Cogna (COGN3): Otimismo Persiste Após Alta de 240% em 2025

Economia

As ações da Cogna (COGN3) voltaram a ocupar o centro das atenções no mercado financeiro, registrando uma performance notável em 2025. A companhia de educação viu seus ativos dispararem mais de 240% no acumulado do ano, configurando o melhor desempenho entre as ações que compõem o índice Ibovespa. Essa escalada significativa aponta para uma fase de recuperação da gigante educacional, que detém marcas como Kroton, Vasta e Saber, gerando discussões entre os investidores e analistas sobre a sustentabilidade dessa tendência de alta.

Apesar da recuperação impressionante, as perspectivas sobre o futuro dos ativos da Cogna estão divididas no mercado. Contudo, prevalece um tom de maior otimismo em relação à companhia. Uma análise consolidada pela Refinitiv, que acompanha analistas especializados no papel, revelou que, do total de especialistas, quatro recomendam compra, seis sugerem a manutenção das ações COGN3, enquanto apenas um aconselha a venda. Essa distribuição reflete uma visão cautelosamente positiva, impulsionada por expectativas favoráveis para os próximos períodos.

Cogna (COGN3): Otimismo Persiste Após Alta de 240% em 2025

Entre as instituições financeiras que manifestaram confiança no potencial da Cogna, o Bradesco BBI se destaca. O banco reiterou recentemente sua recomendação de desempenho acima da média (outperform), equivalente à compra, para as ações da empresa, classificando-as como preferência no setor educacional. Essa postura otimista foi reforçada após reuniões com o CEO e o CFO da companhia, nas quais os analistas puderam aprofundar a compreensão sobre a estratégia e as projeções futuras. Em um relatório enviado a clientes, o Bradesco BBI mencionou especificamente o valuation atrativo e o forte impulso nos resultados como pilares para a visão positiva.

Durante os encontros com a administração da Cogna, o Bradesco BBI apurou que a expectativa é de um segundo semestre de 2025 (2S25) e o ano de 2026 altamente promissores. Esse cenário favorável está alicerçado em múltiplos fatores, incluindo um robusto desempenho de captação previsto para o 2S25, abrangendo tanto as modalidades de ensino presencial quanto a Educação a Distância (EAD). Além disso, há o potencial de um impulso adicional na captação de alunos decorrente de uma medida governamental para 2026, relacionada à isenção do imposto de renda, o que pode atrair um volume maior de estudantes ao ensino superior.

Outros pontos destacados incluem uma oportunidade significativa no segmento Business-to-Government (B2G), projetado para crescer em 2025, mesmo diante de uma base de remuneração já elevada. O crescimento contínuo e robusto nos negócios de educação básica da Vasta, outra vertente da Cogna, também contribui para as perspectivas positivas. Este conjunto de fatores indica uma gestão ativa e estratégica, mirando na expansão e otimização das operações em diversas frentes do setor educacional brasileiro.

No que concerne à nova regulamentação do setor, a administração da Cogna forneceu esclarecimentos importantes ao Bradesco BBI. Para 2026, a estimativa é de que o impacto nos custos seja insignificante, dada a previsão de implementação efetiva apenas em 2027, após um período de transição de dois anos. Quanto ao impacto na receita, espera-se que ele se restrinja principalmente aos programas de enfermagem na modalidade EAD. A curto prazo, a situação dependerá de uma nova regulamentação, aguardada para o final do ano, que introduza um processo acelerado para credenciar centros como faculdades, viabilizando a continuidade da oferta desses programas.

Contudo, caso a referida regulamentação não seja promulgada, a Cogna já possui um plano alternativo, optando pelo processo regular de credenciamento. Este método, no entanto, tende a levar aproximadamente 18 meses para ser concluído, como apontado pelos analistas. Apesar da incerteza regulatória pontual, o preço-alvo estabelecido pelo Bradesco BBI para as ações COGN3 é de R$ 3,50. Essa projeção baseia-se em uma avaliação de 7 vezes o P/L (preço sobre lucro) e um rendimento de Fluxo de Caixa Livre recorrente para 2026 de 12%, com espaço para revisões futuras para cima, indicando otimismo quanto ao momentum de lucros da empresa. Para uma compreensão mais ampla sobre a dinâmica do mercado financeiro e suas tendências, é crucial acompanhar as principais publicações do setor.

Adicionalmente, o Bradesco BBI antecipa um crescimento de dois dígitos na receita da Kroton no terceiro trimestre de 2025 (3T25), impulsionado por captações robustas e uma composição de mix de cursos favorável. A companhia também sinaliza uma intenção de diminuir significativamente a utilização de operações de reverse factoring, prática financeira para antecipar pagamentos a fornecedores. Essa medida reforça o comprometimento da Cogna com um processo contínuo de desalavancagem e maior eficiência financeira, estratégias que visam fortalecer sua estrutura de capital e rentabilidade a longo prazo.

Na mesma linha de projeções para o 3T25, cujos resultados serão divulgados em 6 de novembro, após o encerramento do mercado, o BTG Pactual também espera resultados sólidos da Cogna. A Kroton, especificamente, deve impulsionar o crescimento consolidado da receita, principalmente em razão do avanço no volume do ensino digital. Embora Vasta e Saber tendam a refletir a sazonalidade habitual de menor atividade neste trimestre, a projeção de receita líquida consolidada é de R$ 1,4 bilhão, representando um aumento de 12% em relação ao ano anterior. O EBITDA ajustado deve atingir R$ 393 milhões, um incremento de 2% anualmente. A ligeira redução nas margens em comparação ao 3T24 é explicada por um nível normalizado de provisões, dado que o mesmo trimestre do ano anterior foi beneficiado por uma reversão pontual de provisões.

O Bank of America corrobora com a visão otimista para o balanço do 3T25, esperando que as receitas da Cogna continuem seu ritmo de forte crescimento, com projeção de +13% ano a ano. Esse desempenho seria suportado pela performance sólida tanto da Kroton quanto da Vasta. Da mesma forma, o Goldman Sachs reforçou sua recomendação de compra para os ativos, também em antecipação à temporada de resultados. Embora suas estimativas consolidadas de receita tenham permanecido, em grande parte, inalteradas, houve um ligeiro aumento do otimismo em relação à receita semipresencial após a introdução do novo marco regulatório para o Ensino a Distância (EAD).

O Goldman Sachs avalia que o impacto na receita da Kroton para 2025 devido ao novo marco regulatório será limitado, com um acréscimo de apenas 0,4% em relação ao modelo anterior. Contudo, há um otimismo maior quanto ao ciclo de captação de inverno, esperado para ser mais forte do que as projeções iniciais. Este impulso deve ser gerado por campanhas de marketing mais robustas, não só da Cogna, mas de outros grandes grupos educacionais, em preparação para a implementação da nova regulamentação do EAD. Essa mudança afeta, notadamente, cursos de enfermagem, que deverão transitar da modalidade híbrida para totalmente presencial até meados de setembro, e também cursos como administração, contabilidade, entre outros, que não mais permitirão a modalidade EAD integralmente no futuro.

O Santander, em recentes encontros com investidores no Rio de Janeiro e em São Paulo, incluiu a Cogna entre as ações com a visão mais otimista de sua carteira, dentro das empresas dos setores de saúde e educação, ao lado da Hypera (HYPE3). Apesar do entusiasmo do banco, a percepção é de que a Cogna ainda permanece “fora do radar” da maioria dos gestores. Observou-se uma posição muito baixa no ativo, com apenas um investidor reportado como detentor das ações. O Santander mantém a postura otimista devido ao forte potencial de lucros da Cogna, à baixa posição por parte dos investidores – o que pode indicar espaço para valorização – a uma avaliação que considera razoável e ao potencial de superação das estimativas do consenso de mercado.

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Em suma, a recuperação expressiva das ações COGN3 em 2025, com valorização superior a 240%, evidencia um momento de reaquecimento para a Cogna no cenário de investimentos. Embora os analistas se dividam sobre a sustentabilidade da alta, a preponderância do otimismo é notável, amparada por projeções positivas para os próximos semestres, impulsionadas pela captação, novas regulamentações e a expectativa de melhoria nos resultados operacionais da Kroton e Vasta. Para aprofundar seu conhecimento sobre as tendências do mercado e tomar decisões informadas, continue acompanhando as análises de economia em nosso blog e explore as demais editorias para se manter sempre atualizado.

Crédito da imagem: Divulgação

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