Uma cirurgia nasal raríssima marcou um avanço significativo na medicina brasileira no Complexo Hospitalar Samuel Libânio (CHSL), em Pouso Alegre (MG), no último dia 18 de setembro. O procedimento inovador de reconstrução nasal foi conduzido pelo Dr. Carlos Gustavo Lemos Neves, cirurgião plástico reconhecido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e microcirurgião reconstrutor atuante em Goiânia. Conforme o especialista, a complexidade e a técnica empregada nesta microcirurgia reconstrutiva, realizada em uma paciente com lesão nasal específica, configuram um caso inédito em território nacional.
A iniciativa do CHSL para essa intervenção cirúrgica de alta complexidade foi notável, uma vez que o procedimento ocorreu de forma assistencial e totalmente gratuita. Esse aspecto sublinha o compromisso da instituição com a saúde pública, representando um ganho médico e social inestimável para a comunidade. O Dr. Saulo Gonçalves Lamas, diretor técnico do CHSL, ressaltou a importância desse evento: “Isso é muito importante para nós do Complexo Hospitalar e mostra que, com nossos investimentos em tecnologia, estamos proporcionando mais qualidade para os nossos pacientes. Tudo isso só foi possível com a vinda do Dr. Carlos Gustavo. Além disso, estamos investindo na compra de muitos equipamentos de ponta que fazem a diferença no atendimento dos pacientes da nossa região.”
Cirurgia Nasal Raríssima Marca Inovação no Samuel Libânio
A paciente, uma mulher de 32 anos, enfrentava uma condição devastadora: uma doença autoimune de origem indeterminada que causou a destruição da camada cartilaginosa do nariz e do septo nasal. Dr. Carlos Gustavo detalhou que as células do corpo dela agrediram suas próprias estruturas, levando o nariz a “sumir” interna e externamente. Tal condição impactava profundamente a vida social da paciente, que dependia do uso de máscara em público. A oportunidade para este procedimento surgiu após um encontro do Dr. Carlos Gustavo com colegas médicos do CHSL, incluindo Dr. Sampaio, Dra. Jerusa e Dr. Marcelo, em Pouso Alegre no ano anterior, onde discussões sobre a viabilidade de reconstruções complexas tiveram início. O caso específico desta paciente foi então identificado e encaminhado para sua expertise em Goiânia. Verificada a necessidade urgente de uma reconstrução nasal complexa, o médico prontamente se dispôs a ajudar.
A microcirurgia reconstrutiva é uma especialidade da cirurgia plástica que viabiliza a restauração de tecidos por meio de transplantes e transferências diversas de material de um local para outro no corpo. O Dr. Carlos Gustavo, que preside atualmente a Sociedade Brasileira de Microcirurgia, explicou os pormenores da técnica utilizada. O procedimento envolveu a retirada de tecido da região do antebraço da própria paciente. Este transplante, no entanto, necessita de uma vascularização autônoma, ou seja, de sua própria circulação sanguínea, para se integrar ao novo local. Para isso, os pedículos da artéria radial, responsável pela nutrição sanguínea, foram cuidadosamente transferidos para a face.
O processo minucioso exige a emenda de vasos sanguíneos extremamente finos – com diâmetro de aproximadamente dois milímetros – utilizando um microscópio para amplificar a visão do cirurgião. O fio cirúrgico empregado para tal delicada sutura é mais fino do que um fio de cabelo. “Para você entender, precisamos emendar esses canos. Fazemos essa emenda com a ajuda do microscópio, que amplia a visão. Depois conseguimos emendar esses vasinhos que são tão finos quanto dois milímetros de diâmetro onde passa o sangue”, descreveu Dr. Carlos Gustavo. Uma vez restabelecida a circulação, espera-se que o corpo inicie o processo de cicatrização natural. Todo o processo, desde a anestesia, estendeu-se por um período de 14 horas, dada a sua extrema complexidade.
Imagem: Divulgação via g1.globo.com
A estrutura do Complexo Hospitalar Samuel Libânio foi um fator crucial para o sucesso da cirurgia. O Dr. Carlos Gustavo não poupou elogios ao ambiente e à equipe do CHSL: “Olha, esse hospital é maravilhoso, tem toda estrutura. Parabéns para o pessoal daqui. Agradeço o acolhimento de todos, de toda equipe que possui muita empatia humana. Então, aqui a estrutura é muito boa para realizar uma cirurgia de alta complexidade como essa, tem tudo aqui, equipamentos, tecnologia e tudo mais”. A Dra. Fabrizia Serra, coordenadora do Centro Cirúrgico do CHSL, complementou, destacando o esforço da equipe para providenciar os recursos necessários e ressaltando que o Centro Cirúrgico está plenamente capacitado para lidar com cirurgias desafiadoras. É fundamental conhecer sobre doenças autoimunes para compreender a gravidade do caso.
O Dr. Marcelo Prado de Carvalho, cirurgião plástico do CHSL que auxiliou o Dr. Carlos Gustavo no procedimento, narrou a jornada da paciente. Ele, que atende no Ambulatório de Oncologia a pacientes de mais de 50 cidades com diversas necessidades de reconstrução pós-câncer de pele, deparou-se com o caso da jovem de 32 anos. Ele expressou a satisfação em ter reencontrado o Dr. Carlos Gustavo em um congresso e relatado o drama da paciente, recebendo de imediato sua prontidão e bondade em ajudar. “A cirurgia ocorreu de forma muito precisa, a paciente ainda se encontra hospitalizada, mas graças a Deus pela competência da equipe e do Dr. Carlos e por Deus, ela está muito bem”, concluiu Dr. Marcelo. O responsável médico foi o Dr. Saulo Gonçalves Lamas: CRM 53978 MG – RQE 36342 – RQE 36343.
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Este marco no Complexo Hospitalar Samuel Libânio reitera o potencial da medicina brasileira e a dedicação de profissionais de saúde em oferecer soluções complexas e assistenciais. A expectativa é que este caso abra portas para mais avanços na microcirurgia reconstrutiva, transformando vidas e reafirmando o compromisso de excelência do hospital com a população de Pouso Alegre e região. Para ficar por dentro de outras notícias e análises sobre desenvolvimentos em cidades e áreas correlatas, continue acompanhando nossa editoria.
Crédito: Divulgação
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