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Dólar Abre em Baixa Após Aprovação de Isenção do IR

O dólar abre em baixa nesta quinta-feira (2) ante o real, evidenciando uma oscilação influenciada pela valorização da moeda norte-americana no mercado internacional e pela análise do impacto da aprovação do projeto de isenção do Imposto de Renda pela Câmara dos Deputados, ocorrida na noite anterior. Investidores e analistas do mercado financeiro brasileiro continuam digerindo […]

O dólar abre em baixa nesta quinta-feira (2) ante o real, evidenciando uma oscilação influenciada pela valorização da moeda norte-americana no mercado internacional e pela análise do impacto da aprovação do projeto de isenção do Imposto de Renda pela Câmara dos Deputados, ocorrida na noite anterior. Investidores e analistas do mercado financeiro brasileiro continuam digerindo os desdobramentos de políticas fiscais internas e as implicações de um complexo cenário macroeconômico externo, com especial atenção à situação política nos Estados Unidos.

Ainda na manhã de hoje, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou em Brasília sobre a expectativa em relação ao projeto. O ministro demonstrou confiança, afirmando não prever obstáculos significativos para que a isenção do IR para cidadãos que percebem até R$ 5.000 mensais seja igualmente aprovada no Senado.

Dólar Abre em Baixa Após Aprovação de Isenção do IR

Por volta das 9h11, o dólar à vista registrava uma desvalorização de 0,32%, sendo negociado a R$ 5,311 no mercado de venda. Essa movimentação contrasta ligeiramente com o fechamento da véspera, na quarta-feira (1º), quando a moeda norte-americana havia apresentado uma alta de 0,10%, encerrando o dia cotada a R$ 5,328. O Ibovespa, por sua vez, registrou queda de 0,56%, atingindo a marca de 145.415 pontos, no mesmo período.

Cenário Externo: A Paralisação Governamental nos EUA

Além das pautas econômicas brasileiras, o mercado financeiro global e, consequentemente, o câmbio nacional, foram impactados significativamente pela paralisação parcial do governo dos Estados Unidos, conhecida como “shutdown”. Essa situação emergiu após o Senado norte-americano recusar a aprovação de um projeto de lei de gastos temporários que visava garantir o funcionamento de operações governamentais até o dia 21 de novembro.

O impasse reside em questões políticas profundas. Os democratas manifestaram objeção à proposta devido à negativa dos republicanos em anexar uma extensão para os benefícios de saúde, que beneficiam milhões de cidadãos americanos e que estão previstos para expirar no final deste ano. Por sua vez, os republicanos defendem que esta matéria específica seja debatida e votada separadamente, exacerbando as tensões entre os partidos e prolongando a crise orçamentária. Uma análise mais aprofundada sobre as políticas americanas e o histórico de paralisações pode ser encontrada em grandes plataformas de notícias econômicas internacionais como a Bloomberg.

Implicações e Duração da Paralisação Americana

A falta de um consenso claro para solucionar a situação acentua a preocupação. Este evento marca a 15ª paralisação governamental registrada desde 1981, e a sua duração é incerta, tornando o panorama ainda mais volátil para o mercado. Analistas independentes expressam apreensão de que o atual “shutdown” possa se estender por um período mais longo do que crises orçamentárias anteriores. Isso se deve, em grande parte, às recentes declarações do presidente Donald Trump e de autoridades da Casa Branca, que têm ameaçado impor sanções aos democratas através de cortes em programas governamentais e na folha de pagamento do funcionalismo federal, o que aumenta a resistência e a polarização.

Do ponto de vista orçamentário, a controvérsia gira em torno de um montante substancial: US$ 1,7 trilhão destinado às operações de agências federais, o que representa um quarto do orçamento total do governo dos EUA, estimado em US$ 7 trilhões anuais.

Efeitos Imediatos no Funcionamento Governamental e Mercado de Dados

Inicialmente, a principal consequência da ausência de financiamento se manifesta na interrupção das atividades rotineiras das agências. Relatórios econômicos cruciais, como o relatório de empregos payroll, tradicionalmente aguardado para as sextas-feiras, podem não ser publicados. Da mesma forma, os pedidos semanais de auxílio-desemprego, normalmente divulgados às quintas-feiras, podem ser postergados. Na prática, a paralisação se traduzirá em atrasos em viagens aéreas, suspensão de pesquisas científicas e na dispensa temporária (furlough) de até 750 mil funcionários federais, gerando um custo estimado de US$ 400 milhões ao governo por cada dia de interrupção.

O impacto mais grave para o mercado financeiro reside na paralisação das agências responsáveis pela coleta e divulgação de estatísticas econômicas. Dados essenciais, sobretudo os referentes ao emprego e à inflação, são considerados termômetros fundamentais da saúde econômica dos Estados Unidos. Tais indicadores são cruciais para nortear as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, e, consequentemente, influenciam diretamente as escolhas de investimento dos operadores de mercado globalmente.

Dólar Abre em Baixa Após Aprovação de Isenção do IR - Imagem do artigo original

Imagem: www1.folha.uol.com.br

A situação ganha uma dimensão ainda mais sensível dado o atual ciclo de corte de juros iniciado pelo Fed na reunião de setembro. A continuidade desses cortes está intrinsicamente ligada à evolução dos dados econômicos. A paralisação governamental, segundo análises especializadas, pode comprometer tanto a precisão quanto a pontualidade desses relatórios. Essa deterioração na qualidade e visibilidade sobre a economia eleva o grau de incerteza e torna a tomada de decisões por parte do Fed e dos investidores ainda mais desafiadora.

Análises e o Papel do Relatório ADP

“Para os investidores, a não publicação do payroll em momento em que o Fed está em processo de corte de juros é preocupante”, ressaltou José Faria Júnior, diretor da consultoria Wagner Investimentos, em um comunicado enviado a clientes. Essa apreensão é amplificada pela importância histórica do relatório oficial de empregos na formação das expectativas de mercado.

Nesse cenário de escassez de dados, o relatório de emprego ADP, divulgado na última quarta-feira, emerge como um dos poucos indicadores disponíveis para o mercado tentar inferir a dinâmica do setor. No entanto, Faria Júnior pondera: “Teremos que nos contentar com ele, um relatório que não tem sido bem correlacionado com o dado oficial e que não mostra a taxa de desemprego.”

Os números apresentados pelo relatório ADP indicaram que o setor privado dos Estados Unidos fechou 32 mil postos de trabalho no mês passado, um declínio que sucede a redução de 3.000 em agosto. Esta marca surpreendeu negativamente o mercado, que projetava a criação de 50 mil postos. Essa inesperada contração na empregabilidade tem levado investidores a intensificar suas apostas de que o Fed implementará cortes nas taxas de juros nas reuniões de outubro e dezembro. Tal expectativa exerce pressão de baixa sobre o dólar e sobre os rendimentos dos treasuries, os títulos do Tesouro norte-americano. Contudo, a cautela generalizada em relação às futuras divulgações e a instabilidade política estão induzindo à fuga de ativos considerados de risco, incluindo o real e outras moedas de mercados emergentes.

André Valério, economista sênior do Inter, ofereceu sua perspectiva: “Se o shutdown perdurar por muito tempo (o último, por exemplo, durou 35 dias), podemos ver o Fed mais cauteloso, pois ele não teria nem os dados do payroll nem os dados de inflação do CPI, sendo obrigado a tomar a decisão de juros apenas com dados alternativos.” Ele conclui que, mesmo nesse cenário prolongado e diante da predileção do Fed pelo mandato de emprego, “o corte em outubro se torna mais provável após o dado da ADP”, dadas as indicações do relatório sobre a desaceleração do mercado de trabalho.

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Este panorama detalha como fatores locais, como a aprovação da isenção do Imposto de Renda, se entrelaçam com desafios globais, exemplificados pela paralisação do governo dos EUA, para influenciar diretamente a economia brasileira e o comportamento do dólar. Para se manter atualizado sobre as análises e notícias que afetam seus investimentos e a economia nacional, explore mais artigos em nossa editoria de Economia.

Crédito da imagem: Gabriel Cabral – 26.jan.19/Folhapress

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