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Julgamento da Trama Golpista no STF: Esquerda Celebra Início, Bolsonaristas Se Ausentam e Reagem Online

Facebook Twitter Pinterest LinkedInO início do julgamento da trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal), ocorrido nesta terça-feira, 2 de setembro de 2025, evidenciou um claro contraste nas reações do cenário político brasileiro. Enquanto representantes de partidos de esquerda e figuras aliadas ao governo Lula (PT) comemoraram o evento, encarando-o como um momento crucial para … Ler mais

O início do julgamento da trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal), ocorrido nesta terça-feira, 2 de setembro de 2025, evidenciou um claro contraste nas reações do cenário político brasileiro. Enquanto representantes de partidos de esquerda e figuras aliadas ao governo Lula (PT) comemoraram o evento, encarando-o como um momento crucial para a democracia e, para alguns, como uma plataforma política, integrantes do espectro bolsonarista se fizeram ausentes na corte, adotando uma postura de desânimo e mobilizando-se nas redes sociais para a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A sessão marcou uma distinção notável em relação a julgamentos anteriores, nos quais o ex-presidente Bolsonaro compareceu ao tribunal em atos de caráter político, acompanhado por parlamentares e apoiadores. Neste mais recente processo judicial, contudo, a corte não registrou a presença de nenhum representante bolsonarista, sinalizando uma mudança de estratégia ou um posicionamento deliberado de distanciamento por parte do grupo. Para justificar a ausência, termos como “farsa”, “circo” e “jogo de cartas marcadas” foram utilizados para descrever o procedimento jurídico em curso.

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, expressou claramente sua visão ao comentar a ausência de seus pares. Em declaração, o senador afirmou que não haveria propósito em participar do que ele descreveu como um “teatro” e um “processo manipulado”, rechaçando assim a legitimidade dos trâmites judiciais. Essas falas ecoam o sentimento de frustração e ceticismo predominante entre os apoiadores do ex-presidente. Em sua agenda, Flávio Bolsonaro agendou uma audiência na Comissão de Segurança do Senado, na qual ouviria Eduardo Tagliaferro, figura conhecida por criticar o ministro Alexandre de Moraes, que já foi seu assessor. A expectativa é que, após a audiência, o senador visitasse seu pai, atualmente em prisão domiciliar.

Estratégia e Ausência da Oposição no STF

Mesmo com credenciais solicitadas para alguns parlamentares bolsonaristas, que inicialmente consideravam uma estratégia de presença semelhante à de julgamentos anteriores, a decisão final foi pela ausência coletiva. Em um momento que o ministro Alexandre de Moraes dava início aos trabalhos do julgamento da trama golpista no STF – um processo previsto para estender-se até o dia 12 –, os parlamentares de oposição realizavam uma reunião semanal. Esta reunião ocorreu na residência do líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS), que, apesar de ter se credenciado para ir ao Supremo, optou por não comparecer.

Diante do cenário desfavorável no âmbito judicial, os aliados de Bolsonaro concentraram seus esforços nas mídias digitais. Uma das estratégias adotadas foi a tentativa de viralizar a hashtag #Bolsonarofree (Bolsonaro livre, em inglês), buscando galvanizar apoio popular e dar visibilidade à causa do ex-presidente. O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), publicou um vídeo, conclamando a população para um ato público programado para o dia 7 de setembro. No material divulgado, Marinho reafirmou a crença de que o processo em questão não representa um julgamento imparcial, mas sim um “jogo de cartas marcadas”.

“Não estamos diante de um julgamento justo, mas de um jogo de cartas marcadas, feito para tentar calar e impedir que Bolsonaro siga ativo na defesa do povo. Mas o Brasil não ficará em silêncio. No dia 7 de setembro, as ruas estarão tomadas por uma grande manifestação democrática. É por justiça, é por liberdade, é pela anistia”, declarou o senador.

Nos bastidores, o clima predominante entre os apoiadores é de desânimo crescente nas últimas semanas, com a expectativa de uma condenação para Jair Bolsonaro já sendo internalizada pelo grupo, incluindo o próprio ex-presidente. Embora as penas somadas possam ultrapassar 40 anos de prisão, aliados mantêm uma ponta de esperança por uma eventual redução das sentenças. Outras frentes de ação incluem a aposta em sanções internacionais por parte dos Estados Unidos ou a articulação política para acelerar a aprovação do Projeto de Lei da Anistia, uma medida que poderia beneficiar não apenas os condenados pelos atos de 8 de janeiro, mas também o ex-presidente.

Pequenas Mobilizações e Suporte na Base

Recentemente, foram observadas mobilizações de menor porte em apoio a Bolsonaro. Essas ações ocorreram majoritariamente nas imediações de seu condomínio no Jardim Botânico, em Brasília. No domingo, 31 de agosto, por exemplo, uma carreata com buzinaços foi organizada, e na segunda-feira subsequente, um grupo se reuniu para uma sessão de oração, demonstrando a permanência de um núcleo de apoio ativo.

Esquerda Celebra: Dia Histórico para a Democracia

No lado oposto do espectro político, o início do julgamento da trama golpista foi amplamente celebrado por integrantes da esquerda e do governo, que o classificaram como um “dia histórico” para a nação e uma reiteração da defesa da democracia. Essa narrativa de defesa democrática tem sido consistentemente utilizada pelo governo Lula (PT) e seus aliados desde os ataques de 8 de janeiro de 2023. As redes sociais se tornaram um palco para essa celebração.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, utilizou sua plataforma para afirmar que o processo representa um “encontro marcado com a democracia”, sinalizando a convicção de que “a Justiça terá a palavra final”. O líder do PT na Câmara dos Deputados, José Guimarães (CE), endossou o entusiasmo ao celebrar o julgamento do ex-presidente, declarando que “ninguém ficará impune por afrontar a democracia e as instituições”. Essas manifestações evidenciam o caráter simbólico e político que o julgamento adquire para esses grupos.

Presenças e Declarações na Corte

A primeira sessão no Supremo Tribunal Federal, que começou pontualmente às 9h de terça-feira, contou com a presença de diversos líderes e parlamentares de esquerda. Entre eles, destacavam-se Lindbergh Farias (PT-RJ), a deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ) e a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), todos presentes para acompanhar de perto os desdobramentos jurídicos. Ao chegar ao local, a deputada Jandira Feghali destacou o caráter exemplar do julgamento para o mundo.

Julgamento da Trama Golpista no STF: Esquerda Celebra Início, Bolsonaristas Se Ausentam e Reagem Online - Imagem do artigo original

Imagem: www1.folha.uol.com.br

“Todo processo mostra que tivemos risco irreversível para a democracia no Brasil. (…) As instituições brasileiras reagiram, o povo brasileiro reagiu”, afirmou a deputada a jornalistas, antes de completar: “É uma lição realmente para o mundo”.

O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), por sua vez, demonstrou ceticismo quanto à possibilidade de aprovação de um projeto de lei de anistia, mesmo após as eventuais condenações por parte do Supremo. Ele destacou que tal projeto enfrenta significativa resistência não apenas na esquerda, mas também em setores do centrão e, de maneira proeminente, por parte do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

“A gente não aceita discussão sobre anistia. Esse debate vai existir essa semana, mas vai crescer depois do julgamento. Pelas decisões que existem no STF não achamos que existe espaço nenhum. É inconstitucional”, enfatizou Lindbergh, reforçando a posição de sua bancada.

Lindbergh Farias também fez questão de criticar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), devido a declarações em que Tarcísio afirmara que perdoaria Bolsonaro como um de seus primeiros atos de governo caso fosse eleito presidente da República. Para o deputado, essa postura é vista como uma “provocação” em um momento tão delicado do julgamento do Supremo, classificando as declarações como “infelizes” dada a conjuntura política e jurídica atual.

Tarcísio de Freitas e Movimentações Políticas

Tarcísio de Freitas é considerado hoje um dos nomes mais fortes para suceder Jair Bolsonaro em uma futura corrida eleitoral. Embora sustente publicamente seu foco na reeleição para o governo de São Paulo, o governador tem intensificado sua agenda com empresários e proferido discursos com um tom marcadamente eleitoral nas últimas semanas, o que reforça as especulações sobre suas ambições presidenciais. Tarcísio chegou a declarar que não viajaria a Brasília, mas reverteu a decisão na véspera e esteve na capital federal justamente no dia em que os ministros do STF deram início ao julgamento de seu padrinho político. Oficialmente, sua agenda em Brasília envolvia compromissos com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), mas havia uma forte expectativa de que o governador aproveitasse a oportunidade para conversas nos bastidores do mundo político.

Observadora Especial e o Significado Histórico do Julgamento

Por convite direto do ministro Alexandre de Moraes, Enea Stutz, ex-presidente da Comissão da Anistia e professora da Universidade de Brasília, acompanhou o julgamento da trama golpista no STF. Sua presença foi de grande relevância, dada sua expertise em justiça de transição, tema sobre o qual, segundo ela, mantém conversas com o próprio ministro. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Stutz expressou profunda emoção com o andamento do processo, que ela classificou como histórico e sereno.

“É um julgamento histórico e está sendo exatamente como eu esperava: solene, sereno, com ampla divulgação pública, como em nenhum outro tribunal no mundo, e determinando a quem interessar possa, que no Brasil não se permitirá tentativas de derrubada da democracia”, afirmou Stutz, ressaltando a importância do processo para o fortalecimento das instituições democráticas do país.

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A professora enfatizou que, na sua visão, faltava à esfera do Poder Judiciário uma atuação mais incisiva na defesa intransigente da democracia. Para ela, era essencial que os responsáveis por violações de direitos humanos, os que idolatram regimes ditatoriais e os que atentam contra o Estado de Direito fossem devidamente responsabilizados criminalmente. O julgamento em curso, portanto, representa um marco significativo nesse sentido, reiterando o compromisso do Brasil com a manutenção da ordem democrática e a punição de atos que busquem subvertê-la.

Com informações de Folha de S.Paulo

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