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Subsecretário Alvo em Investigação da Morte de Ex-Delegado

Uma operação da Polícia Civil investigou o subsecretário de Gestão e Tecnologia da Prefeitura de Praia Grande, no litoral de São Paulo, Sandro Pardini, como um dos alvos relacionados à execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes. A ação cumpriu mandados de busca e apreensão na segunda-feira, 29, em endereços de Praia Grande, Santos e São […]

Uma operação da Polícia Civil investigou o subsecretário de Gestão e Tecnologia da Prefeitura de Praia Grande, no litoral de São Paulo, Sandro Pardini, como um dos alvos relacionados à execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes. A ação cumpriu mandados de busca e apreensão na segunda-feira, 29, em endereços de Praia Grande, Santos e São Vicente, com o objetivo de reunir provas sobre possíveis irregularidades em contratos municipais durante o período em que Fontes atuou como secretário de Administração.

De acordo com informações obtidas, foram recolhidos na residência do subsecretário computadores, cartões bancários, documentos, um aparelho celular, três registros de armas de fogo e um de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC). A equipe policial também encontrou e apreendeu uma considerável quantia em dinheiro, totalizando R$ 50.000 em reais, US$ 10.030 em dólares e € 1.135 em euros. Dentre o montante, R$ 8.000 estavam acompanhados de bilhetes que indicavam uma divisão da quantia entre um homem e uma mulher, fatos agora sob a lupa das autoridades competentes.

Subsecretário Alvo em Investigação da Morte de Ex-Delegado

O episódio remete à morte do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, ocorrida em 15 de setembro do ano passado, logo após cumprir sua jornada na Secretaria de Administração da prefeitura. Até o presente momento, quatro indivíduos foram detidos sob suspeita de envolvimento no homicídio: Dahesly Oliveira Pires, Luiz Henrique Santos Batista (conhecido como Fofão), Rafael Marcell Dias Simões (conhecido como Jaguar) e Willian Silva Marques. Outros quatro suspeitos foram identificados, mas seguem foragidos: Felipe Avelino da Silva, Flávio Henrique Ferreira de Souza, Luiz Antonio Rodrigues de Miranda e Umberto Alberto Gomes.

Em defesa do subsecretário, os advogados Patrícia Britto, Octávio Rolim e Beatriz Mancio, emitiram nota informando que Sandro Pardini prestou depoimento como testemunha e não é considerado um investigado no caso, sustentando sua inocência. A defesa ressaltou a natureza sigilosa do processo, o que impede detalhamentos sobre a apuração do crime. Pardini é servidor público desde outubro de 2002. Após pedir exoneração do cargo de secretário-adjunto de Habitação em março de 2023, foi nomeado subsecretário de Gestão e Tecnologia em janeiro deste ano.

A Ação Policial e as Provas Recolhidas

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou que nove mandados foram cumpridos na operação, que resultou na apreensão de telefones celulares, eletrônicos e outros itens pertinentes à investigação. O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da capital paulista coordenou a ação, que teve o apoio de policiais de Santos e Praia Grande, com a pasta optando por preservar detalhes para não comprometer a autonomia dos trabalhos investigativos. Para mais informações sobre as ações e operações da polícia no estado, consulte o site da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

Os Endereços Verificados e Marcas da Impunidade

Duas residências foram objeto de minuciosa investigação por suspeita de ligação com o grupo criminoso. Uma delas, em Praia Grande, localizada na Rua Campos de Jordão, no Jardim Imperador — a cerca de dez minutos do local do assassinato — foi identificada a partir do depoimento de Dahesly, a única mulher detida até o momento. Conforme apurações do DHPP, Dahesly teria se deslocado de Diadema para buscar fuzis usados no crime neste imóvel, seguindo ordens de Luiz Antonio; no entanto, as armas não foram encontradas. A fachada do local foi pichada com frases como ‘Justiça tarda + não falha’, além de símbolos e iniciais, registrando a revolta da comunidade.

Outro imóvel em Mongaguá, cidade vizinha, também serviu de base para a quadrilha. O local havia sido alugado por Flávio Henrique duas semanas antes do homicídio, por R$ 1.000, com nova locação em setembro. Ambas as residências foram periciadas, resultando na coleta de diversas impressões digitais, peças fundamentais para a identificação dos envolvidos.

Subsecretário Alvo em Investigação da Morte de Ex-Delegado - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

Identificação dos Suspeitos: Presos e Foragidos

A investigação policial resultou na identificação e na detenção de parte dos envolvidos, enquanto outros permanecem evadidos da Justiça. Confira a situação dos suspeitos:

  • Felipe Avelino da Silva (foragido): Conhecido como Mascherano no Primeiro Comando da Capital (PCC), 33 anos. DNA encontrado em um dos veículos utilizados na ação.
  • Luiz Antonio Rodrigues de Miranda (foragido): 43 anos, é procurado sob suspeita de ter ordenado a Dahesly que buscasse um dos fuzis usados na execução.
  • Flávio Henrique Ferreira de Souza (foragido): 24 anos, também teve seu DNA detectado em um dos carros envolvidos no crime.
  • Willian Silva Marques (preso): 36 anos, proprietário da residência em Praia Grande apontada como base da quadrilha.
  • Dahesly Oliveira Pires (presa): 25 anos, detida em 18 de outubro, é suspeita de buscar o fuzil na Baixada Santista.
  • Luiz Henrique Santos Batista (preso): Conhecido como Fofão, 38 anos, preso em 19 de outubro em São Vicente (SP), suspeito de organizar a logística da execução.
  • Rafael Marcell Dias Simões (preso): Conhecido como Jaguar, 42 anos, entregou-se em 20 de outubro no DP Sede de São Vicente, suspeito de participar do assassinato.
  • Umberto Alberto Gomes (foragido): 39 anos, seu DNA foi encontrado na residência em Mongaguá supostamente utilizada pelos criminosos.

A Trajetória de Ruy Ferraz Fontes

Ruy Ferraz Fontes, figura proeminente na segurança pública paulista, acumulou mais de 40 anos de serviços dedicados à Polícia Civil, ocupando a posição de delegado-geral de São Paulo entre 2019 e 2022. Sua carreira foi marcada pela atuação decisiva no combate ao crime organizado e pelo pioneirismo nas investigações sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Com formação em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo e pós-graduação em Direito Civil, Fontes liderou divisões importantes, incluindo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), o Departamento Estadual de Investigações contra Narcóticos (Denarc) e a diretoria do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap). No Deic, nos anos 2000, como chefe da 5ª Delegacia de Roubo a Bancos, ele iniciou as investigações sobre o PCC, sendo crucial para a prisão de lideranças da facção e o mapeamento de sua complexa estrutura criminosa.

Sua expertise foi fundamental durante os violentos ataques de maio de 2006, promovidos pelo PCC contra as forças de segurança em São Paulo. No comando da Delegacia Geral de Polícia entre 2019 e 2022, Fontes foi o responsável por orquestrar a transferência de líderes do PCC de penitenciárias paulistas para unidades federais em outros estados, uma medida estratégica para diminuir o poder da organização criminosa dentro dos presídios. Além de sua atuação policial, Fontes foi professor de Criminologia e Direito Processual Penal, participando de cursos no Brasil, França e Canadá. Aposentado da Polícia Civil, ele assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande em janeiro de 2023, cargo que ocupava até ser assassinado.

Confira também: artigo especial sobre leis e valortrabalhista

As investigações sobre a morte do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes seguem em andamento, com as autoridades trabalhando para esclarecer completamente os fatos e responsabilizar todos os envolvidos, incluindo a apuração das irregularidades que levaram à investigação do subsecretário Sandro Pardini. Acompanhe a nossa editoria de Cidades para mais atualizações sobre este e outros casos relevantes na região.

Foto: Redes sociais e Prefeitura de Praia Grande

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