] mas com tudo isso ele não quer ir mais, ele está com trauma”, relatou o pai. Esta declaração evidencia que as sequelas da violência escolar ultrapassaram as lesões físicas, deixando marcas psicológicas que alteram o cotidiano e o bem-estar do adolescente, desenvolvendo uma aversão ao ambiente educacional.

Aluno com Síndrome de Tourette é agredido em escola de Santos - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

Frente à experiência traumática vivida por seu filho, Denys da Silva Pereira dirigiu um apelo veemente a pais e responsáveis, sublinhando a importância da conscientização sobre os perigos inerentes ao bullying e à violência escolar. Ele incentivou ativamente o diálogo contínuo entre pais e filhos, além de uma participação mais engajada na vida escolar dos alunos, reforçando que a educação vai além de simplesmente “jogar os alunos na escola”. Sua mensagem foca na urgência de um envolvimento parental ativo como ferramenta preventiva e como meio para fostering um ambiente mais seguro e acolhedor para todos.

Em comunicado oficial, a Secretaria Estadual de Educação, por meio da Unidade Regional de Ensino de Santos, expressou seu lamento pelo incidente e repudiou categoricamente toda e qualquer forma de violência, dentro ou fora das instituições de ensino. A pasta declarou que o Conselho Tutelar foi acionado. Contrariando as alegações do pai, a secretaria afirmou que os responsáveis pelo estudante agredido foram notificados imediatamente sobre o ocorrido e que o menino recebeu o devido atendimento médico ainda na segunda-feira, 29 de janeiro, recebendo alta na terça-feira seguinte, 30 de janeiro. O comunicado ainda detalha que um psicólogo, parte do “Programa Psicólogos nas Escolas”, foi disponibilizado para dar suporte aos estudantes da unidade. Adicionalmente, o caso foi devidamente registrado na plataforma do “Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva)”, que será ativada para apoiar a escola na intensificação de iniciativas focadas na promoção de uma cultura de paz e na mediação do diálogo entre os alunos, reforçando o empenho em criar um ambiente educacional mais harmonioso e seguro.

Entendendo a Síndrome de Tourette: Uma Explanação Médica

Para fornecer um panorama mais abrangente sobre a condição neurológica do estudante e do incidente de agressão em escola de Santos, é crucial entender as características da Síndrome de Tourette. Em agosto de 2022, o neurologista Edson Amâncio, em entrevista, explicou que a síndrome tipicamente se manifesta entre a infância e a adolescência. Seu diagnóstico é predominantemente clínico, o que significa que não é revelado por exames neurológicos convencionais. Após a identificação da síndrome, o tratamento indicado envolve a combinação de medicação e psicoterapia, estratégias que, segundo o especialista, geralmente produzem resultados satisfatórios no manejo da condição.

A evolução da Síndrome de Tourette pode variar significativamente. Em alguns indivíduos, ela pode regredir completamente no início da fase adulta, enquanto em outros, pode persistir por toda a vida, embora com uma gravidade reduzida na maioria dos casos. Existe também a modalidade intermitente, caracterizada por longos períodos sem a ocorrência de tiques, seguidos de um retorno inesperado dos sintomas. O Dr. Amâncio elucidou que a síndrome se manifesta por uma série de tiques, que podem ser tanto motores (movimentos involuntários) quanto vocais. Estes últimos podem ir desde gritos inarticulados até a emissão de palavras e frases, incluindo fenômenos como a ecolalia (repetição involuntária de palavras ou frases alheias) e, em casos mais raros e comumente associados à síndrome na percepção popular, a coprolalia (o uso involuntário de palavras obscenas). Embora a Síndrome de Tourette seja frequentemente associada publicamente a casos em que as pessoas proferem xingamentos ou realizam gestos extravagantes, o médico enfatizou que a condição abrange um espectro muito mais amplo de tiques que, por sua natureza, não ganham tanto destaque midiático. Além disso, o especialista fez questão de distinguir a Síndrome de Tourette do transtorno compulsivo obsessivo (TOC), explicando que, apesar de algumas similaridades aparentes nos comportamentos involuntários, tratam-se de condições neurológicas fundamentalmente diferentes. Para informações mais aprofundadas sobre condições neurológicas e saúde mental, o site da Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma fonte de alta autoridade e confiabilidade.

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O lamentável caso de agressão escolar envolvendo um aluno com Síndrome de Tourette na cidade de Santos funciona como um urgente sinal de alerta para a necessidade premente de se implementar políticas mais rigorosas e eficazes contra o bullying. Este evento destaca a importância de um suporte adequado para estudantes com necessidades especiais e fomenta a busca por maior transparência e um canal de comunicação mais eficiente entre as escolas e as famílias. A ocorrência ressalta a complexidade de se edificar um ambiente educacional verdadeiramente seguro e inclusivo. Continue acompanhando a editoria de Cidades de Hora de Começar para se manter atualizado sobre este e outros temas relevantes para a segurança, educação e o bem-estar das comunidades em todo o Brasil.

Foto: Arquivo Pessoal

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