Em seu primeiro depoimento público desde o trágico incidente em Mykonos, Grécia, o brasileiro Ryan Silveira, de 23 anos, expressou profunda perplexidade e tristeza sobre os eventos que resultaram em seu resgate inconsciente de uma piscina e na morte de seu amigo, Yago Luiz de Campos e Silva, de 25 anos. O ocorrido, que mobilizou a atenção internacional, levou Ryan a um coma e, subsequentemente, a uma fase de recuperação e reflexão sobre a experiência traumática. Em um pronunciamento divulgado na última segunda-feira, 1º de setembro, Ryan detalhou a lacuna em sua memória e as dificuldades emocionais enfrentadas.
Após ter sido encontrado sem sentidos em 23 de agosto, em um hotel de luxo na deslumbrante ilha grega de Mykonos, o influenciador digital permaneceu em observação no Hospital em Atenas, a capital. Ele se recupera gradualmente, mas as cicatrizes, tanto físicas quanto emocionais, são evidentes. A perda de Yago, descrito por Ryan como seu melhor amigo, e a completa ausência de lembranças sobre o momento crítico do acidente são aspectos centrais de sua narrativa, revelando o impacto devastador dos acontecimentos.
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## O Dia do Incidente: Uma Memória Ausente e o Despertar Confuso
Ryan Silveira relatou que o dia 23 de agosto era um sábado promissor, marcado pela chegada dos amigos em Mykonos e pela expectativa de uma festa agendada para as 18h. No entanto, as lembranças do brasileiro se encerram abruptamente por volta da uma hora da tarde. “Eu não sei de fato o que aconteceu,” confessou Ryan. “Aquele dia, nós tínhamos chegado em Mykonos, era um sábado, já era uma hora da tarde e tinha uma festa às 18h. A última lembrança que eu tenho é que eu estava deitado na cama e eu simplesmente apaguei.” Esse blackout, conforme descreve, marcou o início de um período de inconsciência, findo apenas quando ele acordou em um hospital em Atenas.
A transição entre o último instante de consciência no hotel e o despertar na unidade de saúde foi abrupta e desorientadora. Ryan recorda-se de uma completa falta de noção espacial e temporal ao recobrar os sentidos. A sua primeira percepção, em meio a profissionais da saúde, era de que ainda se encontrava em Mykonos, e não na capital grega. A conversa inicial com a equipe médica, que questionava sua localização, intensificou sua confusão. Esse momento de despertar para uma realidade completamente distinta daquela que antecedeu o apagão é um ponto crucial em sua recuperação, demandando um lento processo de compreensão e assimilação dos fatos.
### O Difícil Entendimento da Tragédia do Amigo Yago
A revelação dos detalhes do que realmente havia acontecido ocorreu de forma gradual e extremamente dolorosa para Ryan. Inicialmente, ele não havia percebido a extensão de seus próprios ferimentos ou o grave desfecho do acidente. Os profissionais apenas mencionaram que ele e Yago haviam sido encontrados na piscina. Foi nesse instante que a mente de Ryan começou um turbilhão de questionamentos e apreensão. “Minha cabeça começou a entrar em desespero, eu não tinha visto ainda que estava machucado, até então, não tinha me sentido nada. Só falaram ‘vocês foram encontrados na piscina’ e minha cabeça ali começou a trabalhar e desde então não parou mais até hoje,” ele detalhou.
O choque mais profundo veio com a descoberta da morte de Yago, seu companheiro de viagem e amigo íntimo. Essa notícia devastadora só lhe foi comunicada três dias após o incidente, prolongando a angústia e a incerteza. A revelação tardia adicionou uma camada de sofrimento à já complexa situação de Ryan, que agora enfrentava não apenas as consequências físicas de seu próprio resgate, mas também a imensa dor da perda de alguém tão próximo. A memória fragmentada do incidente impede-o de compreender plenamente o que levou ao desfecho fatal, exacerbando o sentimento de impotência e luto.
## Detalhes do Resgate e a Tragédia no Hotel de Luxo Grego
O resgate inconsciente em uma piscina de hotel na Grécia envolvendo Ryan Silveira e Yago Luiz de Campos e Silva ocorreu em um cenário inicialmente concebido para lazer e relaxamento: um sofisticado hotel de luxo na região de Ornos, em Mykonos. Funcionários do estabelecimento foram os primeiros a se deparar com a cena chocante na manhã de 23 de agosto. A descoberta não foi por acaso, mas sim por uma percepção incomum que indicava um problema: água escorrendo de forma contínua para a varanda do andar inferior do hotel, um sinal claro de que algo anormal estava acontecendo.
Ao seguir o rastro da água e entrar no quarto que os brasileiros ocupavam, os funcionários fizeram a trágica descoberta. Tanto Yago, de 25 anos, quanto Ryan, de 23, estavam submersos na piscina. As informações fornecidas pelo site de notícias grego ProtoThema relataram que Yago Luiz de Campos e Silva foi encontrado já sem vida no local. Ryan Silveira, por sua vez, apresentava ainda sinais vitais, embora estivesse desacordado, uma situação crítica que exigiu uma resposta imediata.
### O Socorro e a Intervenção das Autoridades
Diante da gravidade da situação, uma ambulância foi prontamente acionada e Ryan foi socorrido e encaminhado para atendimento médico. A agilidade no resgate de Ryan foi fundamental para a sua sobrevivência, ainda que os desafios posteriores de saúde tenham sido consideráveis. Este trágico evento desencadeou uma investigação pelas autoridades gregas para apurar as circunstâncias exatas da morte de Yago e do acidente com Ryan. A cena do incidente foi preservada para que todos os detalhes pudessem ser cuidadosamente analisados, enquanto os pertences dos dois jovens permanecem em Mykonos como parte do inquérito.
A Embaixada do Brasil em Atenas, ciente da seriedade do caso, mobilizou-se para oferecer assistência consular aos familiares de Yago. Em nota oficial, o órgão governamental afirmou estar acompanhando de perto os desdobramentos e aguardando um posicionamento formal das autoridades gregas a respeito da morte do modelo brasileiro. Este apoio consular é vital para as famílias envolvidas, proporcionando informações e suporte em um momento de extrema fragilidade e necessidade em território estrangeiro.
## A Recuperação de Ryan e os Desafios Médicos Encarados
A recuperação de Ryan Silveira tem sido um percurso árduo, marcado por desafios médicos e físicos consideráveis. No vídeo em que se pronuncia publicamente, Ryan confirmou as informações que já haviam sido divulgadas por sua irmã, Maine Silveira, na semana anterior: ele contraiu uma infecção bacteriana. Essa infecção é uma consequência direta do incidente, atribuída à ingestão de grande quantidade de água da piscina durante o afogamento. As marcas físicas do acidente também são visíveis, com o rosto do influenciador apresentando machucados e pontos, embora a origem específica dessas lesões ainda seja desconhecida por ele.
“Como vocês podem ver, estou um pouco machucado ainda, estava bem pior, meu rosto estava super inchado, levei alguns pontos, tive uma infecção por conta da quantidade de água que acabou acabei ingerindo da piscina,” detalhou Ryan sobre seu estado de saúde. Embora tenha recebido alta hospitalar em uma sexta-feira — indicando que isso ocorreu uma semana antes de seu pronunciamento em 1º de setembro —, Ryan continua sob observação e acompanhamento em Atenas. Essa persistência da observação médica sugere a complexidade de sua condição e a necessidade de monitoramento contínuo para garantir sua plena recuperação e evitar complicações adicionais.
### Pertences Retidos e a Longa Espera Pelo Fim da Investigação
Um dos fatores que ainda complicam a situação de Ryan, para além de sua saúde e seu estado emocional, é a impossibilidade de reaver seus pertences pessoais. Roupas, documentos e demais itens que estavam em sua posse no momento do acidente permanecem em Mykonos. Essa retenção dos bens se dá em virtude da investigação em curso pelas autoridades gregas, que precisam manter o local e os objetos relacionados intocados para uma análise forense completa e detalhada das circunstâncias do incidente. Da mesma forma, os pertences de Yago também permanecem retidos no local.
Essa medida, embora necessária para a elucidação dos fatos, acrescenta uma camada extra de complicação para Ryan, que se encontra em Atenas sem acesso a muitos de seus itens essenciais e, mais importante, aguardando desfechos cruciais sobre a morte de seu amigo. A impossibilidade de acesso a esses objetos é um lembrete constante da tragédia e da complexidade burocrática envolvida em um acidente ocorrido em solo estrangeiro, onde procedimentos legais podem ser demorados e exaustivos para os envolvidos e seus familiares.
## Reflexões Profundas Sobre a Amizade e os Ensinamentos do Trauma
Em seu relato emocionante, Ryan Silveira dedicou parte de sua fala à profunda amizade que o unia a Yago Luiz de Campos e Silva. A dor da perda é palpável em suas palavras, reforçando o laço afetivo que compartilhava com o amigo falecido. “É meu melhor amigo. Familiares, amigos sabiam o quanto a gente era próximo um do outro,” expressou Ryan, com a voz embargada pela emoção. A memória de Yago, segundo ele, será um vazio inestimável na vida de todos que o conheceram e, em especial, na sua própria. Essa conexão com Yago adiciona uma dimensão ainda mais pessoal e pungente à tragédia, elevando a magnitude do luto que Ryan agora enfrenta.
O jovem influenciador também compartilhou que a experiência serviu como um amargo, mas vital, aprendizado. Ele refletiu sobre a imprevisibilidade da vida e a importância de valorizar cada momento. “Estou um pouco traumatizado com tudo isso que aconteceu, de saber que uma escolha que nós fizemos teve um final tão trágico e triste assim. Só consigo pensar na falta que o Yago vai nos fazer para o resto de nossas vidas,” desabafou Ryan. Sua perspectiva final no vídeo é de resignação e de um entendimento renovado da fragilidade humana: “Isso serviu muito de aprendizado, é muita coisa passando pela minha cabeça. A gente nunca, nunca espera que as coisas vão acontecer com a gente. Nunca estamos preparado para o pior.”
A fala de Ryan não é apenas um relato dos fatos, mas um testemunho da resiliência humana diante de perdas incalculáveis e circunstâncias inexplicáveis. Seu depoimento público, após dias de silêncio e coma, revela não só o que aconteceu em termos cronológicos e físicos, mas também o profundo impacto emocional e psicológico que tal evento exerce sobre uma vida. O brasileiro encerra seu pronunciamento reafirmando que, apesar da dor e do trauma, é preciso seguir em frente. “Estou muito abalado com tudo isso e preciso estar centrado para poder seguir em frente, porque a vida continua.”
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O caso segue sendo investigado pelas autoridades gregas, e a expectativa da Embaixada Brasileira em Atenas e da família de Yago Luiz de Campos e Silva é que todas as circunstâncias do incidente na piscina sejam esclarecidas o mais breve possível. Enquanto isso, Ryan Silveira continua seu processo de recuperação física e mental em Atenas, tentando assimilar o incompreensível e reconstruir a vida após o trágico desfecho de uma viagem que deveria ser de lazer e se transformou em uma memória de profunda dor e perda. A dor de não lembrar o que ocorreu e a realidade brutal da morte de seu amigo representam os grandes desafios que Ryan ainda precisa superar.
Com informações de G1

Imagem: g1.globo.com
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