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Desejos de Pacientes com Câncer Avançado Nem Sempre São Respeitados em Tratamentos, Aponta Estudo

Facebook Twitter Pinterest LinkedInPacientes em estágio avançado de câncer frequentemente se encontram diante de decisões cruciais a respeito de suas opções de tratamento. Para muitos, a prioridade máxima é a extensão da vida, levando-os a aceitar terapias, por mais agressivas que sejam. Outros, no entanto, optam por priorizar a qualidade de vida e o alívio … Ler mais

Pacientes em estágio avançado de câncer frequentemente se encontram diante de decisões cruciais a respeito de suas opções de tratamento. Para muitos, a prioridade máxima é a extensão da vida, levando-os a aceitar terapias, por mais agressivas que sejam. Outros, no entanto, optam por priorizar a qualidade de vida e o alívio de sintomas durante essa fase. Um estudo recente, conduzido por pesquisadores dos renomados centros de câncer e cuidados paliativos da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), aponta que os desejos desses pacientes nem sempre são levados em consideração no planejamento e na execução dos cuidados.

O levantamento realizado pelos especialistas da UCLA revelou uma disparidade preocupante entre a intenção dos pacientes e a realidade do tratamento recebido. Especificamente, 37% dos indivíduos diagnosticados com **câncer em estágio avançado** que expressaram uma preferência por cuidados mais focados em conforto e alívio de sintomas foram submetidos a terapias agressivas, frequentemente associadas a intensos efeitos colaterais. Esse cenário demonstra um notável descompasso em relação aos anseios de bem-estar e às escolhas de vida desses pacientes.

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Em comparação, a incompatibilidade entre o desejo do paciente e o tratamento efetivo foi significativamente menor em outras populações com enfermidades graves. Apenas 19% dos pacientes com outras condições sérias, como insuficiência cardíaca ou doença pulmonar obstrutiva crônica, relataram essa falta de alinhamento, indicando uma integração possivelmente mais efetiva das preferências do paciente na abordagem médica. Essa diferença salienta uma questão específica dentro da oncologia avançada que merece atenção.

A Discrepância no Tratamento e a Percepção Médica

O Dr. Manan Shah, oncologista e principal autor da pesquisa, manifestou preocupação com a magnitude da diferença observada. Ele ponderou que alguma discrepância entre o desejo do paciente e a prática médica pode ser esperada em quadros de alta complexidade. No entanto, o nível de desalinhamento específico entre os pacientes oncológicos e os de outras doenças com risco de morte comparável chamou a atenção dos pesquisadores. Essa lacuna, conforme sublinhado, levanta importantes questionamentos sobre a comunicação e a tomada de decisões compartilhadas no ambiente clínico.

A investigação foi baseada em uma análise transversal pós-hoc, um método empregado para explorar resultados aprofundadamente a partir de um conjunto de dados existente. O estudo envolveu um grupo de 1.099 pacientes com diferentes condições de saúde graves, proporcionando uma base ampla para comparação.

Diversidade de Condições Avaliadas no Estudo

Para uma análise abrangente das preferências e práticas de cuidado, os pesquisadores estratificaram os participantes em diferentes grupos clínicos:

Condição Clínica PrincipalNúmero de Participantes
Câncer em estágio avançado231
Insuficiência cardíaca163
Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)109
Doença renal crônica213
Condição hepática severa72
Idosos (>80 anos) com uma das condições acima311

Apesar da variedade de condições, as preferências gerais em relação aos cuidados foram homogêneas. Cerca de 25% dos pacientes declararam preferir tratamentos focados em prolongar a vida, enquanto uma proporção maior, 49%, priorizou o alívio dos sintomas. Esses números refletem a dualidade inerente às decisões de fim de vida, com quase metade dos participantes optando claramente pela qualidade de vida em vez da mera extensão da existência.

O Alinhamento entre Desejos e Práticas de Cuidado

A análise aprofundada revelou diferenças marcantes na forma como os pacientes percebiam o foco do tratamento. Para o grupo de câncer em estágio avançado, uma maioria expressiva de 51% sentia que a equipe médica estava direcionada principalmente a intervenções que visavam prolongar a vida. Em contraste, apenas 19% dos pacientes oncológicos percebiam que os cuidados recebidos eram focados no conforto e bem-estar, em conformidade com o que preferiam. Essa inversão nas prioridades percebidas destaca a urgência de uma reavaliação nos planos de cuidados.

No grupo de pacientes com outras doenças graves, as percepções foram notavelmente distintas, apontando para um maior equilíbrio ou melhor comunicação das abordagens. Trinta e cinco por cento desses pacientes entenderam que o foco estava em estender a vida, um percentual significativamente menor do que o observado em pacientes com câncer. Adicionalmente, 28% sentiam que a ênfase dos cuidados estava no alívio dos sintomas, número substancialmente maior que o dos pacientes com câncer que tinham essa percepção. Essas comparações reforçam a singularidade dos desafios no tratamento do câncer em fase avançada.

Considerações Finais e Tendências de Tratamento

Um aspecto relevante que o estudo trouxe à tona é a ausência de diferença estatisticamente significativa nas taxas de sobrevivência entre os pacientes oncológicos e os de outras doenças graves. Isso ocorreu mesmo com as percepções distintas sobre as abordagens de tratamento, sugerindo que terapias mais agressivas não se traduziram necessariamente em uma sobrevida superior nesses cenários complexos.

Adicionalmente, a pesquisa observou uma tendência de pacientes mais jovens e em melhores condições de saúde serem mais frequentemente submetidos a tratamentos agressivos. Esta prática era mantida mesmo quando as preferências desses pacientes se inclinavam para um maior conforto e menos intervenções invasivas na fase final da vida. Essa dinâmica aponta para desafios na incorporação da autonomia do paciente, onde a capacidade física para suportar tratamentos intensos pode, inadvertidamente, sobrepor-se às escolhas individuais sobre a qualidade e o propósito do cuidado.

“O estudo ressalta a urgência de fortalecer a comunicação médico-paciente para que as preferências de tratamento, especialmente em fases avançadas de enfermidades, sejam verdadeiramente centrais.”

Os achados da equipe de Manan Shah servem como um lembrete importante sobre a necessidade de humanizar ainda mais a medicina. É fundamental que as decisões de tratamento, em particular para aqueles que enfrentam enfermidades avançadas, sejam construídas a partir de um diálogo aberto, transparente e centrado nos valores, desejos e prioridades do paciente, visando garantir um cuidado que respeite plenamente a sua autonomia e bem-estar.

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Essa reflexão sobre os cuidados em câncer avançado e em outras doenças graves é um chamado para a comunidade médica revisar e aprimorar as práticas, garantindo que a voz do paciente seja um pilar inquestionável no percurso de suas terapias.

**Fonte:** https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2025/09/04/quando-o-tratamento-contra-o-cancer-nao-atende-aos-desejos-do-paciente.ghtml G1

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