Justiça mantém prisão de acusado por feminicídio em Jacareí

A Justiça mantém prisão de acusado por feminicídio em Jacareí, no estado de São Paulo, em uma decisão judicial proferida nesta quarta-feira, 1º de julho. Gabriel da Silva Campos é apontado como responsável pelo assassinato de sua ex-companheira, Giovana Silva de Oliveira, de 18 anos, que teria sido morta com um golpe “mata-leão” na cidade de Jacareí. O crime brutal chocou a comunidade local no início de julho deste ano e o caso segue em acompanhamento pelas autoridades.

Após a ocorrência do delito, Gabriel da Silva Campos optou por se apresentar espontaneamente à Polícia Militar e foi posteriormente submetido a uma audiência de custódia. A decisão de manter sua prisão, datada de 1º de julho, foi emitida pelo juiz Marcos Augusto Barbosa dos Reis, responsável pela 1ª Vara Criminal de Jacareí. Essa medida visa assegurar a ordem pública e prevenir novas ações criminosas, dada a seriedade do delito.

Justiça mantém prisão de acusado por feminicídio em Jacareí

Em sua fundamentação, o magistrado enfatizou a natureza excepcionalmente grave do crime que está sob investigação. Para o juiz, a preservação da custódia cautelar do réu é crucial não apenas para proteger a sociedade de potenciais reincidências criminosas, mas também para reafirmar a estabilidade social. “Anoto que o crime ora apurado é de extrema gravidade. Razoável, assim, a manutenção da custódia cautelar do réu, para garantia da ordem pública, quer para evitar a reiteração criminosa, quer para resgatar a estabilidade”, destacou o juiz Marcos Augusto Barbosa dos Reis em seu parecer, reforçando a necessidade da medida de encarceramento preventivo.

A localização do corpo de Giovana Silva de Oliveira ocorreu em uma área de mata situada nas proximidades da ponte Nossa Senhora da Conceição, no bairro Jardim América, em Jacareí. A descoberta se deu após a mãe da jovem reportar seu desaparecimento à polícia, iniciando uma busca urgente por informações sobre seu paradeiro. Horas mais tarde, aproximadamente às 13h50, Gabriel compareceu a uma base da Polícia Militar. Ele não apenas indicou o local exato onde o corpo de Giovana se encontrava, como também descreveu em detalhes aos oficiais o modo como havia cometido o assassinato.

Segundo o Boletim de Ocorrência, Gabriel da Silva Campos relatou que utilizou “um estrangulamento com o braço, na modalidade conhecida como “mata-leão”, pelo tempo estimado de 10 a 15 minutos”. Essa confissão foi um elemento chave para a investigação e para a imediata formalização da acusação. As autoridades de segurança pública continuam acompanhando o desdobramento do caso, que tem mobilizado a opinião pública devido à sua gravidade e às circunstâncias que o envolveram.

Detalhes do depoimento e a reconstituição do crime

Durante seu depoimento prestado na delegacia, Gabriel da Silva Campos forneceu mais informações sobre os acontecimentos que antecederam e sucederam a morte de Giovana. Ele narrou que se reencontrou com sua ex-companheira e ambos passearam por diferentes pontos da cidade, até chegarem ao local do crime. Segundo ele, este ponto específico, próximo a uma área de correnteza, era um local que costumavam frequentar regularmente quando ainda mantinham seu relacionamento.

Conforme o relato contido no boletim de ocorrência, foi nesse ponto que a tentativa de reconciliação proposta por Gabriel foi veementemente rejeitada por Giovana. Diante da resistência dela em reatar o relacionamento, uma “acalorada discussão verbal” teve início, escalando rapidamente para agressões físicas. Gabriel afirmou que a vítima o teria “insultado, desferido tapas e arranhões”, o que, em suas palavras, o teria descontrolado e culminado em sua reação violenta, utilizando o golpe “mata-leão”. O relato indica que ele somente parou de aplicar o golpe quando percebeu que a jovem já não manifestava sinais vitais.

Imagem: g1.globo.com

Na tentativa de simular um cenário de sequestro e dificultar a identificação da causa da morte ou de seu corpo, Gabriel descreveu que retirou parte das vestimentas de Giovana. Em seguida, ele arrastou o corpo da vítima por cerca de trinta metros até escondê-lo em uma área de mata. Posteriormente, o acusado declarou no BO que retornou para a residência de seus pais e, após um período de reflexão sobre os seus atos, decidiu voluntariamente entregar-se à Polícia Militar. Sua justificativa para a entrega foi o “temor por sua integridade física”, mencionando que familiares da vítima e outros populares haviam começado uma perseguição em busca de sua captura.

Implicações jurídicas e a atuação da defesa

O processo judicial contra Gabriel da Silva Campos continua. A manutenção da prisão preventiva é uma medida crucial em casos de grande repercussão, onde há fortes indícios de autoria e materialidade, e que podem representar um risco à ordem pública ou à instrução processual. A Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104/2015) classifica esse tipo de crime como homicídio qualificado, com penas mais severas, devido à violência de gênero.

Neste estágio do processo, o g1, veículo que noticiou os fatos inicialmente, informou que buscou contato com o advogado responsável pela defesa de Gabriel, mas que até o momento da publicação original, não obteve retorno. A atuação da defesa será fundamental para contestar as acusações e apresentar os argumentos que entenderem pertinentes ao caso, que seguirá em apuração e julgamento.

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O caso do feminicídio de Giovana Silva de Oliveira e a decisão de manter a prisão de Gabriel da Silva Campos sublinha a seriedade com que a Justiça tem tratado os crimes de violência de gênero. Para mais informações e atualizações sobre este e outros temas relacionados à segurança pública em sua cidade, continue acompanhando a editoria de Cidades do Hora de Começar, acessando nosso conteúdo completo em https://horadecomecar.com.br/categoria/cidades.

Crédito da imagem: Reprodução/ TV Vanguarda