A presença de gambás na escola municipal de educação infantil EMEI Ana dos Santos Gabarra, localizada no Jardim Irajá, na zona Sul de Ribeirão Preto (SP), tem causado grande apreensão entre pais e responsáveis. Há mais de um mês, os pais relatam a invasão desses animais no forro da unidade de ensino, expondo cerca de 300 crianças, com idades que variam de um ano e dez meses a seis anos incompletos, a um ambiente insalubre e desagradável, com forte cheiro de fezes e urina dos animais.
A situação, que já dura mais de trinta dias, persiste mesmo após os registros formais de denúncias e diversos contatos estabelecidos pelos pais com a Secretaria Municipal da Educação. A comunidade escolar aguarda uma resposta eficaz e uma resolução definitiva para o problema, que tem impactado diretamente o cotidiano dos estudantes.
Gambás na Escola: Pais Denunciam Infestação em Ribeirão Preto
A infestação dos marsupiais foi identificada em ao menos uma das salas de aula, no forro do ambiente. O odor provocado pela presença dos animais levou à interdição da sala, cujo espaço originalmente comportava até quinze alunos. Para acomodar as crianças desalojadas, os alunos foram remanejados para outras turmas, o que resultou na duplicação do número de estudantes em outras salas, alcançando trinta crianças em um mesmo ambiente, sobrecarregando os espaços disponíveis.
Repercussões Diárias e o Impacto na Rotina Escolar
A descoberta do problema por parte de Joice Denardi, mãe de uma das alunas, ilustra a forma como as famílias ficaram cientes da infestação. Segundo Joice, sua filha chegou em casa relatando alterações em sua rotina escolar, especificamente sobre não dormir em sua própria sala. Ao indagar a professora, Joice recebeu a confirmação sobre a infestação de gambás no forro da sala, inviabilizando o uso do espaço. As crianças precisaram ser transferidas, um fato que, embora necessário para a segurança, trouxe consigo uma série de novos desafios para a organização da escola.
A superlotação, uma consequência direta da interdição de uma sala, se tornou uma preocupação primordial. “O problema é que as salas são pequenas, comportam em torno de 15 alunos, que é o que tem. Agora, com a interdição, colocaram 30 crianças no mesmo espaço”, desabafou Joice Denardi, sublinhando a dificuldade de aprendizado e convivência em um ambiente com o dobro da capacidade ideal.
Saúde dos Alunos em Risco e o Apelo por Ação
Além do desconforto gerado pela aglomeração, a exposição continuada ao ambiente insalubre já se reflete na saúde de algumas crianças. Daniene Teresinha Rodrigues, outra mãe de aluno, revelou que seu filho tem apresentado problemas respiratórios em decorrência da situação. A indignação é notável: “A gente já entrou em contato com a Secretaria, a direção também acionou órgãos públicos, mas até agora nada foi resolvido”, afirma Daniene, que completa: “Retiraram quatro gambás, mas ainda tem outros. O que queremos é que nossos filhos estejam em um ambiente limpo.” A presença contínua de novos animais levanta questionamentos sobre a eficácia das ações realizadas até o momento e a urgência de uma solução completa.
É importante ressaltar que a convivência com animais silvestres, como os gambás, em ambientes urbanos pode gerar riscos à saúde pública, como a transmissão de zoonoses. Instituições como a Fiocruz divulgam informações e campanhas sobre a prevenção de doenças transmitidas por animais, enfatizando a necessidade de manejo adequado em situações de infestação, especialmente em locais frequentados por crianças, que possuem o sistema imunológico em desenvolvimento.

Imagem: g1.globo.com
A Resposta da Secretaria Municipal de Educação
Em nota oficial, a Secretaria da Educação de Ribeirão Preto confirmou a problemática dos gambás na EMEI Ana dos Santos Gabarra. A pasta informou que já providenciou a contratação de uma empresa especializada para realizar a remoção dos animais, garantindo que o procedimento seja executado de forma profissional e humanitária. O compromisso reiterado pela Prefeitura é com a segurança das crianças e com a preservação ambiental, assegurando que todas as etapas de retirada dos gambás cumpram os critérios de proteção aos animais silvestres.
Segundo o comunicado da Secretaria, os gambás capturados estão sendo retirados do local e encaminhados para uma reserva ambiental adequada, visando sua reintrodução segura em seu habitat natural e a proteção da fauna. A pasta também destacou que, após a finalização da remoção dos marsupiais, será promovida uma limpeza e higienização completa de todos os espaços afetados na escola. Essa medida é crucial para eliminar quaisquer resquícios que possam comprometer a saúde e o bem-estar dos alunos e funcionários, permitindo que a sala interditada seja reintegrada ao uso.
A situação exige uma coordenação eficiente entre os órgãos públicos e a comunidade para garantir não apenas a remoção imediata dos gambás, mas também a implementação de medidas preventivas futuras. O objetivo é assegurar que a EMEI Ana dos Santos Gabarra ofereça um ambiente de aprendizado seguro e higiênico para todas as crianças atendidas.
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A comunidade escolar de Ribeirão Preto aguarda o desfecho das ações da prefeitura para que os alunos possam retomar suas atividades em um ambiente completamente seguro e adequado. Para se manter informado sobre esta e outras notícias que afetam o cotidiano de nossas cidades, continue acompanhando a editoria de Cidades.
Crédito da imagem: Arquivo pessoal EMEI Ana dos Santos Gabarra
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