Na última quinta-feira, 4 de setembro de 2025, a cidade histórica de Ouro Preto, em Minas Gerais, foi palco da inauguração oficial da Mina Capanema pela Vale. Este novo empreendimento está estrategicamente voltado para a produção de minério de ferro e se alinha a um plano ambicioso de investimentos anunciado pela mineradora. Até o ano de 2030, a Vale prevê aplicar R$ 67 bilhões em diversas frentes de trabalho e tecnologia, com um foco particular em otimizar processos produtivos para que sejam mais seguros, inovadores e, primordialmente, sustentáveis.
O objetivo central da Vale com esta inauguração e os investimentos subsequentes é catalisar uma transformação substancial nas práticas da indústria de mineração. A companhia busca redefinir paradigmas operacionais, promovendo abordagens que minimizem o impacto ambiental e maximizem a eficiência. A cerimônia de lançamento do projeto contou com a presença de importantes personalidades do setor e da esfera política, reforçando a magnitude e a relevância da Mina Capanema. Estiveram presentes o presidente da Vale, Gustavo Pimenta, juntamente com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALMG), Tadeu Leite (MDB).
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Sustentabilidade e Inovação na Operação Capanema
A Mina Capanema surge como um marco nos esforços da Vale para aprimorar suas operações e reduzir o impacto ambiental. Conforme detalhado pela mineradora, uma das características mais significativas deste novo empreendimento é a adoção de um processo de operação que utiliza a umidade natural do minério de ferro. Esta metodologia elimina a necessidade de consumo de água no beneficiamento, o que representa um avanço considerável na conservação de recursos hídricos. Além disso, a não utilização de água no processamento resulta na ausência de geração de rejeitos úmidos, suprimindo, assim, a dependência e a necessidade de barragens de contenção para esses materiais, um passo fundamental para aumentar a segurança operacional e ambiental do complexo.
A vanguarda tecnológica é outro pilar da operação em Capanema. O projeto incorpora o uso de caminhões autônomos, que operam sem intervenção direta humana, contribuindo para maior eficiência logística e segurança no canteiro de obras. Paralelamente, a Vale está implementando um método engenhoso de aproveitamento de resíduos de ferro que estavam armazenados em pilhas de rejeitos antigas. Esta iniciativa de reprocessamento não só confere valor a materiais anteriormente descartados, mas também eleva a capacidade produtiva da mina, contribuindo com um incremento de aproximadamente 15 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Este conjunto de ações reitera o compromisso da empresa com a inovação e o uso responsável dos recursos minerais.
Mineração Circular e Gestão Avançada de Rejeitos
A maior parte dos investimentos de R$ 67 bilhões planejados pela Vale até 2030 será direcionada à ampliação de técnicas de gestão de rejeitos mais sustentáveis, notadamente a filtragem e o empilhamento a seco. Essas práticas são projetadas para reduzir significativamente o volume de rejeitos úmidos, secando-os e formando pilhas mais estáveis e seguras, em contraste com as barragens de rejeitos tradicionais. O objetivo claro da companhia é diminuir a proporção de rejeitos que ainda dependem de barragens de 30% para 20%, buscando uma mitigação proativa de riscos.
A Vale promete intensificar as chamadas “práticas de mineração circular”, que visam otimizar o uso de recursos e minimizar o desperdício. Esse conceito engloba o reaproveitamento de materiais provenientes de antigas estruturas operacionais e outras fontes, reduzindo a necessidade de extração de novas matérias-primas e diminuindo o impacto ambiental geral. No âmbito dessas iniciativas inovadoras, a mineradora está investindo em projetos específicos, como a produção de areia sustentável e a Fábrica de Blocos em Itabirito. Esta fábrica tem como propósito transformar rejeitos de mineração em materiais de construção civil, exemplificando a versatilidade dos subprodutos da mineração e sua integração na economia local.
Os recursos alocados nos investimentos gerais também incluem um programa robusto para a eliminação de barragens e diques categorizados como Estruturas a Montante, dentro do Plano de Descaracterização. Desde o seu início, em 2019, aproximadamente 60% desse programa já foi executado, demonstrando um avanço considerável na remoção de estruturas que representam um risco maior. Das 13 estruturas remanescentes identificadas para descaracterização, oito estão atualmente em fase de obras. Todas essas estruturas inativas são monitoradas ininterruptamente, 24 horas por dia, pelos Centros de Monitoramento Geotécnico da Vale, garantindo a segurança contínua durante o processo de descaracterização e após a sua conclusão.

Imagem: g1.globo.com
Retomada de um Projeto Histórico e Impacto Socioeconômico em Ouro Preto
O projeto da Mina Capanema não é inteiramente novo, mas representa uma revitalização estratégica. Anteriormente paralisado por 22 anos, o empreendimento recebeu um significativo investimento de R$ 5,2 bilhões. Esses recursos foram cruciais para a sua modernização e para a sua integração com outras unidades de produção existentes na região, consolidando e otimizando o parque industrial da Vale em Minas Gerais. A reativação da mina representa um importante impulso econômico para a localidade e o estado, não apenas em termos de produção, mas também de geração de valor agregado.
Durante a fase de obras de reestruturação e modernização, o projeto gerou um volume considerável de oportunidades de trabalho, envolvendo mais de 6 mil trabalhadores diretos e indiretos e a colaboração de cerca de 40 empresas distintas. Essa mobilização ressalta o impacto da mineração como vetor de desenvolvimento regional. Atualmente, com a operação da Mina Capanema em plena atividade, a equipe fixa é composta por 800 empregados, garantindo empregos qualificados e renda para as comunidades próximas.
Previsões de Royalties e Remuneração
As expectativas da Vale para o impacto econômico da Mina Capanema são substanciais. A mineradora projeta que os novos investimentos na mina irão gerar cerca de R$ 440 milhões anuais em royalties. Esses valores representam uma receita importante para os cofres públicos dos municípios mineradores, que pode ser aplicada em melhorias na infraestrutura, serviços públicos e programas sociais, beneficiando diretamente os cidadãos locais. Além disso, a previsão é que a operação movimente anualmente R$ 3 bilhões em salários, injetando recursos significativos na economia regional por meio da massa salarial dos seus colaboradores e parceiros.
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Em síntese, a reativação e inauguração da Mina Capanema em Ouro Preto é um testemunho da visão de longo prazo da Vale. A injeção de R$ 67 bilhões em investimentos até 2030 sinaliza um compromisso com uma agenda que transcende a simples extração de minério de ferro, englobando a transformação tecnológica e a adoção de práticas industriais alinhadas aos mais altos padrões de sustentabilidade e segurança. Este empreendimento busca, assim, fortalecer a posição da Vale como líder em mineração responsável, contribuindo para o desenvolvimento econômico de Minas Gerais e do Brasil.
Fonte: G1
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