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Filho mata advogado por disputa de fazenda em Jussara, conclui polícia

A polícia goiana formalizou a conclusão de que o filho de um advogado septuagenário foi o responsável por sua morte brutal. Alandelon Wanderlei de Oliveira, primogênito de Adeon Paula de Oliveira, de 75 anos, foi oficialmente indiciado pelo assassinato do pai. O crime, conforme apontado pelas investigações conduzidas pelo delegado Ricardo Ramos e divulgadas inicialmente […]

A polícia goiana formalizou a conclusão de que o filho de um advogado septuagenário foi o responsável por sua morte brutal. Alandelon Wanderlei de Oliveira, primogênito de Adeon Paula de Oliveira, de 75 anos, foi oficialmente indiciado pelo assassinato do pai. O crime, conforme apontado pelas investigações conduzidas pelo delegado Ricardo Ramos e divulgadas inicialmente ao g1, teria como epicentro uma acirrada disputa financeira familiar, desencadeada por bens imobiliários, em particular a posse e venda de uma fazenda localizada no interior do estado.

Este desdobramento ocorre após intensas apurações. A formalização do inquérito policial e seu subsequente envio ao Ministério Público, na quinta-feira, 25 de abril, marcam uma etapa decisiva no processo. O advogado Adeon Paula de Oliveira foi encontrado sem vida em sua propriedade rural, na zona de Jussara, situada no nordeste de Goiás, em 23 de fevereiro. As evidências e depoimentos reunidos durante os trabalhos periciais e investigativos solidificaram a linha de que a motivação se enraizou em profundos conflitos de ordem patrimonial.

Filho mata advogado por disputa de fazenda em Jussara, conclui polícia

As investigações do delegado Ricardo Ramos apontaram que Adeon Paula de Oliveira sofreu dois disparos na cabeça, supostamente efetuados por Alandelon. A narrativa inicial do filho, de que havia encontrado o pai já sem vida no local, foi confrontada por indícios colhidos pelas autoridades. Embora a arma utilizada no crime não tenha sido localizada até o momento, a solidez do conjunto probatório levou ao indiciamento por homicídio qualificado. Esta qualificação, conforme explicou Ramos, fundamenta-se na incapacidade da vítima de oferecer defesa e na torpeza do motivo que impulsionou o ato criminoso. O desfecho das apurações sublinha a gravidade das circunstâncias e a seriedade com que as autoridades trataram o caso, buscando elucidar os pormenores de um crime que abalou a comunidade.

A intrincada motivação principal para a tragédia, segundo as apurações do delegado Ricardo Ramos, mergulha em uma complexa teia de interesses financeiros e patrimoniais que se desenrolava há anos entre pai e filho. Tudo começou há aproximadamente uma década, quando Adeon Paula de Oliveira presenteou seu filho, Alandelon, com uma propriedade rural significativa, a Fazenda Portal do Sol, cujo valor de mercado na época era estimado em R$ 17 milhões. Em uma coincidência notável, o advogado também possuía, em proximidade geográfica, outra fazenda, a Salamanca, que detinha um valor de avaliação praticamente idêntico ao da propriedade cedida ao filho. Este arranjo inicial parecia consolidar a generosidade do pai para com a família.

Contudo, a harmonia familiar começou a ruir quando Alandelon expressou seu desejo de vender a Fazenda Portal do Sol para adquirir outras terras que estivessem mais próximas da cidade de Jussara. Diante dessa manifestação, Adeon propôs um acordo que visava otimizar a gestão do patrimônio familiar: ele venderia sua Fazenda Salamanca, avaliada também em cerca de R$ 17 milhões, e entregaria o montante da venda ao filho. Em contrapartida, Adeon passaria a ter o domínio efetivo da Fazenda Portal do Sol. Para contornar os altos custos e burocracia associados a uma nova transferência de titularidade, eles decidiram, de forma informal, manter a Fazenda Portal do Sol registrada em nome de Alandelon, enquanto Adeon a administrava de fato, assumindo sua posse.

A manobra, que visava uma simplificação tributária e processual, transformou-se no cerne da discórdia familiar e no catalisador para a tragédia. Anos mais tarde, aproveitando-se do fato de que a Fazenda Portal do Sol ainda estava legalmente registrada em seu nome, Alandelon procedeu à realização de dezenas de empréstimos hipotecários. Estas transações financeiras foram conduzidas sem qualquer conhecimento ou consentimento de seu pai. O volume de dívidas contraídas de forma oculta atingiu a expressiva quantia de R$ 22 milhões, superando até mesmo o valor de avaliação original da fazenda.

Cerca de um ano antes da morte de Adeon, a descoberta dessas movimentações financeiras ilícitas desencadeou uma das maiores discussões entre pai e filho. Adeon ficou estarrecido ao saber que seu patrimônio estava hipotecado em milhões, sem sua anuência. Essa revelação intensificou o conflito e levou o advogado a uma decisão drástica: ele venderia a fazenda para quitar as dívidas e reverter a situação. A atitude foi fortemente combatida por Alandelon, pois a venda imediata forçaria o pagamento antecipado das obrigações, comprometendo seus próprios arranjos financeiros.

O ponto crítico da contenda se estabeleceu na semana do homicídio. Adeon informou a Alandelon que já havia encontrado um comprador e planejava fechar o negócio da Fazenda Portal do Sol na próxima segunda ou terça-feira. Este ultimato, que representava a iminente materialização da perda financeira para o filho e a resolução do problema para o pai, culminou no cenário trágico. Foi no domingo subsequente, no clímax dessa escalada de tensões, que Adeon Paula de Oliveira foi assassinado na propriedade menor onde residia na ocasião, tendo seu filho Alandelon prontamente identificado como o principal suspeito pela polícia.

A defesa de Alandelon Wanderlei de Oliveira reagiu publicamente às conclusões da polícia com “absoluta surpresa”, conforme expresso em nota oficial. Os advogados do indiciado alegam que as investigações foram precipitadas, encerradas antes que a defesa pudesse protocolar documentos considerados essenciais para comprovar a “absoluta inocência” de Alandelon. Segundo a nota, a comunicação do encerramento do inquérito ocorreu justamente no momento em que a equipe jurídica se preparava para entregar essa documentação à delegacia. Diante deste cenário, a defesa já entrou em contato com a assessoria do Ministério Público e está aguardando retorno para apresentar os novos elementos. O objetivo é solicitar novas diligências, com o intuito de reabrir a investigação e identificar o que eles classificam como o “verdadeiro autor” deste crime brutal. Tal postura da defesa destaca a complexidade e as múltiplas perspectivas envolvidas no processo, prometendo ainda muitos capítulos de debates e averiguações judiciais.

Até a mais recente atualização desta reportagem, o delegado Ricardo Ramos ainda não havia confirmado se o Ministério Público aceitou integralmente as conclusões do inquérito e se a denúncia formal contra Alandelon Wanderlei de Oliveira já foi apresentada. De acordo com informações obtidas junto ao Tribunal de Justiça de Goiás, Alandelon segue respondendo pelo processo criminal em liberdade provisória, indicando que a justiça segue seu curso com as etapas subsequentes, como o julgamento. Casos de grande repercussão, como este, continuam a ser acompanhados de perto. Para estar sempre informado sobre os desdobramentos de processos importantes e as principais notícias de Goiás, continue acessando fontes confiáveis de informação.

Confira também: artigo especial sobre leis e valortrabalhista

Este trágico episódio na cidade de Jussara evidencia as complexidades e os perigos de disputas familiares que extrapolam limites legais e morais. A investigação policial e os futuros passos do sistema judiciário buscarão desvendar totalmente as motivações e responsabilidades neste grave crime. Para se manter atualizado sobre casos de destaque na justiça e outros assuntos importantes que impactam nosso estado, continue navegando pela editoria de Goiás em nosso portal, acessando nossas matérias mais recentes sobre a região.

Crédito da imagem: Foto: Reprodução/TV Anhanguera

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