Denúncia de Agressão Envolve Advogado, Ex-Companheira e Mãe em Aparecida de Goiânia
Uma grave denúncia de violência tomou repercussão na cidade de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital goiana. Uma jovem, de 25 anos de idade, relatou que ela e sua mãe, de 60 anos, foram alvo de agressões físicas perpetradas por seu ex-companheiro, que exerce a profissão de advogado. O incidente, ocorrido no último domingo, dia 31 de agosto, culminou com socos à jovem e a perda de um dente por parte de sua mãe. As agressões teriam acontecido na presença dos dois filhos pequenos do casal, de apenas 1 e 2 anos. Toda a ação foi capturada por câmeras de segurança, fornecendo evidências visuais do ocorrido. O caso já está sob investigação da Polícia Civil, buscando apurar os fatos e determinar as responsabilidades.
O episódio de violência doméstica desencadeou uma série de ações por parte das autoridades, com a vítima buscando amparo legal e proteção. A delegada Ilda Helbingen, responsável por registrar o boletim de ocorrência, descreveu a gravidade das lesões sofridas pelas duas mulheres. A mãe, ao perder um dente, foi enquadrada em um cenário de lesão corporal grave, enquanto a filha também apresentava diversas marcas de ferimentos. Ambas foram encaminhadas para a realização de exames no Instituto Médico Legal (IML), conforme os procedimentos padrão em investigações de crimes dessa natureza. A comunidade acompanha o desdobramento do caso, que levanta discussões importantes sobre segurança e proteção em relacionamentos.
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O Desenvolvimento da Confrontação
De acordo com o depoimento da jovem concedido ao portal g1, o ex-companheiro se dirigiu à residência para realizar a entrega dos filhos. As crianças haviam passado o fim de semana sob os cuidados do pai e, no momento da devolução, o advogado estava acompanhado de sua atual esposa. Foi nesse contexto de interação que a situação rapidamente escalou para uma discussão e, subsequentemente, para uma altercação física. A jovem narra que a luta corporal teve início entre ela e a atual companheira do advogado, culminando com ela no chão. Em um movimento para defender a filha, a mãe, de 60 anos, interveio.
A Intervenção e as Agreesões Filmadas
Conforme o relato da jovem, no instante em que sua mãe se aproximava para protegê-la da atual companheira do advogado, o ex-companheiro reagiu de maneira agressiva. “De imediato vou para o chão, minha mãe vem para me defender, ele aparece e joga nosso filho e parte para cima da minha mãe”, descreveu a vítima. A intervenção do advogado, que, segundo ela, afastou abruptamente uma das crianças, direcionando-se à mãe dela, intensificou o confronto. As filmagens das câmeras de segurança revelam parte dessas cenas, mostrando a escalada da violência.
Em nota oficial, o advogado forneceu uma versão diferente dos eventos, alegando que o vídeo que foi amplamente divulgado não capta a totalidade da sequência de fatos. Ele declarou que agiu em “legítima defesa de terceiro, tanto da minha esposa quanto do meu filho(a)”, justificando suas ações como uma forma de proteger seus familiares. Adicionalmente, o advogado informou ter registrado um boletim de ocorrência que contém acusações de lesão corporal dolosa, injúria, ameaça e dano contra a jovem e a mãe. Esta contra-denúncia insere mais uma camada de complexidade na investigação, que precisará ponderar as versões de ambos os lados e as evidências colhidas.
Desdobramentos Legais e Medidas Protetivas
Após o incidente de domingo, a formalização da denúncia foi realizada na Central de Flagrantes de Aparecida de Goiânia. Devido à natureza do caso, envolvendo violência de gênero, o processo foi prontamente encaminhado para a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), local onde a delegada Ilda Helbingen recebeu as vítimas. Durante o registro do boletim de ocorrência, a delegada notou as condições físicas da mãe e da filha.
A gravidade da lesão da mãe foi explicitada: “A mãe perdeu um dente, o que é considerado lesão grave”, pontuou a delegada. Tal caracterização da lesão corporal impacta diretamente a tipificação penal do crime. A filha, conforme o relato, também apresentava muitos ferimentos, necessitando de avaliação médica. O envio de ambas ao Instituto Médico Legal (IML) foi uma medida imprescindível para documentar oficialmente as lesões, servindo como prova material para o avanço da investigação. Até a última atualização da reportagem, nenhuma das pessoas envolvidas diretamente nas agressões havia sido detida, com a polícia seguindo os trâmites investigativos.
Medidas de Proteção e Repercussão
Visando salvaguardar a segurança da jovem, a Justiça concedeu uma medida protetiva em seu favor na segunda-feira seguinte ao ocorrido, dia 1º de setembro. Este documento impõe ao advogado e à sua atual companheira a obrigação de manter uma distância mínima de 1 mil metros da família da ex-companheira. No entanto, uma exceção foi aberta em relação aos filhos, assegurando o direito de convivência e contato do pai com as crianças. A decisão judicial ressalta a importância de proteger as vítimas enquanto se garante a manutenção dos laços familiares, dentro de limites de segurança.
Paralelamente à esfera policial e judicial, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi contatada pelo portal g1 para emitir um posicionamento oficial acerca das denúncias que envolvem um de seus membros. Contudo, até a última atualização da reportagem, a instituição não havia fornecido retorno, deixando em aberto a possibilidade de procedimentos internos relacionados à conduta do advogado serem instaurados futuramente.
Histórico do Relacionamento e Novos Confrontos
A jovem, vítima das agressões, detalhou que o relacionamento com o advogado perdurou por cerca de dois anos. Após o término da união, o filho mais velho do ex-casal passou a residir com o pai na cidade de Brasília. Ela expressou as dificuldades que enfrenta para ter contato com a criança, atribuindo essa complicação ao atual relacionamento do advogado. Anteriormente, em uma tentativa de evitar possíveis conflitos diretos, a ex-companheira relatou que o filho costumava ser entregue à avó.
Imagem: g1.globo.com
Escalada do Conflito e Detalhes da Luta Corporal
No dia da agressão, o padrão de evitar a entrega direta foi quebrado. A jovem saiu de sua residência para receber os filhos, e neste momento, sofreu ameaças verbais da atual companheira do advogado. Em um ato de desespero e tentativa de defesa, conforme sua narrativa, ela arremessou uma pedra, que não atingiu a agressora. “Ela partiu para cima de mim e eu taquei uma pedra, mas não acertou ela. Foi ela que me derrubou no chão e, logo em seguida, a minha mãe veio para me defender porque ela estava em cima de mim”, descreveu a jovem, elucidando o início da confrontação física mais intensa.
O vídeo das câmeras de segurança, crucial para a investigação, capta as duas mulheres em uma luta corporal no chão, confirmando parte do depoimento da jovem. É nesse ponto que o advogado intervém. A partir de então, os relatos indicam um aumento drástico na violência: “Minha mãe conseguiu se levantar. Em seguida, ele me empurra e eu caio, soca a minha mãe novamente e depois eu. A mulher dele vê que ele tá descontrolado e tenta tirar ele. Eu corro, e ele corre atrás de mim e me esmurra novamente até eu cair no chão”, detalhou a ex-companheira, descrevendo uma perseguição e agressões continuadas. A jovem chegou a mencionar ter ficado inconsciente por alguns segundos após receber múltiplos socos na região posterior da cabeça, indicando a brutalidade dos ataques.
As agressões somente foram cessadas quando o irmão da jovem saiu de casa, presenciando a situação e intervindo. Após essa interrupção, o advogado e sua atual companheira deixaram o local. A presença e o sofrimento dos filhos durante o episódio são pontos sensíveis do depoimento da jovem. O filho do casal, que é autista não verbal, ficou visivelmente abalado: “O meu filho, que é autista não verbal, ficou perdido, gritando. Ele não teve dó do próprio filho dele”, lamentou a mãe. Além disso, um filho de 9 anos, fruto de um relacionamento anterior da jovem, também testemunhou todo o ocorrido. “Ele está em choque. Ele viu tudo”, afirmou a mãe, sublinhando o trauma presenciado pelas crianças.
Advogado Refuta Acusações e Alega Legítima Defesa
Ao se manifestar ao portal g1, o advogado defendeu sua conduta, afirmando que sua intervenção se deu porque, segundo ele, mãe e filha estariam agredindo sua esposa. Desta forma, ele alegou ter atuado em legítima defesa. Ele reiterou que possui, judicialmente, a guarda e o lar de referência do filho do casal, uma vez que a jovem teria “o abandonado com 5 meses de vida”, versão que é veementemente contestada pela ex-companheira. “Eu estava na casa dela, porque judicialmente tenho a guarda e o lar de referência do meu filho, visto que ela o abandonou com 5 meses de vida, infelizmente a situação está totalmente invertida e deturpada. As medidas judiciais estão sendo tomadas e acredito que a Justiça será feita”, declarou o advogado.
Como parte de suas alegações, o advogado aguarda os resultados de uma perícia em seu carro, que teria tido o vidro quebrado durante a discussão, além do exame de corpo de delito de sua atual esposa. Ele também salientou que sua esposa já havia sofrido ameaças no passado e que existe uma transação penal em curso sobre esse caso específico no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDF). Contudo, a jovem negou categoricamente as acusações de ameaça e alegou que nunca havia tido contato pessoal com a atual esposa do advogado antes do dia das agressões.
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A investigação policial em torno do caso de agressão em Aparecida de Goiânia segue em andamento na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher. A Polícia Civil continua coletando depoimentos, analisando as imagens das câmeras de segurança e aguardando os resultados das perícias e exames médicos para a completa elucidação dos fatos e a responsabilização dos envolvidos. A divergência entre as versões apresentadas pelas partes requer uma análise aprofundada das evidências por parte das autoridades competentes.
Com informações de g1.globo.com
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