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Remoção de destroços de avião que matou 4 no Pantanal

As equipes do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e das Forças Aéreas Brasileira (FAB) concluíram a **remoção dos destroços de avião** de pequeno porte que precipitou no Pantanal de Mato Grosso do Sul. O incidente, de grave proporção, resultou na perda de quatro vidas, deixando a comunidade em luto e as […]

As equipes do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e das Forças Aéreas Brasileira (FAB) concluíram a **remoção dos destroços de avião** de pequeno porte que precipitou no Pantanal de Mato Grosso do Sul. O incidente, de grave proporção, resultou na perda de quatro vidas, deixando a comunidade em luto e as autoridades empenhadas na apuração dos fatos.

Entre as vítimas fatais da tragédia, confirmou-se a presença do renomado arquiteto chinês Kongjian Yu, cujo trabalho tinha projeção internacional. Além dele, morreram o piloto da aeronave, Marcelo Pereira de Barros, e os cineastas Luiz Fernando Ferraz e Rubens Crispim Jr., cujas contribuições para a arte e cultura eram amplamente reconhecidas. Seus corpos foram encaminhados ao Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) em Campo Grande na última sexta-feira, 26, para a realização de exames complementares essenciais à elucidação das circunstâncias da morte.

Remoção de destroços de avião que matou 4 no Pantanal

A operação de remoção, meticulosamente planejada devido à localização e às características do terreno pantaneiro, empregou um trator e um reboque para extrair as partes da aeronave do local exato da queda. Os resíduos foram então transportados até a sede de uma fazenda nas proximidades. A previsão é de que o material fosse movido para outra localidade ainda na mesma sexta-feira, onde uma fase mais aprofundada de análise técnica será conduzida por especialistas, buscando pistas sobre as causas do acidente.

Hipóteses de Investigação da Polícia Civil

As autoridades civis do estado já atuam ativamente na investigação do caso, com a Polícia Civil explorando, até o momento, duas linhas de investigação primárias. A primeira delas foca na possibilidade de o voo ter sido realizado fora do horário permitido. A segunda hipótese levantada refere-se ao transporte remunerado, caracterizando um potencial caso de táxi-aéreo, para o qual o avião poderia não ter a devida autorização ou não seguir os protocolos específicos.

Informações preliminares coletadas pela polícia revelam que, tanto a pista de pouso e decolagem utilizada quanto a própria aeronave, careciam de autorização formal para operar em período noturno. A tentativa de pouso fatídico teria ocorrido por volta das 18h10, um horário em que a escuridão já se fazia presente na região do Pantanal, o que eleva a gravidade da suposta irregularidade.

Ausência da Caixa Preta e os Desafios da Investigação

Um dos maiores obstáculos enfrentados pelos investigadores na tentativa de decifrar o que de fato ocasionou a queda é a ausência da caixa preta a bordo do avião. A delegada Ana Cláudia Medina, do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) da Polícia Civil, ressaltou a dificuldade que essa lacuna impõe à elucidação precisa das causas do acidente.

A aeronave em questão, um modelo Cessna 175, foi fabricada no ano de 1958. Segundo dados da Força Aérea Brasileira, esse tipo de equipamento – a caixa preta – só passou a ser implementado de forma obrigatória em aviões nos Estados Unidos a partir de 1960, inicialmente em modelos comerciais de maior porte. Para aeronaves como o Cessna 175, fabricadas entre 1958 e 1962, não existia uma obrigatoriedade legal de incluir a caixa preta, o que explica sua ausência neste exemplar específico.

A caixa preta, apesar do nome popular, é, na realidade, um dispositivo de cor laranja resistente a impactos e altas temperaturas, essencial para investigações de acidentes aéreos. Ela é composta por dois gravadores principais: um registrador de dados de voo (FDR – Flight Data Recorder) e um gravador de voz na cabine (CVR – Cockpit Voice Recorder). O FDR armazena informações críticas sobre os parâmetros do voo, como velocidade, altitude, direção, posição da aeronave, e o desempenho dos sistemas, incluindo motores e superfícies de controle. O CVR, por sua vez, registra todas as conversas entre os tripulantes na cabine, além de quaisquer sons ambientais captados no cockpit, o que pode incluir alertas de sistema, barulhos de impacto ou outros sons relevantes para a análise do acidente. Esses dados são frequentemente decisivos para montar o quebra-cabeça dos últimos minutos antes de uma queda, permitindo que os peritos compreendam as ações da tripulação, o estado da aeronave e os eventos que antecederam a tragédia. Sem esses registros, os investigadores dependem mais de evidências físicas no local, depoimentos de testemunhas e análises de componentes, tornando o processo de elucidação significativamente mais complexo e moroso.

Remoção de destroços de avião que matou 4 no Pantanal - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

Regulamentação e Condições de Voo da Aeronave

Com registro de matrícula PT-BAN, a aeronave de pequeno porte tinha autorização concedida pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para operar estritamente sob as regras de voo visual (VFR) e exclusivamente durante o dia. De acordo com informações disponíveis na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), órgão responsável pela regulamentação do setor no Brasil, as regras VFR exigem que o piloto mantenha uma constante referência visual com o horizonte e o solo, o que inviabiliza voos em condições de baixa visibilidade ou à noite, a menos que a aeronave possua certificação para Voo por Instrumentos (IFR) e o piloto tenha a devida qualificação.

A capacidade operacional do modelo, inclusive, não contempla a instrumentação adequada para voos realizados em horários de escuridão ou sob condições meteorológicas adversas. A aderência rigorosa a essas diretrizes é vital para a segurança aeronáutica, e qualquer desvio pode implicar em graves consequências, como as que infelizmente foram testemunhadas neste triste episódio no Pantanal. A conformidade com os regulamentos é um pilar fundamental da aviação segura, protegendo pilotos, passageiros e pessoas em solo de riscos previsíveis.

As investigações sobre as causas e as responsabilidades prosseguirão com o máximo rigor, envolvendo diferentes órgãos e especialistas, a fim de garantir que todas as circunstâncias sejam plenamente esclarecidas.

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Este trágico acidente ressalta a importância da aderência estrita às normas de segurança aeronáutica e às regulamentações impostas pelos órgãos fiscalizadores. As famílias das vítimas, a sociedade e a indústria da aviação aguardam por respostas claras e definitivas sobre o que levou à queda do avião. Para mais notícias e análises aprofundadas sobre aviação, investigações e outros temas relevantes, continue acompanhando as atualizações em nosso portal, HoradeComeçar.com.br/analises.

Crédito da imagem: Edmar Melo/TV Morena e Arte/g1

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