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Terra Ultrapassa 7 Limites Planetários, Aponta Novo Relatório do PIK

A situação ecológica do planeta Terra atingiu um novo patamar de urgência: sete das nove **limites planetários**, métricas científicas cruciais para a estabilidade ambiental e a manutenção da vida, já foram transgredidos. Este é o alarme de um relatório atualizado em 2025 por pesquisadores do Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK). A mais recente […]

A situação ecológica do planeta Terra atingiu um novo patamar de urgência: sete das nove **limites planetários**, métricas científicas cruciais para a estabilidade ambiental e a manutenção da vida, já foram transgredidos. Este é o alarme de um relatório atualizado em 2025 por pesquisadores do Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK). A mais recente adição à lista de preocupação é a acidificação dos oceanos, que em análises anteriores de 2024 ainda estava em um limiar crítico, mas agora é confirmadamente categorizada como rompida.

O estudo, realizado por especialistas do PIK, foca na avaliação dos processos fundamentais para o equilíbrio do ambiente terrestre. Em 2024, seis desses processos já haviam sido confirmados como ultrapassados, enquanto a acidificação oceânica se aproximava perigosamente. A confirmação de sua transposição para além do ponto seguro em 2025 sublinha a gravidade da crise ambiental global. Essa transgressão coletiva sinaliza que, sem o controle efetivo sobre o aquecimento global, eventos como colapsos de ecossistemas e desastres climáticos extremos tendem a se tornar ainda mais comuns e intensos.

Terra Ultrapassa 7 Limites Planetários, Aponta Novo Relatório do PIK

Os nove limites planetários são conceitos introduzidos em 2009 por Johan Rockström, que atualmente dirige o PIK, com o intuito de delinear as condições em que a Terra pode operar de forma segura para a humanidade. Desde a sua concepção, cientistas têm trabalhado diligentemente para quantificar e monitorar esses indicadores, evidenciando a crescente urgência das questões climáticas. Dentre os sete limites agora ultrapassados, seis já se encontravam em estado crítico, com a acidificação oceânica sendo a novidade no grupo de preocupação máxima.

Os Sete Limites Planetários Ultrapassados em Detalhe

O relatório de 2025 do Instituto Potsdam para Pesquisa sobre o Impacto Climático identificou sete processos essenciais que excederam seus níveis considerados seguros, colocando em xeque a sustentabilidade do planeta:

1. Mudanças no Uso da Terra: Este limite refere-se diretamente à transformação de paisagens naturais, como o desmatamento e a conversão de ecossistemas em áreas agrícolas ou urbanizadas. Tais alterações devastam habitats e afetam a capacidade reguladora do clima. Segundo dados como os do observatório europeu Copernicus, a cobertura florestal global se situa em aproximadamente 59% do que seria possível, abaixo dos 75% considerados seguros e bem distante dos 85% ideais para florestas tropicais e boreais, ou dos 50% para temperadas. Entre 2000 e 2018, quase 90% do desflorestamento direto foi motivado pela expansão de terras agrícolas, com 52,3% para cultivo de alimentos e 37,5% para pecuária. Seus níveis de segurança já foram ULTRAPASSADOS.

2. Mudanças Climáticas: Diretamente ligadas ao acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera, as mudanças climáticas impactam as temperaturas globais e os padrões climáticos. Em 2024, a concentração de CO2 atmosférico estava em torno de 422 ppm, superando significativamente o limite de 350 ppm proposto pelo estudo com base nas metas do Acordo de Paris. A forçante radiativa – o aquecimento provocado pela atividade humana na atmosfera – excede 2,79 W/m², quando o limite planetário é de +1,0 W/m² em relação aos níveis pré-industriais. Esse aumento retém mais energia no planeta, elevando temperaturas na atmosfera, oceanos e terra, resultando em eventos climáticos extremos. Os níveis de segurança para este limite já foram ULTRAPASSADOS e atingiram uma zona de ALTO risco. A diretora-geral do Instituto Arapyaú, Renata Piazzon, colaboradora no relatório, enfatiza: “Os dados mostram que o planeta está sob enorme pressão. Se não tomarmos medidas imediatas, estaremos acelerando ainda mais a crise climática e a perda de biodiversidade”.

3. Biodiversidade (Integridade da Biosfera): Esta fronteira avalia a saúde e o funcionamento dos ecossistemas. A degradação de habitats naturais e a exploração excessiva de recursos levaram a taxas preocupantes de extinção de espécies. O relatório aponta que pelo menos 73 grupos de vertebrados desapareceram nos últimos 500 anos. Regiões de uso intensivo da terra, como áreas agrícolas, mostram as maiores violações, enquanto ecossistemas como a Amazônia e a Bacia do Congo, ainda naturais ou seminaturais, demonstram resiliência. Os níveis seguros para a biodiversidade já foram ULTRAPASSADOS e se encontram em zona de ALTO risco.

4. Ciclos de Nitrogênio e Fósforo: Esses fluxos biogeoquímicos são vitais para a vida, mas o uso excessivo de fertilizantes perturbou seu equilíbrio. Em 2024, o fluxo de fósforo para os oceanos alcançou 22,6 Tg P por ano, ultrapassando o limite seguro de 11 Tg P anualmente. A fixação industrial de nitrogênio atingiu cerca de 190 Tg N por ano, também excedendo o limite de 62 Tg N. Essa sobrecarga pode causar eutrofização generalizada e zonas mortas em ambientes aquáticos. Os níveis seguros foram ULTRAPASSADOS e este processo está em zona de ALTO risco. A climatologista Karina Lima adverte: “Temos vivenciado o período mais quente em cerca de 125 mil anos por causa do aquecimento global antropogênico. Com isso, estamos alterando os padrões do sistema climático e entre as consequências temos aumento de frequência e intensidade de eventos extremos.”

5. Uso de Água Doce: A crescente demanda e má gestão da água impactam severamente rios, lagos e lençóis freáticos. O PIK indica que aproximadamente 18% da superfície terrestre sofre mudanças significativas nos fluxos de água e cerca de 16% enfrenta níveis de umidade do solo inadequados. Segundo o estudo, “Ultrapassar os limites da mudança de água doce tem impactos significativos no funcionamento do sistema terrestre e nas sociedades humanas. A interrupção do ciclo da água ameaça a sobrevivência de ecossistemas inteiros, como a Amazônia, comprometendo a integridade da biosfera e os serviços ecossistêmicos”. Este limite de segurança também já foi ULTRAPASSADO.

6. Poluição Química (Novas Entidades): Refere-se à disseminação de substâncias químicas sintéticas, como microplásticos e materiais radioativos. Entre 2000 e 2017, a produção dessas substâncias aumentou, contribuindo para poluição, acúmulo biológico e resistência a antibióticos, além de problemas de saúde, incluindo o câncer. Um estudo brasileiro recente, que detectou microplásticos no cérebro humano pela primeira vez, eleva o alerta máximo sobre os riscos do uso de plástico. Este limite também já foi ULTRAPASSADO.

Terra Ultrapassa 7 Limites Planetários, Aponta Novo Relatório do PIK - Imagem do artigo original

Imagem: causa do aquecimento global antropogêni via g1.globo.com

7. Acidificação dos Oceanos: Este é o limite mais recente a ser confirmado como ultrapassado. Causada pela absorção de dióxido de carbono da atmosfera, a acidificação oceânica aumenta a acidez das águas, prejudicando organismos que formam estruturas calcárias, como corais e moluscos. Em 2024, o nível de saturação global de aragonita – um indicador de acidez – era de 2,80, ligeiramente acima do limite de 2,75 considerado seguro. A co-líder do laboratório de limites planetários do PIK, Levke Caesar, observa que “O oceano está se tornando mais ácido, os níveis de oxigênio estão caindo e as ondas de calor marinhas estão aumentando. Isso pressiona um sistema vital para estabilizar o planeta”. Dados recentes mostram danos em moluscos como os pterópodes e revelam que o mundo perdeu cerca de 14% de seus recifes de coral desde 2009, um reflexo das consequências já em curso. Os níveis seguros já foram ULTRAPASSADOS.

Os Limites Planetários Ainda Seguros

Em meio às sete transgressões, dois processos permanecem tecnicamente dentro dos limites seguros, mas exigem monitoramento contínuo e ação preventiva:

1. Aerossóis na Atmosfera: Este limite diz respeito ao aumento de partículas suspensas no ar, como fuligem e poeira, que podem alterar padrões climáticos regionais e impactar a saúde humana. Embora importantes, seus efeitos globais ainda não atingiram o nível de crise dos outros limites.

2. Camada de Ozônio: A degradação da camada de ozônio estratosférica já estava avançada, mas foi contida graças a ações internacionais e tratados como o Protocolo de Montreal. A proteção ativa demonstrou a capacidade de cooperação global para reverter processos ambientais negativos, servindo de exemplo para as outras fronteiras.

Para os cientistas do PIK, o oceano funciona como um regulador climático global e é fundamental na produção de oxigênio. A inclusão da acidificação oceânica na lista dos limites rompidos, com a queda confirmada do pH e os danos já visíveis em espécies como os pterópodes – pequenos caracóis do mar que são base de cadeias alimentares –, representa um ponto crítico. Ecossistemas marinhos, recifes de corais e moluscos enfrentam condições cada vez mais desafiadoras para a sua sobrevivência, ameaçando um sistema essencial para o equilíbrio do planeta.

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A pesquisa detalhada do Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK) sobre os **limites planetários** reitera a urgência de uma mudança global na forma como a humanidade interage com o ambiente. Os sete limites excedidos servem como um alerta inequívoco para a necessidade de ações imediatas e coordenadas para restaurar a segurança operacional da Terra e garantir um futuro sustentável para as próximas gerações. Continue acompanhando nossas análises sobre clima e meio ambiente em nossa editoria de Análises para se manter informado.

Crédito da imagem: Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK)

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