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Agricultor com visões em floresta do Amazonas é resgatado

Um episódio notável de sobrevivência marcou a comunidade de Canoas, em Presidente Figueiredo, interior do Amazonas, quando o agricultor Sérgio Dias da Silva, de 55 anos, foi encontrado após passar três dias e duas noites perdido em uma densa área de floresta. O resgate, ocorrido no início de outubro, sucedeu um desaparecimento incomum, impulsionado, segundo […]

Um episódio notável de sobrevivência marcou a comunidade de Canoas, em Presidente Figueiredo, interior do Amazonas, quando o agricultor Sérgio Dias da Silva, de 55 anos, foi encontrado após passar três dias e duas noites perdido em uma densa área de floresta. O resgate, ocorrido no início de outubro, sucedeu um desaparecimento incomum, impulsionado, segundo Sérgio, por “visões” sobrenaturais que o levaram para o interior da mata amazônica.

O desaparecimento teve início no fim da tarde de 4 de outubro, quando, após preparar sua refeição noturna em casa, Sérgio alegou ter presenciado imagens que o atraíam para a floresta. “Eu estava em casa, tinha feito a janta, quando vi umas visões me chamando. Entrei na mata e me perdi. Tentei voltar, mas não consegui”, relatou ele. Exausto, arranhado e desorientado, o agricultor enfrentou os perigos da selva sem comida e com escassez crítica de água, contando apenas com sua vasta experiência na mata e inabalável fé para guiar seus passos em meio à natureza hostil.

Agricultor com Visões em Floresta do Amazonas é Resgatado

A odisseia de Sérgio na floresta do Amazonas, um ambiente de extrema adversidade, foi um teste de resistência física e mental. O agricultor descreveu os dias sem alimentos e os períodos sem água como os mais difíceis de sua vida. “Passei quase três dias sem comer e dois dias sem tomar água. Aguentei na marra. Eu só pensava que, se dormisse, algum bicho me comia”, contou Sérgio, que ainda apresentava as marcas dos desafios: arranhões profundos e os pés feridos, testemunhos silenciosos de sua provação.

Inicialmente, ele caminhou por horas, impulsionado pela crença de que encontraria o caminho de volta. Contudo, percebeu que a cada passo se distanciava ainda mais da comunidade, aprofundando-se na vasta floresta. “Fui muito longe, muito longe mesmo. Não sei nem por onde andei. Quando percebi, já estava no meio da floresta fechada”, detalhou. Sua luta contra a desorientação e a natureza selvagem foi constante. Ele se via sem um rumo claro, com o tempo avançando e as esperanças diminuindo a cada tentativa frustrada de retornar.

Três Dias de Sobrevivência na Mata

Os primeiros dias foram os mais críticos para Sérgio Dias da Silva. No primeiro dia, ele ainda conseguiu encontrar uma pequena fonte de água, mas logo essa opção se esgotou. A partir de então, a fome e a sede se tornaram suas principais companheiras. “Foram dois dias sem nada. A fome a gente aguenta, mas a sede é pior”, desabafou. Em sua busca desesperada por sustento, procurou frutas, mas o denso interior da mata não oferecia nada. Sua única opção, no ápice do desespero, foi mastigar uma “orelha-de-pau”, um tipo de fungo, mesmo desprovido de dentes. “Rasgou minha garganta, mas desceu”, recordou ele, demonstrando a gravidade de sua situação e a força de sua vontade de viver.

Apesar da debilitada condição física, o agricultor continuou sua jornada forçada. À noite, buscava abrigo sob troncos caídos, utilizando folhas para tentar se proteger do frio e dos insetos. O temor de animais selvagens também era constante. “Eu não tenho medo de onça, mas de cobra eu tenho”, revelou, destacando a preocupação com os perigos rastejantes da selva amazônica. Os carrapatos eram uma praga incessante, descritos como “iguais formiga” pelo sobrevivente.

No segundo dia, quando sua energia estava quase esgotada, Sérgio estima ter percorrido mais de 30 quilômetros. Esse foi, em suas palavras, o período mais exaustivo e sem perspectiva. “Foi o dia mais difícil. Tudo seco. Tentei atravessar uma pedreira, mas não consegui. Se eu não parasse ali, acho que nem andava mais uns 300 metros”, confessou. Seu corpo atingia o limite, mas sua mente, guiada pela fé, mantinha a esperança.

Agricultor com visões em floresta do Amazonas é resgatado - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

O ponto de virada surgiu no terceiro dia, quando o agricultor, esgotado e quase sem esperanças, narrou ter recebido um “sinal divino”. Em suas palavras, ele visualizou “como se fosse um anjo me mostrando uma direção, uma seta no chão”. Seguindo essa percepção, encontrou um caminho que, para sua imensa surpresa e alívio, o guiaria de volta à civilização, marcando o início do fim de seu isolamento na vastidão da floresta amazônica. Este relato acrescenta uma camada mística à sua já extraordinária história de resiliência e fé.

O Resgate e o Retorno à Comunidade

As buscas por Sérgio Dias da Silva foram intensificadas dois dias após seu desaparecimento, com a mobilização de moradores da comunidade de Canoas. Eles contaram com o crucial apoio do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil Municipal e de cães farejadores, essenciais para localizar uma pessoa perdida em um ambiente tão desafiador como a floresta amazônica. As operações conjuntas demonstram a solidariedade e a capacidade de resposta das forças locais diante de emergências. Para mais informações sobre a rica biodiversidade e as características geográficas da região, é possível consultar fontes confiáveis como o site oficial de turismo do Amazonas sobre Presidente Figueiredo.

Sérgio foi finalmente localizado em um igarapé, debilitado e com ferimentos leves, mas notavelmente vivo. O momento do encontro com os socorristas foi de intensa emoção. “Estava lavando meu calção pra eu atravessar quando vi o povo na beira do barranco. Eu fiquei alegre, eles também”, narrou. Imediatamente após ser resgatado, ele foi encaminhado ao Hospital de Presidente Figueiredo, onde recebeu atendimento médico, soro e alimentação, elementos cruciais para sua recuperação após os dias de privação.

Comovido, Sérgio expressou sua profunda gratidão. “Me trataram muito bem, me deram comida boa e me medicaram. Agradeço ao povo do Canoas, ao Corpo de Bombeiros, à polícia e à minha família. Se não fosse por eles, eu não estava aqui”, concluiu, ressaltando o esforço coletivo que garantiu sua volta para casa.

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A incrível saga de Sérgio Dias da Silva ilustra a tenacidade humana diante da adversidade extrema e a força da comunidade em momentos críticos. Sua experiência na floresta amazônica, marcada por visões e pela fé, o transformou em um símbolo de resiliência. Para ficar por dentro de outras notícias e relatos inspiradores sobre comunidades e eventos no interior do Brasil, convidamos você a explorar a editoria Cidades do nosso portal.

Crédito da imagem: Francisco Carioca/Rede Amazônica

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