Ações de Combate à Dengue Marcam o Dia Nacional no País

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Neste sábado, 8 de junho, o Dia Nacional de Combate à Dengue mobilizou o Brasil com uma série de ações voltadas à prevenção e erradicação da doença. Esforços foram concentrados em diversas regiões do país, desde a soltura de mosquitos imunizados em Goiás até campanhas de conscientização e vacinação, em uma luta contínua contra o vetor Aedes Aegypti.

As estratégias adotadas refletem a urgência diante dos crescentes números de casos e óbitos. As autoridades de saúde destacam a necessidade de um engajamento coletivo para frear a proliferação do mosquito, que continua sendo o principal desafio para a saúde pública em muitos estados brasileiros. O alerta é especialmente acentuado com a reintrodução de sorotipos específicos e a preocupante baixa adesão à vacinação completa em alguns locais.

Ações de Combate à Dengue Marcam o Dia Nacional no País

No entorno do Distrito Federal, em Luziânia (GO), uma iniciativa pouco comum marcou o mutirão contra a dengue: a soltura de mosquitos Aedes Aegypti. No entanto, estes insetos eram especiais, por serem imunes ao vírus da dengue. Lucas Betti de Vasconcellos, superintendente estadual do Ministério da Saúde em Goiás, explicou a estratégia. “Ao proliferar nos acasalamentos, que é natural, orgânico, ela vence o mosquitinho. Então, a gente pode ter mosquitos rondando, mas nenhum com a capacidade de transmissão”, afirmou Vasconcellos, evidenciando o objetivo de diluir a população de mosquitos transmissores na natureza, utilizando um controle biológico inovador.

No Tocantins, a capital Palmas viu agentes de saúde irem diretamente às residências. O objetivo principal era a eliminação de potenciais focos de dengue. Christiane Bueno, gerente de vigilância das arboviroses da SES/TO, enfatizou a relevância dessas intervenções. “Hoje nós temos uma grande preocupação que é a reintrodução do sorotipo 3 da Dengue, onde não circulava no país e aqui no estado também, desde 2008. Então nós temos uma grande parcela da população suscetível a esse vírus”, pontuou a gerente, destacando o risco aumentado para uma parte significativa da população que não possui imunidade a essa variante específica do vírus da dengue.

A Bahia também esteve engajada. Em Juazeiro, os agentes de endemias realizaram visitas domiciliares, dialogando com os moradores e orientando sobre as melhores práticas para evitar a criação de larvas do mosquito. Essas visitas são cruciais para a sensibilização da comunidade e a identificação de focos em ambientes domésticos e urbanos.

Em Senador Canedo, localizada na Região Metropolitana de Goiânia, a complexidade do combate à dengue foi exposta em uma situação crítica. Equipes encontraram um lote particular que estava completamente coberto por lixo e entulho, uma condição perfeita para o acúmulo de água da chuva. Rasível Santos, secretário de Saúde de Goiás, detalhou o perigo iminente. “Esse ovo está ali eclodindo, ele pode ficar muito tempo ali, no seco. E a hora que a água vem, ele eclode e tem ali um mosquito”, alertou o secretário, reiterando que mesmo em períodos de estiagem, ovos do Aedes Aegypti podem sobreviver por longo tempo e eclodir rapidamente com a volta das chuvas.

Panorama Nacional e Alertas da Dengue em 2025

O cenário nacional da dengue em 2025 até o momento é alarmante. O Brasil já registrou 1,6 milhão de notificações da doença e, infelizmente, contabilizou 1.700 mortes. Os estados com maior número de casos concentram-se em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul. Preocupantemente, 30% dos municípios brasileiros estão em estado de alerta devido à incidência da doença, indicando que a ameaça persiste em uma vasta porção do território nacional. A vigilância e as ações preventivas são essenciais para conter essa progressão.

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Imagem: g1.globo.com

Além das medidas de controle do mosquito, a vacinação se mostra como um pilar fundamental no esforço para frear a epidemia de dengue. No entanto, a baixa procura pela vacina disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças e adolescentes tem gerado preocupação nas autoridades sanitárias. Em Goiás, especificamente, um dado alarmante revela que 51% do público-alvo que tomou a primeira dose não retornou para receber a segunda dose.

Alexandre Padilha, ministro da Saúde, comentou sobre essa realidade. “Não é só em Goiás, mas é uma realidade do Brasil, essa proporção é muito parecida em outras regiões do nosso país, onde quase só metade, varia entre 50% e 60% das pessoas que tomaram a primeira dose e voltaram para tomar a segunda. Precisa de duas doses para a pessoa estar de fato protegida”, destacou Padilha, ressaltando que a proteção completa contra a doença só é alcançada com a administração de ambas as doses. O Ministério da Saúde, por meio de seu portal oficial, oferece informações detalhadas sobre a prevenção da dengue e a importância da vacinação, sendo um recurso vital para a população.

Apesar do panorama desafiador, houve casos positivos de adesão. Luiz Neto, um garoto de 8 anos, aproveitou o Dia D para garantir sua imunização completa, recebendo a segunda dose da vacina contra a dengue. Sua reação demonstra a importância da conscientização. “Não vou ter dengue mais não, agora. Tomei vacina. Doeu? Não, nem um pouco”, declarou Luiz, com a espontaneidade e alívio de quem se sente protegido.

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Em suma, o Dia Nacional de Combate à Dengue em 8 de junho reforçou a complexidade e a urgência de manter as ações de combate à dengue ativas em todas as frentes, desde a eliminação de focos e o controle biológico até a conscientização sobre a importância da vacinação. Manter-se informado e seguir as orientações das autoridades de saúde é crucial para a saúde pública. Para mais análises e notícias sobre saúde e questões urbanas em Goiás e outras regiões, continue acompanhando a editoria de Cidades no blog Hora de Começar.

Crédito da imagem: Reprodução/TV Globo

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