A **falta de luz na Grande SP** persiste para mais de 43 mil consumidores da Enel, decorridos mais de dois dias após a violenta tempestade que varreu a região metropolitana de São Paulo. Dados divulgados nesta quarta-feira (24) pela concessionária apontam que, apesar dos esforços de normalização, dezenas de milhares de imóveis permanecem com o fornecimento de energia elétrica interrompido.
A interrupção massiva do serviço foi diretamente ocasionada por um evento climático de grande intensidade no início desta semana, que resultou em fortes ventos e volumes expressivos de chuva por todo o estado. Segundo a Enel, aproximadamente 97% de sua base de clientes teve a energia restaurada até as 6h da manhã desta mesma quarta-feira, evidenciando, contudo, o desafio persistente para o restante dos afetados.
Falta de Luz Grande SP: 43 Mil Imóveis Atingidos Após Temporal
O impacto da tempestade foi severo na capital paulista, onde a Defesa Civil registrou rajadas de vento que alcançaram a impressionante marca de 98 km/h. Essa força da natureza provocou mais de 140 desabamentos de árvores, além de causar enchentes e pontos de alagamento por diversas áreas da cidade. A rua Itápolis, localizada no bairro do Pacaembu, precisou ser completamente interditada, pois múltiplas árvores caíram sobre a via e atingiram residências vizinhas, gerando um cenário de devastação.
Entre os milhares de impactados está a publicitária Carol Patrocínio, moradora da capital, cujo imóvel se insere nos 35.036 endereços na cidade que seguem sem energia. Carol chegou a precisar de um facão para conseguir sair de sua casa após o temporal, uma vez que a fachada de sua residência foi completamente destruída pela queda de uma árvore de grande porte. A energia em sua casa havia sido restabelecida na tarde de terça-feira (23), mas, de forma frustrante, voltou a ser interrompida nesta quarta-feira, intensificando a sensação de descaso e insegurança. Na rua Itápolis, as equipes da prefeitura de São Paulo continuam trabalhando para remoção dos detritos, mesmo com a liberação parcial da via.
Além da capital, outros municípios da região metropolitana também enfrentam desafios significativos para o reestabelecimento da energia. Santana de Parnaíba é o local mais atingido fora da cidade de São Paulo, contabilizando 2.067 imóveis ainda às escuras. Em seguida, aparece Cotia, com cerca de 1.004 endereços com o fornecimento de energia elétrica comprometido, somando-se ao extenso número de ocorrências na região.
Diante do cenário de crise, a distribuidora Enel afirmou ter promovido um reforço substancial em seu plano operacional. A companhia mobilizou mais de 1.300 equipes de campo ao longo de toda a terça-feira, visando a agilizar os trabalhos de manutenção e reestabelecimento da energia. No entanto, o ritmo da normalização ainda é motivo de preocupação e insatisfação entre os consumidores.

Imagem: www1.folha.uol.com.br
A gestão municipal de São Paulo não poupou críticas à atuação da Enel na crise energética. Em um ofício encaminhado à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o poder executivo paulistano manifestou que o evento climático desta semana meramente “reitera o quadro de ineficiência” que, segundo a prefeitura, já foi observado em ocasiões anteriores. O documento destaca que a recente tempestade, caracterizada por chuvas intensas e ventos superiores a 90 km/h, causou danos generalizados e afetou todas as concessionárias que atuam no estado. Contudo, a prefeitura ressaltou que a performance da Enel tem sido inferior em comparação com a resposta de outras distribuidoras, como a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz).
Em nota oficial, a Enel São Paulo contra-argumentou as críticas, alegando possuir um índice de 20 vezes mais clientes por quilômetro de rede do que a média das distribuidoras brasileiras. Para a companhia, essa densidade de clientes torna as áreas de diferentes concessões incomparáveis em termos de gestão e resposta a eventos. A Enel reiterou que aprimorou de forma estrutural seu plano operacional, buscando otimizar o atendimento em meio aos desafios impostos por sua área de concessão. Para aprimorar a resiliência da infraestrutura urbana frente a eventos climáticos extremos, é crucial que órgãos reguladores como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabeleçam diretrizes claras e monitorem as ações das concessionárias.
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A prolongada situação de desabastecimento de energia na Grande São Paulo continua a gerar transtornos e levanta debates cruciais sobre a capacidade das infraestruturas urbanas e das concessionárias de responderem a fenômenos naturais cada vez mais intensos. Acompanhe nossa editoria de Cidades para mais atualizações sobre este e outros temas que impactam a vida dos moradores da capital e da região metropolitana.
Crédito da imagem: Danilo Verpa /Folhapress
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