O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou nesta segunda-feira (27) que o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, representa o avanço mais significativo na recente reaproximação entre as duas nações. A reunião diplomática ocorreu em Kuala Lumpur, Malásia, marcando o primeiro diálogo direto entre os dois líderes desde a reinstalação de Trump na Casa Branca, conforme detalhou o ministro em sua avaliação.
Alckmin enfatizou que o gesto político abriu caminho para superar impasses e acelerar as tratativas em áreas cruciais, como a imposição de tarifas comerciais, a captação de novos investimentos e a ampliação da cooperação econômica. A expectativa é que este avanço político seja sucedido por um engajamento técnico intensivo para definir as prioridades e a pauta de trabalho conjunta entre os países, com foco nas futuras negociações Brasil EUA.
Alckmin: Encontro Lula-Trump destrava negociações Brasil EUA
Em declarações a jornalistas na portaria da Vice-Presidência da República, em Brasília, o presidente em exercício reiterou a importância do que ele descreveu como um “passo político dado com brilho e louvor”, sublinhando a urgência de progredir agora no âmbito técnico para concretizar os termos dos acordos resultantes da interação entre Lula e Trump.
Uma das prioridades centrais da agenda brasileira, conforme reafirmado por Alckmin, é a completa eliminação da sobretaxa de 40% aplicada pelos Estados Unidos a diversos produtos nacionais desde o mês de agosto. Esta medida, considerada pelo governo brasileiro como totalmente inadequada, tem gerado impactos substanciais em múltiplos setores da indústria e do agronegócio do país, desequilibrando as relações comerciais bilaterais.
O vice-presidente sublinhou a desproporção da tarifa em comparação com a estrutura tarifária brasileira. “Essas tarifas de 10%, impostas em abril, e mais 40%, estabelecidas no final de julho, são totalmente desproporcionais”, observou Alckmin. Ele contrastou a política estadunidense com a tarifa média de 2,7% que o Brasil aplica sobre as exportações dos Estados Unidos, reforçando a necessidade premente de uma resolução rápida para essa questão comercial que afeta diretamente o fluxo de mercadorias entre os dois países.
De acordo com dados revisados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, aproximadamente 34% dos US$ 40 bilhões exportados pelo Brasil aos Estados Unidos no último ano foram diretamente atingidos pelas sobretaxas impostas. Embora o número tenha sido ligeiramente ajustado para baixo em comparação com uma estimativa anterior de 35,9% divulgada em julho, o impacto permanece significativo e exige uma solução diplomática eficaz para o futuro do comércio bilateral entre Brasil e EUA.
Atualmente, o governo brasileiro articula esforços em duas frentes distintas para mitigar os efeitos negativos das tarifas americanas. Primeiramente, busca-se a suspensão temporária dessas tarifas enquanto as negociações técnicas estão em andamento, permitindo um ambiente mais favorável ao diálogo. Em segundo lugar, há um empenho em expandir a lista de produtos brasileiros isentos das taxas aduaneiras. Entre os itens estratégicos que o Brasil tenta inserir nesta lista de exceções, o café é um dos destaques, hoje onerado com uma tarifa que pode alcançar até 50%, prejudicando significativamente a competitividade de um dos principais produtos de exportação agrícola do país, conforme as palavras do presidente em exercício Geraldo Alckmin.
Alckmin expressou que o apoio e a intervenção ativa do setor privado estadunidense serão determinantes para reverter a política de “tarifaço”. O governo brasileiro fez um pedido específico, mas é de interesse das empresas americanas e brasileiras o fortalecimento dos laços comerciais. O ministro apontou que o engajamento e a participação ativa de empresas americanas, interessadas em exportar para o Brasil, e de empresas brasileiras, visando o mercado estadunidense, constituem um fator crucial que pode impulsionar uma solução mais ágil para o problema das sobretaxas nas negociações Brasil EUA.
Equipe de negociação e reações internacionais
A coordenação do grupo encarregado das complexas negociações com Washington está sob a batuta do vice-presidente Geraldo Alckmin, que atua em conjunto com figuras proeminentes do cenário político brasileiro: o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Esta equipe tripartite demonstra a abrangência e a importância que o governo brasileiro atribui a estas conversações sobre tarifas e acordos. A expectativa é que os próximos passos envolvam encontros de equipes técnicas dos dois países nas semanas subsequentes, consolidando o progresso alcançado com o recente encontro presidencial. Esta colaboração entre as pastas visa uma abordagem coordenada e eficaz para a solução das questões tarifárias e o fomento de novas parcerias econômicas e políticas, visando destrancar de forma plena as negociações Brasil EUA.

Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br
Em viagem diplomática ao Japão, o presidente Donald Trump manifestou-se sobre a reunião com Lula, ocorrida na Malásia no domingo (26), classificando-a como “muito boa”. No entanto, o líder estadunidense optou por não firmar qualquer compromisso imediato quanto à cessação das tarifas, demonstrando cautela. “Não sei se alguma coisa vai acontecer, mas veremos. Eles gostariam de fazer um acordo”, ponderou Trump, indicando que o processo negocial ainda se desenvolverá. Por sua parte, o presidente Lula, em um tom mais otimista, expressou sua convicção de que Brasil e Estados Unidos devem alcançar um acordo benéfico para ambos nas próximas rodadas de diálogo, refletindo a esperança brasileira de um desfecho positivo e a continuação das negociações Brasil EUA.
Ampliação da pauta para datacenters e energia renovável
Além das discussões prioritárias sobre a remoção de tarifas, o vice-presidente Alckmin ressaltou que a pauta bilateral entre os governos de Brasil e EUA se estende a temas não tarifários de relevância estratégica. Entre os pontos abordados estão a expansão da infraestrutura tecnológica no Brasil, com foco na instalação de datacenters, e o incentivo à atração de investimentos para o crescente setor de energia renovável. Estas áreas representam um grande potencial para o aprofundamento da cooperação e a diversificação das parcerias econômicas, oferecendo novas frentes para as negociações Brasil EUA.
Alckmin reiterou a defesa pela aprovação da Medida Provisória dos datacenters, emitida em setembro, que visa estabelecer um marco regulatório claro para o setor. Essa medida é vista como crucial para criar um ambiente mais previsível e atrair capital estrangeiro necessário para impulsionar a inovação e o desenvolvimento tecnológico no país. A implementação bem-sucedida dessa iniciativa é projetada para captar vultosos investimentos, especialmente no contexto global de escassez energética, onde o Brasil se destaca pela abundância de fontes limpas e renováveis, posicionando-o como um destino estratégico para esses investimentos em infraestrutura digital, fundamental para o avanço da cooperação entre Brasil e EUA. Para mais detalhes sobre as relações econômicas do Brasil, você pode consultar o site da Agência Brasil, uma fonte confiável de informações sobre o cenário político e econômico nacional.
O novo capítulo diplomático entre as nações
Geraldo Alckmin encerrou sua entrevista classificando o recente encontro entre Lula e Trump como um “marco político” de significativa importância. Segundo o vice-presidente, esse movimento estratégico visa o reposicionamento do Brasil no cenário internacional, fortalecendo sua posição como ator global. Alckmin destacou a aproximação como um momento vital entre “as duas maiores democracias do Ocidente”, o que abre uma nova fase diplomática. Esta fase, conforme suas palavras, é fundamental para o aprofundamento dos laços bilaterais e a identificação de oportunidades concretas que possam impulsionar o desenvolvimento mútuo e a cooperação em diversas esferas, consolidando uma parceria mais robusta e produtiva entre o Brasil e os EUA.
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A consolidação das negociações entre Brasil e Estados Unidos, impulsionada pelo diálogo entre os presidentes Lula e Trump, representa um divisor de águas para as relações bilaterais. Com foco na eliminação de tarifas e na atração de investimentos em tecnologia e energias limpas, o país busca uma posição mais estratégica no comércio global. Continue acompanhando a cobertura detalhada sobre política e economia em nosso portal Hora de Começar – Política, para não perder nenhum desenvolvimento desses importantes diálogos.
Crédito da imagem: Lula Marques/Agência Brasil


