Advogado Luiz Fernando Pacheco: velório reúne políticos em SP

O advogado Luiz Fernando Pacheco, um nome de grande prestígio na esfera jurídica brasileira e sócio-fundador do Grupo Prerrogativas, está sendo velado nesta sexta-feira (3) em São Paulo. A sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), localizada no Centro da capital paulista, acolhe a cerimônia de despedida para o jurista de 51 anos, falecido em circunstâncias trágicas que estão sob investigação.

A solenidade é marcada pela presença de diversas figuras públicas, incluindo ministros de Estado, autoridades federais, além de familiares e amigos. A morte de Pacheco levanta discussões sobre segurança pública, especialmente em metrópoles como São Paulo, após ele ser encontrado inconsciente e, posteriormente, se tornar alvo de uma investigação por possível latrocínio, conforme apurações da Polícia Civil.

Advogado Luiz Fernando Pacheco: velório reúne políticos em SP

Entre as personalidades presentes no adeus ao renomado criminalista, destacam-se o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT), a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Daniela Teixeira, e o ex-deputado federal José Genoíno. Representantes de diferentes esferas políticas e jurídicas de São Paulo e do país também compareceram para prestar as últimas homenagens.

Em um depoimento emocionado, o ministro Paulo Teixeira ressaltou a grandiosidade de Luiz Fernando Pacheco não apenas como um dos principais advogados criminalistas do Brasil, mas também como uma pessoa afável e querida. “Dr. Luiz Fernando era um dos maiores advogados criminalistas do Brasil. E ao mesmo tempo uma pessoa amorosa, querida e que vai deixar grandes lembranças”, disse o ministro. Ele também externou sua preocupação com o panorama da segurança na cidade de São Paulo, considerando o episódio que vitimou o advogado: “A morte dele traz a preocupação com o tema da segurança pública na cidade de SP. Se ele foi abordado e a morte dele foi fruto dessa violência, é muito preocupante a situação da cidade.”

A ministra Daniela Teixeira, do STJ, também compartilhou sua dor, destacando o impacto da perda. “Hoje a gente perdeu um gigante da advocacia. Um homem incansável que defendia aquele advogado lá da ponta, dos lugares mais distantes. Ele estava sempre lá”, afirmou a ministra, visivelmente comovida. Ela descreveu Pacheco como um “homem bom, ético, preocupado e, pessoalmente, para mim, um grande amigo”, que deixará um imenso sentimento de saudade e carinho pelo seu modo de receber as pessoas.

Detalhes da Investigação: Latrocínio e a Ação Policial

Luiz Fernando Pacheco foi encontrado desacordado em uma rua do bairro de Higienópolis na madrugada da última quarta-feira (1). As investigações conduzidas pela Polícia Civil apontam a suspeita de latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte, conforme foi apurado e posteriormente confirmado pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. A ocorrência se intensificou após a divulgação de vídeos de câmeras de segurança na rua Itambé, em Higienópolis, que flagraram o momento exato em que o advogado foi abordado e agredido.

Os registros policiais indicam que Pacheco havia saído de um bar e aguardava a chegada de um veículo por aplicativo na madrugada de terça-feira (31). Nas imagens, é possível ver um casal de ladrões de celulares aproximando-se. O advogado sofreu um soco e, na sequência, caiu, possivelmente batendo a cabeça e ficando desacordado. Os assaltantes fugiram com o celular, relógio e carteira contendo documentos pessoais da vítima.

Após a agressão, Pacheco foi socorrido por um transeunte, que acionou a Polícia Militar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Conforme o boletim de ocorrência, a testemunha informou à polícia que Pacheco aparentava dificuldades respiratórias e sofreu uma convulsão. Ele foi encaminhado ainda com vida à Santa Casa de São Paulo, mas não resistiu aos ferimentos. Por estar sem documentos de identificação, Luiz Fernando Pacheco permaneceu 36 horas desaparecido antes que sua identidade fosse confirmada. As autoridades investigam se a morte foi resultado da pancada na cabeça ou se teve relação com alguma condição de saúde preexistente, e novas testemunhas devem ser ouvidas para detalhar a cronologia dos eventos.

Inicialmente, houve uma suspeita de que Pacheco pudesse ter sofrido uma intoxicação por metanol, após ele enviar uma mensagem a amigos comentando sobre o consumo da substância. No entanto, com a análise das imagens das câmeras de segurança e a dinâmica dos fatos, esta hipótese foi, por ora, descartada pela polícia. É fundamental que se entenda a gravidade e as consequências jurídicas do latrocínio, uma vez que configura um crime hediondo com punição severa na legislação brasileira, envolvendo a subtração de bens e o ato violento que resulta em óbito. Para mais informações sobre a tipificação legal deste crime, você pode consultar definições no campo jurídico.

Imagem: g1.globo.com

O Legado de um Sócio-Fundador: Luiz Fernando Pacheco no Grupo Prerrogativas e OAB-SP

O coordenador-geral do Grupo Prerrogativas, Marcos Aurélio Carvalho, que era um amigo próximo de Pacheco, o descreveu como um “ser humano inspirador” e um “dos advogados mais brilhantes, capacitados, sensíveis, generosos e ético do país”. Carvalho prometeu que o grupo buscará providências urgentes das autoridades para a completa elucidação do crime. Ele enfatizou que Pacheco lutou nas “maiores batalhas dos últimos anos contra o ativismo judicial” e que ele “sempre combateu a justiça seletiva que considera a população pobre, preta e periférica alvo preferencial”, sendo uma “figura luminosa” que continuará a inspirá-los.

Com mais de três décadas de atuação, Luiz Fernando Pacheco dedicou sua carreira à defesa intransigente das prerrogativas da advocacia e do direito de defesa, pilares fundamentais do Estado Democrático de Direito. Ele iniciou sua trajetória profissional em 1994, no renomado escritório do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, onde se tornou sócio em 2000. Em 2013, fundou seu próprio escritório, Luiz Fernando Pacheco Advogados, especializado em direito penal.

Na OAB-SP, a participação de Pacheco foi igualmente marcante. A partir de 2015, atuou como membro da Comissão de Direito Penal e Econômico. Em 2019, integrou a Primeira Turma Julgadora do Conselho de Prerrogativas e, subsequentemente, tornou-se conselheiro estadual. Durante o período de 2021 a 2024, contribuiu voluntariamente para a área penal e, em 2022, na gestão de Patricia Vanzolini, assumiu a presidência da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB-SP, fortalecendo significativamente a advocacia paulista. Além disso, foi vice-presidente do Conselho Deliberativo do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD) e participou do Conselho Nacional Antidrogas da Presidência da República.

Leonardo Sica, presidente da OAB-SP, manifestou o luto da Ordem e reforçou o compromisso de continuar o legado de Pacheco: “Perdemos um amigo ímpar e um guerreiro do bem. A Ordem está em luto e o melhor que faremos é seguir honrando a luta pelo direito de defesa e das prerrogativas da advocacia, causas que ele abraçou com paixão e ética.” A comunidade jurídica lamenta profundamente a perda de um de seus mais combativos e influentes membros, cujo trabalho deixou uma marca indelével na advocacia brasileira.

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A despedida ao advogado Luiz Fernando Pacheco sublinha não apenas a perda de um profissional exemplar, mas também a crescente inquietação com a segurança pública nas grandes cidades. Sua trajetória e o trágico desfecho mobilizam não só a comunidade jurídica, mas a sociedade em geral, que busca respostas e justiça. Continue acompanhando as atualizações sobre este caso e outros temas relevantes em nossa editoria de Cidades.

Crédito da Imagem: Reprodução/TV Globo