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Sanções da ONU ao Irã Serão Retomadas Pós-Falha Diplomática

O restabelecimento das sanções da ONU ao Irã é iminente, confirmado para este sábado, 27 de outubro, em um cenário de impasse nas negociações. Após o fracasso das conversas entre diversas nações europeias e o governo de Teerã, as severas restrições internacionais, suspensas em 2015, voltam a entrar em vigor. A decisão unilateral iraniana de […]

O restabelecimento das sanções da ONU ao Irã é iminente, confirmado para este sábado, 27 de outubro, em um cenário de impasse nas negociações. Após o fracasso das conversas entre diversas nações europeias e o governo de Teerã, as severas restrições internacionais, suspensas em 2015, voltam a entrar em vigor. A decisão unilateral iraniana de considerar o retorno das sanções ilegais não impediu o processo, que vem sendo acompanhado de perto pela comunidade global preocupada com o programa nuclear da república islâmica. As sanções abrangem um leque de medidas, desde embargo de armas até impactos econômicos significativos.

A retomada dessas medidas punitivas é o resultado direto da ativação do chamado mecanismo de “snapback”. Reino Unido, França e Alemanha, um grupo conhecido como E3, deram início a esse processo no final de agosto. Esse dispositivo prevê o restabelecimento, em um prazo máximo de 30 dias, de todas as sanções que haviam sido suspensas sob os termos do acordo nuclear de 2015, também conhecido como JCPOA. A aprovação pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), juntamente com o insucesso das tentativas de Rússia e China de adiar o prazo final na última sexta-feira, pavimentou o caminho para a reintegração dessas restrições, salvo qualquer reviravolta de última hora.

Sanções da ONU ao Irã Serão Retomadas Pós-Falha Diplomática

Com o prazo se esgotando, as sanções da ONU ao Irã passarão a ser novamente aplicadas na noite deste sábado, marcando um novo capítulo de tensão nas relações internacionais. O presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, em declarações à imprensa em Nova York no mesmo sábado, revelou uma exigência dos Estados Unidos para que seu país renunciasse a todo o seu urânio enriquecido em troca de uma moratória de três meses nas sanções. Pezeshkian classificou a proposta como “totalmente inaceitável” antes de embarcar de volta para Teerã, destacando a postura irredutível do Irã diante de tais imposições.

Anteriormente, o presidente iraniano havia informado sobre uma oferta similar vinda da França, que sugeria uma moratória de apenas um mês nas sanções. Em um tom de desafio, Pezeshkian questionou a lógica de aceitar “uma armadilha” que deixaria o Irã “com a corda no pescoço todo mês”, enfatizando a percebida vulnerabilidade que essa proposta traria. Ele não hesitou em acusar os Estados Unidos de exercer pressão sobre as nações europeias, dissuadindo-as de qualquer concessão diplomática favorável a Teerã. Essa declaração reflete a desconfiança mútua e a profundidade do atrito nas negociações.

Como resposta à iminente reimposição das sanções e em demonstração de protesto, o Irã convocou seus embaixadores nas capitais de França, Alemanha e Reino Unido, segundo reportagens da televisão estatal iraniana divulgadas no mesmo sábado. Essa ação diplomática simboliza o descontentamento iraniano e a sua postura desafiadora perante as potências europeias. Em um discurso proferido na sexta-feira, Barbara Woodward, embaixadora britânica na ONU, expressou grande preocupação. Ela afirmou que “a escalada nuclear do Irã, detalhada em mais de 60 relatórios da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) nos últimos seis anos, é uma ameaça à paz e à segurança global”, sublinhando a gravidade da situação. Contudo, ela também deixou uma porta aberta para a diplomacia, ao não descartar a possibilidade de que as sanções pudessem ser suspensas novamente “no futuro”, indicando uma janela para negociações posteriores caso as condições se alterem. A semana que precedeu o prazo foi marcada por intensas reuniões de alto nível à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova York, numa tentativa de forjar uma solução diplomática que, no entanto, não produziu os resultados esperados.

Exigências Europeias e a Posição Iraniana sobre o Programa Nuclear

O grupo europeu E3 (Reino Unido, França e Alemanha) mantém a posição de que Teerã não realizou “gestos concretos” que pudessem mitigar as preocupações em relação à finalidade de seu programa nuclear. Para os europeus, são três as condições indispensáveis para qualquer avanço: a retomada das negociações com os Estados Unidos, o restabelecimento do acesso total dos inspetores da AIEA às instalações nucleares iranianas em Natanz, Fordo e Isfahan — que foram alvo de bombardeios por Israel e Washington em junho — e o desenvolvimento de um processo robusto para garantir a segurança das reservas de urânio enriquecido do país. Essas demandas visam restaurar a confiança na natureza pacífica do programa iraniano, uma vez que a AIEA é a agência reguladora da ONU para questões nucleares. O Irã, que havia suspendido suas relações com essa agência após um conflito de 12 dias com Israel em junho, aceitou, no entanto, uma nova estrutura de cooperação no início de setembro. Adicionalmente, o Presidente Pezeshkian reforçou que o Irã continuará cumprindo o Tratado de Não Proliferação Nuclear, buscando reafirmar seu compromisso com os princípios de não disseminação.

Teerã considera todo o processo de restabelecimento de sanções um ato ilegal, uma visão partilhada por Rússia e China. Na sexta-feira, esses dois países propuseram, sem êxito, uma extensão de seis meses para o acordo nuclear com o Irã no Conselho de Segurança da ONU. Este acordo, originalmente estabelecido em 2015, tem sua data de expiração oficial programada para 18 de outubro. O Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, criticou publicamente os americanos e europeus por agirem com “má-fé”. Apesar de prometer que seu país “nunca cederá à pressão”, Araqchi demonstrou alguma flexibilidade ao deixar aberta a possibilidade de futuras negociações diplomáticas. A contínua vigilância do Conselho de Segurança da ONU sobre questões de não-proliferação, como a busca por salvaguardas nucleares, permanece uma pauta central. Para entender mais sobre como o Conselho de Segurança aborda resoluções críticas e a busca pela paz global, uma fonte de alta autoridade como o site oficial da ONU pode fornecer mais contexto.

Confira também: artigo especial sobre leis e valortrabalhista

A reimposição das sanções da ONU ao Irã reflete a complexidade das relações internacionais e a dificuldade em se chegar a um consenso sobre o programa nuclear iraniano. As divergências entre as potências mundiais e Teerã continuam, com a perspectiva de um aprofundamento das tensões. Os próximos dias e semanas serão cruciais para observar como o governo iraniano e a comunidade internacional responderão a esse cenário de sanções reativadas e qual será o impacto nos esforços diplomáticos futuros. Para se manter informado sobre esses e outros desdobramentos da geopolítica, continue acompanhando a nossa editoria de Política.

Crédito da imagem: abd-ap/aem/sbr/pz/arm-avl-an/aa Agence France-Presse

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