Alckmin otimista com reunião de Lula e Trump na Malásia

Economia

A expectativa em torno do encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é “positiva”. Essa foi a avaliação feita na noite do último sábado (25) por Geraldo Alckmin, que na ocasião atuava como Presidente da República em exercício e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. A aguardada reunião diplomática estava programada para o fim da tarde de domingo, em Kuala Lumpur, na Malásia.

A declaração de Alckmin foi proferida ao término de um evento na Catedral da Sé, em São Paulo, que marcou os 50 anos da morte do jornalista Vladimir Herzog. Em sua manifestação, o presidente em exercício sublinhou o potencial significativo do diálogo bilateral. “A expectativa é positiva, encontro de dois líderes que irão defender os seus países e trabalhar para fortalecer a relação Brasil-Estados Unidos”, afirmou ele. A crença expressa por Alckmin era de que “tem uma avenida aí pela frente”, indicando um vasto leque de possibilidades para avançar nos laços entre as duas nações.

Alckmin otimista com reunião de Lula e Trump na Malásia

Durante sua explanação, Geraldo Alckmin assegurou que não haveria restrições temáticas para a discussão entre os dois chefes de Estado. Este posicionamento sugere uma abertura total para abordar qualquer questão considerada relevante, sejam elas de natureza tarifária ou não-tarifária. A pauta do encontro, portanto, abrangeria desde temas relacionados ao comércio internacional e barreiras aduaneiras até pontos mais amplos de cooperação e atração de investimentos.

Pautas Comerciais e Estratégicas no Encontro

No que concerne às questões tarifárias, Alckmin ressaltou que as tarifas aplicadas pelo Brasil sobre produtos americanos são consideravelmente baixas. Detalhando, o presidente em exercício mencionou que, dos dez itens mais exportados pelos Estados Unidos ao Brasil, oito gozam de tarifa zero. A média de tarifas cobradas situa-se em modestos 2,7%, um indicativo da já existente facilitação do fluxo comercial entre os países. Do lado americano, Alckmin destacou iniciativas recentes que demonstram uma recíproca abertura. Há aproximadamente 30 dias, os Estados Unidos eliminaram as tarifas para a importação de celulose brasileira, um produto que representa cerca de 4% da pauta de vendas para o mercado americano, totalizando um valor de US$ 1,7 bilhão. Além disso, a tarifa sobre o ferro-níquel brasileiro também foi suprimida. Em um movimento mais recente, há cerca de 15 dias, as alíquotas incidentes sobre a madeira serrada foram drasticamente reduzidas de 50% para 10%, e para alguns tipos de móveis, a redução foi de 50% para 25%. “Então tem um espaço aí para se caminhar”, pontuou Alckmin, enfatizando as oportunidades de progresso bilateral.

No âmbito das discussões não-tarifárias, o Presidente em exercício abordou pontos cruciais para a política de desenvolvimento brasileira. Um dos exemplos citados foi a estratégia nacional de atração de investimentos em centros de dados (data centers), conhecida como Redata. Alckmin frisou o contraste com a situação em alguns estados americanos, onde a instalação de novos data centers tem sido vetada devido à escassez de energia. Ele contrapôs essa realidade com a vantagem brasileira de possuir energia abundante e, notavelmente, renovável. Outro tópico com grande potencial de parceria levantado por Alckmin foram as terras raras, minerais estratégicos de crescente importância global. “Você tem uma pauta aí extensa de possibilidades de parceria, de ganha-ganha”, concluiu, ressaltando o leque de colaboração mutuamente benéfica entre as economias.

Relações Econômicas e Complementaridade

A complementaridade entre as economias brasileira e americana foi outro ponto vital enfatizado por Geraldo Alckmin. O Presidente em exercício mencionou a expressiva presença de aproximadamente 4 mil empresas americanas operando em solo brasileiro, um testemunho da profunda integração econômica. Essa relação é cimentada por um histórico diplomático que remonta a 201 anos. Embora os Estados Unidos não figurem como o principal mercado para a exportação brasileira em volume geral, o país norte-americano se destaca como destino prioritário para produtos de maior valor agregado. “Não é só commodity”, frisou Alckmin, indicando a sofisticação da pauta exportadora brasileira para os EUA. Esse perfil de comércio aponta para uma parceria estratégica que vai além das matérias-primas, impulsionando inovação e complexidade produtiva em ambos os lados.

A agenda da reunião de Lula e Trump reflete, portanto, uma busca por aprofundar um relacionamento já consolidado, explorando novas vias de cooperação e removendo obstáculos existentes, em um esforço contínuo para dinamizar o intercâmbio comercial e de investimentos. A perspectiva de uma “avenida pela frente” de possibilidades comerciais e econômicas é um motivador para que o encontro entre os dois líderes renda frutos tangíveis e fortaleça a aliança entre o Brasil e os Estados Unidos em diversos setores. Para uma visão abrangente sobre a relação bilateral e comercial entre Brasil e Estados Unidos, incluindo os mais recentes desenvolvimentos, dados podem ser consultados no portal oficial do Ministério das Relações Exteriores, que detalha a política comercial com os EUA.

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Imagem: valor.globo.com

Alckmin Relembra Legado de Vladimir Herzog e Defende a Democracia

Em um desdobramento do ato em homenagem a Vladimir Herzog, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, aproveitou a ocasião para reflexões mais amplas sobre a democracia e a liberdade. Alckmin relembrou que a morte de Herzog, jornalista vítima da ditadura militar, foi um resultado direto do “extremismo do Estado”, uma condição em que, “ao invés de proteger os cidadãos, os perseguia e matava”. Este lembrete histórico serviu para reforçar a importância inabalável de continuamente fortalecer pilares como a democracia, a justiça e a liberdade na sociedade contemporânea.

O vice-presidente também teceu considerações sobre eventos recentes da política brasileira. Ele avaliou que a tentativa de golpe ocorrida há dois anos, ao invés de fragilizar, “só fortaleceu a democracia” no Brasil. Alckmin salientou que tal tentativa foi perpetrada por um “grupo derrotado nas eleições”, ponderando sobre o cenário que se instalaria caso os perpetradores tivessem sido vitoriosos: “Imagina se tivesse ganho”, expressou ele. O político concluiu sua fala destacando o que considera ser uma característica intrínseca do povo brasileiro: “Acho que o brasileiro tem amor à liberdade, tem amor à justiça, tem amor à democracia”, reiterando a resiliência e a paixão pelos valores democráticos na nação. Estas declarações contextualizam o cenário político em que as expectativas da reunião diplomática se inserem, ressaltando o compromisso do atual governo com a estabilidade institucional.

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Em suma, as perspectivas expressas por Geraldo Alckmin apontam para um horizonte otimista na relação Brasil-Estados Unidos, com uma pauta robusta para a reunião entre Lula e Trump, abrangendo temas de comércio, investimentos e cooperação estratégica. O vice-presidente enfatizou as vastas oportunidades para aprofundar os laços econômicos e diplomáticos. Para continuar explorando análises aprofundadas sobre os desdobramentos da política externa brasileira e as perspectivas econômicas, acesse outras matérias na editoria de Política em nosso portal.

Crédito da imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil

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