Um grave caso de feminicídio em São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná, chocou a comunidade e foi elucidado pela Polícia Civil. O homem responsável pela morte da própria esposa, de 37 anos, simulou um assalto para encobrir o crime, mas a investigação minuciosa das autoridades desvendou a farsa. O suspeito foi localizado e preso 13 dias após o ocorrido, em 13 de setembro, conforme divulgado em 28 de setembro de 2025.
Inicialmente registrado como latrocínio – roubo seguido de morte –, o crime levantou suspeitas devido a detalhes que não se encaixavam na narrativa apresentada pelo principal envolvido. As apurações subsequentes rapidamente desviaram o foco para um assassinato premeditado, configurando o brutal feminicídio.
Feminicídio em São Miguel: Homem Mata Esposa e Simula Assalto
A vítima foi assassinada com um tiro na cabeça em sua residência. Após o ato violento, o homem utilizou o aparelho celular da mulher para forjar uma mensagem. Enviando “bom dia povo” a um grupo familiar às 5h31 da manhã, ele tentou solidificar a versão de um suposto assalto. No entanto, a polícia constatou que a mulher já havia falecido aproximadamente às 5h20, evidenciando uma tentativa desesperada de despistar as autoridades e os familiares. Essa mensagem, pouco habitual para a vítima, gerou imediata desconfiança entre os membros da família, que haviam criado o grupo para organizar a festa de aniversário da mãe da vítima, programada para acontecer no mesmo dia trágico.
A Elaborada Tentativa de Desviar Suspeitas do Crime
Além da manipulação das provas digitais, o suspeito foi encontrado com um ferimento no peito, supostamente provocado por ele mesmo. A intenção era simular que ele também havia sido vítima de um ataque, fortalecendo a narrativa do assalto. Tal artifício resultou na sua internação em estado grave no dia do crime, contribuindo para que o caso fosse tratado, em um primeiro momento, como um latrocínio pelas equipes de atendimento e pela polícia. Essa manobra complexa indicava a premeditação e o esforço em ludibriar os investigadores sobre o verdadeiro motivo e autoria da morte da mulher. A seriedade de seus ferimentos também foi uma tática para ganhar tempo e evitar questionamentos iniciais mais aprofundados.
As Pistas Cruciais da Investigação Policial no Oeste do Paraná
A virada na investigação veio com a análise detalhada de imagens captadas por câmeras de segurança instaladas na própria residência do casal, as quais não foram apagadas pelo autor do crime. Conforme detalhado pelo delegado responsável, as gravações, juntamente com áudios e reflexos capturados por uma porta de vidro, foram determinantes para reconstruir a dinâmica dos eventos. Elas indicaram o momento exato do disparo, por volta das 5h20, revelando que a vítima ainda estava deitada quando foi atingida. A arma utilizada no feminicídio foi posteriormente localizada na propriedade da família. Há, inclusive, indícios de que o corpo da mulher possa ter sido arrastado até a área externa da residência, onde foi finalmente encontrado, adicionando outra camada de premeditação à ação criminosa.
O Contexto Familiar e o Chocante Desvendamento
O casal mantinha um relacionamento há 12 anos e tinha um filho de 11 anos, o que intensificou o choque da família e da comunidade. Em março do mesmo ano, a mulher havia celebrado a cura de um câncer de mama, um evento que trazia esperança para seu futuro, tragicamente interrompido. Familiares descreveram a relação como “muito tranquila” e sem “histórico de violência”, o que os levou a não desconfiar do homem inicialmente. Uma sobrinha da vítima expressou a dificuldade em aceitar a verdade: “No começo a gente não desconfiava que foi ele o autor, mas as provas foram surgindo, e foi muito difícil de acreditar.” O desenrolar da investigação, com a coleta de evidências robustas, confrontou a percepção de normalidade, expondo a violência que se ocultava por trás da fachada familiar.
Mandado de Prisão e Ação da Justiça
A Justiça expediu um mandado de prisão preventiva contra o suspeito diante do volume de provas e da clara indicação de autoria. Ele foi posteriormente localizado escondido em um hotel na mesma cidade, onde foi detido. A motivação exata do feminicídio não foi amplamente divulgada pelas autoridades até o momento. Este caso destaca a importância da Lei nº 13.104/2015, que qualificou o crime de feminicídio no Código Penal Brasileiro, reforçando o combate a este tipo de violência contra a mulher.
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A elucidação deste crime reforça o compromisso das forças de segurança do Paraná em investigar a fundo e garantir que a justiça seja feita. A complexidade do caso de feminicídio em São Miguel do Iguaçu ressalta a importância de uma atenção contínua à violência doméstica e à segurança das mulheres. Para acompanhar outras notícias sobre crimes e investigações na região e em outras localidades do Brasil, explore nossa editoria de Cidades em Horadecomecar.com.br.
Crédito da imagem: Reprodução Polícia Civil / Arquivo Pessoal
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