A Polícia Civil deflagrou nesta quarta-feira, 1º de maio, uma vasta operação para desmantelar um grupo criminoso que se utilizava de **golpes deepfake de famosos** para aplicar fraudes sofisticadas em vendas de produtos pela internet. As investigações revelaram um esquema complexo que explorava a credibilidade de celebridades como Gisele Bündchen para enganar consumidores, acumulando um montante que pode chegar a R$ 210 milhões em prejuízos. Até a publicação desta matéria, quatro indivíduos foram detidos.
A ofensiva policial executou um total de 26 ordens judiciais. Isso incluiu nove mandados de busca e apreensão, sete de prisão preventiva, além do sequestro e da indisponibilidade de dez veículos de luxo. A ação abrangeu também o bloqueio de 21 ativos, que incluem investimentos, aplicações financeiras, contas bancárias e carteiras de criptoativos, distribuídos em cinco estados brasileiros: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Bahia e Pernambuco. As autoridades seguem na apuração para localizar mais envolvidos e reverter o prejuízo das vítimas.
Alvo de Operação: Grupo Por Golpes Deepfake Famosos de Vendas
O foco central dos golpes deepfake de famosos era a venda de produtos inexistentes. Em um dos exemplos mais emblemáticos descobertos, os criminosos veiculavam vídeos com uma falsa Gisele Bündchen, onde a imagem e voz da modelo eram artificialmente recriadas para anunciar uma promoção “imperdível” de malas de viagem. O produto seria “de graça”, mas os interessados precisavam pagar apenas o frete. Os pagamentos, invariavelmente, levavam as vítimas a sites fraudulentos, meticulosamente elaborados para parecerem legítimos. Após o desembolso, o prometido item jamais chegava ao destinatário, e o dinheiro caía diretamente em contas de fachada gerenciadas pelos estelionatários.
A Sofisticação dos Golpes Deepfake
A delegada Isadora Galian destacou a notável sofisticação técnica por trás das fraudes. “O que chamou a atenção dos investigadores não foi apenas o valor relativamente baixo do prejuízo, R$ 44,57 cobrados como taxa de frete, mas a sofisticação técnica por trás do golpe”, relatou a delegada. “Os criminosos haviam criado um vídeo com deepfake da imagem e voz de Gisele Bündchen, fazendo parecer que a modelo estava realmente promovendo o produto inexistente”. Além da supermodelo, as investigações também identificaram o uso fraudulento de imagens de outras celebridades e apresentadoras conhecidas, como Angélica Huck, Juliette, Maísa e Sabrina Sato, evidenciando a amplitude do alcance e a complexidade dos ataques digitais empregados.
Início da Investigação e Identificação dos Suspeitos
A investigação teve seu ponto de partida após uma denúncia crucial feita por uma mulher no Rio Grande do Sul. A partir de seu relato, a Polícia Civil pôde traçar a rota dos criminosos, que operavam com a criação de perfis falsos em redes sociais para anunciar as campanhas publicitárias enganosas. Esses perfis usavam nomes fictícios e dados fabricados, e frequentemente se valiam de Redes Privadas Virtuais (VPNs) para mascarar a localização geográfica dos golpistas. Apesar dessa estratégia de ocultação, as identidades reais dos estelionatários foram, eventualmente, descobertas pelos investigadores, que mapearam suas atividades digitais e financeiras.
Ostentação e a Rede de Multiplicação de Golpes
A análise dos perfis verdadeiros dos envolvidos nas fraudes revelou um padrão preocupante de ostentação, onde os ganhos ilícitos com os **golpes deepfake de famosos** eram publicamente exibidos. Veículos de luxo, como Porsche Cayenne S, Range Rover Velar, BMW 430i e motocicletas BMW, eram constantemente mostrados, denotando uma clara intenção de celebrar os lucros das atividades criminosas. Mais chocante ainda, a delegada Isadora Galian relatou um episódio em que um dos golpistas debochou de uma vítima, mencionando que, após ela perder R$ 800, ele teria declarado: “disse que colocou R$ 200. Perdeu. Depois colocou mais 600”. Além da ostentação, a Polícia Civil identificou que um dos principais estelionatários chegava a oferecer “mentorias”, ensinando técnicas avançadas de golpes digitais para seus seguidores, fomentando uma verdadeira rede de multiplicação do crime e disseminando o conhecimento de como aplicar essas fraudes.

Imagem: g1.globo.com
Prevenção Contra Fraudes Digitais e Deepfakes
Diante do aumento e da sofisticação de golpes como estes, a Polícia Civil emitiu uma série de alertas fundamentais para a proteção da população contra fraudes digitais, especialmente aquelas que envolvem o uso de deepfakes. É crucial sempre desconfiar de promoções que pareçam “imperdíveis” ou excessivamente vantajosas, sobretudo quando protagonizadas por celebridades. Recomenda-se veementemente a verificação da autenticidade dos perfis que divulgam essas ofertas, buscando por selos de verificação e avaliações de outros usuários. Antes de efetuar qualquer compra, é prudente pesquisar a reputação da empresa em plataformas de avaliação, como o Reclame Aqui. Nunca se deve fornecer dados pessoais sensíveis ou realizar pagamentos sem antes ter plena certeza da legitimidade da oferta. Qualquer mínima suspeita de golpe, mesmo que envolva um valor irrisório, deve ser denunciada às autoridades de imediado para ajudar nas investigações e prevenção de crimes. Para mais informações e como se proteger de crimes cibernéticos, o site da Polícia Civil do Rio Grande do Sul oferece diversas orientações.
Uma das descobertas mais preocupantes da investigação é que a grande maioria das vítimas não costuma denunciar esses golpes. A delegada Isadora Galian explica que “Por cobrarem valores relativamente baixos, geralmente entre R$ 20 e R$ 100, muitas pessoas simplesmente ‘engoliam o prejuízo’ sem procurar as autoridades”. Essa falta de denúncias gera uma perigosa “imunidade estatística” para os criminosos, que, cientes de que a maioria não buscará justiça, sentem-se à vontade para operar em larga escala sem temer maiores consequências. A denúncia, portanto, é um passo crucial para desarticular essas organizações.
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A operação contra os **golpes deepfake de famosos** no Rio Grande do Sul e outros quatro estados demonstra a crescente ameaça dessas fraudes digitais. Com um esquema que arrecadou milhões e se aproveitou da confiança pública nas celebridades, o caso serve de alerta sobre a importância da cautela online e da colaboração das vítimas para que a justiça seja feita. Mantenha-se informado sobre esses desdobramentos e outras notícias relevantes, explorando a nossa editoria de Celebridade para acompanhar o impacto social e digital que as figuras públicas exercem.
Crédito da Imagem: Polícia Civil/Divulgação
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