Desde o dia 8 de outubro, uma importante ação de saúde nos presídios do Amapá já garantiu atendimento a mais de mil internos, representando um marco significativo para o sistema penitenciário do estado. A iniciativa, que se estende até o dia 18 de outubro, abrange diversas unidades prisionais, visando à melhoria das condições de saúde dos apenados.
Na quarta-feira, 15 de outubro, a força-tarefa de saúde concentrou seus esforços no Cadeião, parte do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), localizado no Amapá. Esta é a maior unidade prisional do estado, abrigando uma população carcerária de aproximadamente 2.800 pessoas. O foco neste local demonstra a escala da operação e a intenção de impactar o maior número possível de detentos.
Ação de Saúde nos Presídios do Amapá Atende Mais de Mil Detentos
A gama de serviços oferecidos nesta extensa mobilização de saúde é abrangente. Incluem-se consultas médicas generalistas, essenciais para a detecção de quadros iniciais ou para a continuidade de tratamentos. Além disso, foram realizados testes rápidos para a identificação de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), como HIV e sífilis, e para hepatites B e C, fundamentais para o diagnóstico precoce e a interrupção da cadeia de transmissão dentro das unidades.
A campanha também enfatizou a imunização, disponibilizando vacinação conforme o calendário nacional, e procedeu à coleta de amostras de sangue e escarro. Este último procedimento é vital para a identificação e controle da tuberculose, uma doença que demanda atenção especial em ambientes carcerários devido à sua propagação. Paralelamente, a distribuição de medicamentos e a coleta de informações detalhadas sobre o estado de saúde dos presos são pilares dessa iniciativa, permitindo traçar um panorama sanitário e planejar ações futuras.
Segundo Cézar Delmondes, diretor em exercício do Iapen, esta operação é uma peça fundamental na estratégia de segurança implementada no presídio. Ele ressaltou o equilíbrio entre duas frentes cruciais: o combate implacável às facções criminosas e o fortalecimento da segurança dentro da instituição, sem jamais negligenciar a dignidade da pessoa humana. Tal perspectiva sublinha a complexidade da gestão penitenciária e o reconhecimento da saúde como um direito básico.
A amplitude e a logística da intervenção classificam-na como a maior do sistema prisional brasileiro quando considerada em proporção ao número de atendimentos. Isso evidencia um esforço considerável das autoridades amapaenses para elevar os padrões de saúde no ambiente prisional, servindo como modelo e inspiração para outras unidades federativas. Para mais informações sobre a política nacional de saúde prisional, é possível consultar o site do Ministério da Saúde, que detalha a Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade (PNAISP).
A chefe da Unidade de Saúde do Iapen, Nádia Ferreira, esclareceu que um dos principais objetivos da ação é criar um perfil epidemiológico da população carcerária. Compreender as prevalências de doenças e as necessidades de saúde dos detentos permite uma alocação mais eficiente de recursos e o desenvolvimento de programas de saúde mais eficazes e direcionados. A enfermeira destacou ainda a grande aceitação por parte dos custodiados. “Essa ação vem mostrar o perfil dessa população em relação a sua saúde. Desde o momento que começamos a ofertar essa ação nós estamos percebendo uma aceitação muito grande da população prisional, porque são atendimentos básicos que eram necessários”, afirmou.

Imagem: g1.globo.com
O modelo operacional da iniciativa funciona como uma triagem detalhada. Uma vez que uma doença é identificada durante as consultas ou testes, o preso é imediatamente encaminhado para o tratamento especializado apropriado, garantindo a continuidade do cuidado e evitando o agravamento de quadros clínicos. Este sistema proativo visa otimizar o fluxo de atendimento e assegurar que todos que necessitem recebam a atenção devida.
Um exemplo notável da abrangência da campanha ocorreu no sábado, dia 11 de outubro, quando os serviços foram integralmente estendidos à unidade prisional feminina. De acordo com a direção do Iapen, todas as detentas daquela unidade foram assistidas, garantindo que nenhum segmento da população carcerária fosse deixado de lado. Mais de 300 profissionais, incluindo equipes de saúde multidisciplinares e agentes de segurança, participaram ativamente da ação, demonstrando a colaboração entre diferentes setores para o sucesso da empreitada.
A estrutura de segurança do Cadeião também merece menção. A maior unidade prisional do Amapá conta com mais de 100 câmeras, um sistema robusto que complementa as ações de saúde ao assegurar um ambiente controlado para a realização dos atendimentos, reforçando a segurança tanto dos profissionais quanto dos internos.
Essa mobilização conjunta e multifacetada reafirma o compromisso com a saúde e a dignidade dentro do sistema prisional, transformando a realidade de muitos internos. A avaliação da enfermeira Nádia Ferreira reflete a necessidade premente de serviços de saúde básica no ambiente carcerário e o impacto positivo que iniciativas como esta podem gerar, criando um ambiente mais justo e humano para a recuperação e reintegração social.
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Em suma, a grande ação de saúde nos presídios do Amapá demonstrou ser uma intervenção exemplar, não apenas pelo número expressivo de detentos atendidos, mas pela profundidade e abrangência dos serviços prestados. A busca pelo perfil de saúde da população carcerária e a atenção à dignidade humana reforçam a importância de políticas públicas contínuas. Continue acompanhando nossas notícias na editoria de Cidades para mais informações sobre as iniciativas que transformam as comunidades e o estado.
Foto: Mariana Ferreira/g1
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