Um suspeito de feminicídio em Taiobeiras, no Norte de Minas Gerais, foi detido pela Polícia Civil nesta terça-feira (30). O homem de 38 anos é investigado pela morte da ex-companheira, de 33 anos, cujo corpo foi encontrado carbonizado em uma estrada rural em 12 de setembro, ao lado da motocicleta da vítima. A Polícia Civil informou que o crime teria sido motivado por um profundo “sentimento de posse” do agressor.
A detenção ocorreu em cumprimento a um mandado de prisão preventiva. As autoridades mobilizaram diversas equipes em operações contínuas para localizar o investigado, que permaneceu escondido em uma área de mata desde a data do homicídio. A informação sobre seu paradeiro foi recebida pelas equipes policiais na manhã de terça-feira, culminando na prisão imediata.
Suspeito de Feminicídio em Taiobeiras é Preso Pela Polícia Civil
De acordo com os levantamentos da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), mesmo sob a vigência de uma medida protetiva, o acusado teria arquitetado uma emboscada para a vítima. Ele a atraiu até um local ermo, utilizando como pretexto a entrega de valores monetários para as filhas que possuíam em comum. No ponto de encontro isolado, a mulher foi brutalmente agredida com golpes de um pedaço de madeira na região da cabeça, o que provocou um traumatismo cranioencefálico, causa de sua morte. Para tentar encobrir o crime hediondo, o autor incendiou o corpo da ex-companheira.
Os Detalhes Cruciais do Crime
O casal havia rompido o relacionamento há pouco tempo, e o “sentimento de posse” que o homem nutria pela ex-parceira é apontado pela investigação como a principal motivação. O corpo da mulher foi descoberto pela Polícia Militar após a família, preocupada com seu desaparecimento, informar que ela havia saído para encontrar o suspeito e não havia retornado. Subsequentemente, o agressor enviou uma mensagem de áudio para o próprio irmão, na qual confessou ter cometido o assassinato. O delegado Thiago Cavalcante ressaltou a importância da prisão. “Desde o início, mobilizamos equipes e realizamos diversas operações em áreas rurais na tentativa de localizá-lo. A prisão representa um passo fundamental para a responsabilização do autor e para a garantia de justiça à vítima e sua família”, afirmou.
Paralelamente às operações de busca, a PCMG manteve contato com a defesa do investigado, após o advogado sinalizar o interesse do cliente em se entregar. No entanto, após ser detido e interrogado, o suspeito optou por permanecer em silêncio. As autoridades reforçam que a ação contínua das forças de segurança foi determinante para que a justiça comece a ser feita.
Indiciamento e Penas Previstas
O inquérito que investiga o caso foi oficialmente concluído, resultando no indiciamento do suspeito. Ele responderá por feminicídio, que foi majorado por três agravantes específicos: a ocorrência de emboscada, a impossibilidade de defesa da vítima e o descumprimento de uma medida protetiva que estava em vigor para salvaguardar a segurança da mulher. Além disso, ele foi indiciado por tentativa de ocultação de cadáver. Se as acusações forem confirmadas em tribunal e ele for condenado por todos os crimes, as penas somadas poderão exceder 50 anos de reclusão. Atualmente, o suspeito encontra-se detido em um presídio, aguardando as deliberações da Justiça.

Imagem: g1.globo.com
Um Histórico de Violência Recorrente
O relacionamento entre o suspeito e a vítima perdurou por 14 anos, período no qual, conforme relatos da Polícia Militar no dia do crime, a mulher enfrentou constantes agressões físicas e ameaças por parte de seu então companheiro. Esse histórico de violência doméstica foi reiterado por uma ocorrência atendida pela Polícia Militar em 18 de julho do corrente ano, ocasião em que a vítima foi levada a um local seguro, afastado do convívio com o agressor. Naquela data, foram iniciadas ações para protegê-la. Saiba mais sobre o combate à violência contra a mulher acessando o portal do Conselho Nacional de Justiça sobre a Lei Maria da Penha.
Resposta das Autoridades e Proteção
Após o registro da ocorrência em julho, a mulher foi integralmente acolhida pela Rede de Proteção de Taiobeiras, uma iniciativa dedicada a amparar vítimas de violência doméstica. Por meio desta rede, ela teve acesso a assistências jurídica e psicossocial completas, além de receber apoio financeiro essencial para cobrir despesas com aluguel e alimentação, garantindo sua subsistência e segurança. Acompanhada por escolta policial, a vítima pôde retirar seus pertences pessoais da residência que compartilhava com o ex-companheiro. Além disso, foi-lhe insistentemente recomendado pelas autoridades que mantivesse distância do homem, enfatizando a existência da medida protetiva já imposta contra ele.
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A prisão do homem em Taiobeiras é um passo significativo para a justiça em um caso brutal de feminicídio. Este trágico evento reforça a importância das medidas protetivas e da atuação contínua das redes de apoio às vítimas de violência doméstica. Continue acompanhando as atualizações sobre este e outros casos na nossa editoria de Cidades e demais notícias relevantes em nosso portal.
Crédito da imagem: Montagem/g1; Polícia Militar
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