O mês de setembro teve seu início caracterizado por um padrão meteorológico de calor elevado e ar de baixa umidade em grande parte do território nacional. Essa condição, marcada por extensas horas de sol, temperaturas diurnas elevadas e a ocorrência esporádica e desordenada de chuvas rápidas no período final do dia, abrange extensas porções do país já nos primeiros dias do novo mês.
Desde esta segunda-feira, dia 1º, as configurações atmosféricas prevalecem em favor da elevação térmica e da diminuição da umidade do ar. Essa persistência é observada especialmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e nas áreas mais afastadas do litoral nordestino, um panorama que, segundo as análises climáticas, se estenderá pelos próximos dias. O meteorologista César Soares, representante da Climatempo, reforça essa projeção ao afirmar que a primeira semana de setembro se configura para ser de grande intensidade de calor nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, com termômetros atingindo patamares elevados.
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Panorama no Sul do País: Ventos Fortes e Instabilidade
Enquanto o calor predomina em outras partes do país, a Região Sul experimenta um cenário climático distinto, onde o impacto de ventos intensos e áreas de instabilidade se faz presente. Tal condição está intrinsecamente ligada à atuação de um sistema de baixa pressão atmosférica, caracterizado como um ciclone extratropical, com sua área de origem e principal influência centrada na vizinha Argentina. Este sistema é o principal responsável pela configuração de um início de semana ventoso em todo o Rio Grande do Sul. Observam-se rajadas de vento classificadas de moderadas a fortes, com incidência acentuada nas porções Oeste e Litorânea do estado, além de abranger a região da Lagoa dos Patos, onde a circulação de ventos pode ser particularmente sentida devido à sua vasta extensão e configuração geográfica.
Em relação às precipitações, a chuva apresenta-se de forma mais consistente e volumosa entre o Oeste e o Sul do território gaúcho. Em um movimento sequencial, este padrão pluviométrico tende a avançar, de maneira pontual e em volumes menores, para outras áreas do estado. No entanto, o elemento meteorológico com maior impacto e relevância neste contexto é o vento, cujas rajadas podem trazer desafios e demandam atenção das populações locais.
A capital gaúcha, Porto Alegre, por exemplo, teve uma previsão de máxima atingindo os 30 graus Celsius nesta segunda-feira. Contudo, a tendência para o restante da semana indica uma acentuada virada no padrão do tempo, com a instabilidade ganhando proeminência. Isso se traduz na expectativa de pancadas de chuva que se tornarão mais frequentes e generalizadas a partir da terça-feira, sinalizando uma alteração significativa nas condições atmosféricas urbanas.
Nos estados vizinhos, as condições também são notáveis. Florianópolis, em Santa Catarina, registrou uma máxima de 21 graus Celsius na segunda-feira, acompanhada de um regime de chuva mais persistente ao longo do dia, característico da atuação da umidade e instabilidade que alcança o litoral. Já em Curitiba, capital do Paraná, as temperaturas se mantiveram mais amenas, com a mínima estimada em 13 graus Celsius e a máxima em 21 graus Celsius. A atmosfera paranaense esteve predominantemente encoberta, com a presença de nebulosidade acentuada e a possibilidade concreta de garoa em diferentes momentos, configurando um clima úmido e mais fresco.
Situação no Sudeste: Sol Forte e Aumento Gradual das Nuvens
Na Região Sudeste, a segunda-feira marcou um período de predomínio de sol e tempo estável na maioria dos centros urbanos. O cenário meteorológico inicial foi de grande claridade, com a incidência direta da radiação solar, conferindo características de tempo firme à jornada. No entanto, observou-se uma tendência de formação e expansão das nuvens à medida que o dia avançava, uma progressão que pode prenunciar mudanças futuras, ainda que não imediatas, nas condições do tempo regional.
A metrópole de São Paulo iniciou o mês de setembro refletindo uma típica fase de transição entre estações. As manhãs paulistanas foram caracterizadas por temperaturas amenas, proporcionando um ambiente mais agradável e fresco nas primeiras horas do dia. Durante o período da tarde, as temperaturas se elevavam para patamares confortáveis, com condições bastante agradáveis. O entardecer e a noite trouxeram consigo um aumento da cobertura nebulosa, conferindo ao céu um aspecto mais denso. Contudo, para este momento específico do início da semana, não havia previsão de chuvas significativas, mantendo a característica de tempo firme na cidade. As mínimas para a capital paulista foram registradas em 15 graus Celsius, enquanto as máximas alcançaram 27 graus Celsius.
No Rio de Janeiro, a expectativa meteorológica para a mesma segunda-feira apontava para temperaturas mais elevadas e a presença dominante do sol. A previsão indicava uma mínima de 18 graus Celsius e uma máxima atingindo 27 graus Celsius, evidenciando uma atmosfera de intenso calor e forte irradiação solar. No entanto, o cenário carioca incluía a possibilidade de ocorrência de chuvas de caráter passageiro durante o período da tarde, um fenômeno comum em ambientes de forte aquecimento e umidade costeira. Em Vitória, capital do Espírito Santo, a cidade já se encontrava sob a influência direta da umidade vinda do litoral, um fator que resultou na ocorrência de chuvas rápidas e intermitentes em diversas horas do dia, impactando parte da rotina da população.
Ao longo da primeira semana de setembro, projeta-se um aumento consistente nas temperaturas em grande parte do interior da Região Sudeste. Serão observados picos térmicos que podem variar significativamente, com alguns termômetros atingindo marcas entre 34 e 37 graus Celsius. Essas elevações de temperatura serão mais evidentes e persistentes no norte e no oeste do estado de São Paulo, bem como em extensas faixas de Minas Gerais, sinalizando um período de intenso calor. Paralelamente, a tendência aponta para o incremento da presença de nuvens no fim de tarde ao longo dos próximos dias. Apesar disso, essas formações nebulosas com potencial de chuva permanecerão de natureza bastante irregular e pontual, sem indicativos de uma generalização pluviométrica.
Centro-Oeste sob Forte Calor e Ar Seco Persistente
Na Região Centro-Oeste do Brasil, o mês de setembro tem um início completamente dominado pela intensificação do calor. As massas de ar seco predominam, elevando significativamente as temperaturas e contribuindo para a baixa umidade relativa do ar em vasta área, um padrão climático que já é característico da estação na região, mas que se acentua neste começo de mês.
Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, começou a semana com uma condição de tempo predominantemente aberto, marcada por grande quantidade de sol e um céu geralmente limpo. Contudo, ao longo do período da tarde, houve o crescimento de nuvens, embora não com potencial significativo de chuva para os primeiros dias, acompanhado por um persistente ar seco, o que demanda atenção quanto aos cuidados com a saúde e a hidratação.
A cidade de Cuiabá, em Mato Grosso, prepara-se para enfrentar condições climáticas extremas. A capital mato-grossense deve registrar temperaturas que atingirão ou ultrapassarão a marca dos 40 graus Celsius em várias tardes ao longo desta semana. Associado a esse calor intenso, a umidade relativa do ar apresentará níveis criticamente baixos, girando em torno de 20% nos horários de maior aquecimento diurno, caracterizando um tempo extremamente seco e quente, com riscos elevados à saúde e ao meio ambiente, incluindo a maior propensão a incêndios florestais.
Em Brasília, no Distrito Federal, o tempo seco retorna com um destaque ainda maior. Os termômetros da capital federal indicaram uma mínima de 17 graus Celsius e uma máxima de 30 graus Celsius nesta segunda-feira. A ausência de chuvas, somada a uma umidade do ar que apresenta tendência de queda ao longo dos dias, cria um ambiente com desafios consideráveis em relação à qualidade do ar e à sensação térmica, que pode ser agravada pela baixa umidade.

Imagem: g1.globo.com
Goiânia, em Goiás, também segue sob um regime de tempo estável e seco. As previsões apontam para uma mínima de 19 graus Celsius e uma máxima de 31 graus Celsius para o início da semana. No panorama geral da Região Centro-Oeste, a primeira semana de setembro deverá registrar poucas alterações significativas nas condições meteorológicas. Predominarão o calor persistente, a acentuada secura do ar e, em caráter pontual, a formação de nuvens típicas de tempo quente, que podem resultar em chuvas mal distribuídas e de curta duração, sem, contudo, modificar substancialmente o padrão de estiagem e altas temperaturas.
Norte e Nordeste: Padrões Distintos de Umidade e Temperatura
A Região Nordeste, particularmente nas suas áreas costeiras, observa ao longo do mês de setembro uma variação na entrada da umidade vinda do mar. Esse fenômeno gera um “vaivém” de ar úmido que influencia diretamente o clima das capitais e cidades litorâneas. Alguns estados, como Pernambuco e Paraíba, podem até mesmo registrar volumes pluviométricos mais elevados em determinados momentos. No entanto, a característica preponderante é que essas chuvas ocorram em períodos de curta duração, sendo localizadas e intermitentes, sem uma continuidade prolongada.
Para a primeira semana de setembro, Salvador, na Bahia, Recife, em Pernambuco, e João Pessoa, na Paraíba, mantêm um padrão de tempo com a presença de sol entre nuvens. Acompanhando essa condição, esperam-se chuvas rápidas que podem ocorrer em diferentes momentos do dia, refletindo a dinâmica da umidade costeira. Nas capitais João Pessoa e Natal, no Rio Grande do Norte, as temperaturas máximas devem girar em torno de 28 graus Celsius, com a presença de pancadas de chuva que se distribuirão ao longo da jornada. Por outro lado, em Teresina, capital do Piauí, o tempo firme e sem instabilidade garante um calorão expressivo, com a máxima prevista atingindo os 36 graus Celsius, em contraste com o clima mais úmido das capitais costeiras.
Na Região Norte do país, o cenário climático também se mostra variado. Belém, no Pará, tem a previsão para esta segunda-feira de uma temperatura mínima de 24 graus Celsius e máxima de 33 graus Celsius. A cidade terá sol e um progressivo aumento na quantidade de nuvens, mas sem expectativa de chuva. Manaus, capital do Amazonas, segue uma dinâmica semelhante, com a máxima prevista em 32 graus Celsius e condições de tempo firme. Em Boa Vista, Roraima, há a possibilidade de ocorrência de pancadas de chuva isoladas, com a temperatura podendo alcançar os 32 graus Celsius.
O início do mês na região Norte desdobra-se em dois principais cenários climáticos. Ao norte do Amazonas e em Roraima, a característica predominante é a irregularidade nas chuvas, com alternâncias entre momentos de pancadas isoladas e períodos de tempo estável e sem precipitação. Já no sul do Amazonas, assim como no Acre e em Rondônia, a tendência meteorológica aponta para um aumento gradual tanto na frequência da cobertura de nuvens quanto na incidência das precipitações. Esse incremento nas chuvas, em algumas fases, tende a contribuir para uma leve diminuição do intenso calor que habitualmente assola essas áreas.
Ao se expandir nas explicações sobre os padrões climáticos por todas as regiões brasileiras, é essencial sublinhar a complexidade da atmosfera neste período. O panorama detalhado por César Soares da Climatempo reflete a expectativa de um setembro que, apesar de trazer o habitual calor e tempo seco para o centro do país, já indica transformações nas regiões extremas, como a chegada da instabilidade no Sul e as nuances entre umidade e estiagem no Norte e Nordeste. A compreensão desses fatores é vital para a tomada de decisões em diferentes setores da sociedade.
Essa análise regionalizada é crucial não só para a população se preparar para as condições do dia a dia, mas também para o agronegócio, para a gestão de recursos hídricos e para a saúde pública, que pode ser afetada pelas ondas de calor e pela baixa umidade do ar. As previsões específicas para as capitais demonstram essa variedade: de um lado, Porto Alegre prevendo virada com chuvas a partir da terça, e do outro, Teresina vivenciando um calor escaldante de 36°C.
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A Influência da La Niña e o Mês de Transição
Um fator climático de grande relevância que atrai a atenção dos especialistas neste início de setembro é o resfriamento das águas na região do Oceano Pacífico Equatorial. Este fenômeno é um indicativo do possível desenvolvimento da La Niña, que, embora ainda não esteja completamente estabelecido em sua fase consolidada, demonstra uma crescente probabilidade de se fortalecer e de se instalar plenamente ao longo da primavera brasileira, com projeções indicando sua presença para os próximos meses do ano.
A La Niña é caracterizada por um processo de resfriamento das águas superficiais que se estende pela faixa Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico. Para que o fenômeno seja oficialmente declarado e estabelecido, é necessária a constatação de uma diminuição da temperatura dessas águas em um patamar igual ou superior a 0,5 graus Celsius em relação à média histórica, condição que está sendo monitorada ativamente pelos centros meteorológicos internacionais. Caso sua confirmação seja oficializada, os efeitos do padrão La Niña podem ser notáveis no clima de diferentes regiões brasileiras, com impacto direto e significativo.
Tradicionalmente, um dos principais impactos do La Niña é a potencial intensificação das chuvas nas Regiões Norte e Nordeste do país, que passariam a receber volumes pluviométricos acima do normal. Em contrapartida, este mesmo fenômeno tende a favorecer a ocorrência de períodos de maior estiagem e ar seco na Região Sul do Brasil, podendo exacerbar as condições de escassez hídrica já observadas. A irregularidade nas chuvas que ocorrem no final das tardes, tanto no Sudeste quanto no Centro-Oeste, é outro aspecto que pode ter uma ligação com este padrão oceânico-atmosférico. O La Niña tem a capacidade de alterar a circulação dos ventos em larga escala na atmosfera, o que pode influenciar diretamente a distribuição e a frequência das precipitações nessas regiões, gerando uma maior variabilidade.
Até que o fenômeno La Niña se consolide e seus impactos sejam mais uniformes e intensos, o mês de setembro é projetado para atuar como um período de transição climática no Brasil. Caracteriza-se por uma forte incidência de sol, tardes consistentemente quentes e um regime de chuvas que se mantém de forma ainda desorganizada e mal distribuída pelas diversas localidades. Nos primeiros dias deste mês, essa tendência geral deverá ficar mais acentuada e evidente, especialmente com as capitais da Região Centro-Oeste registrando calor em níveis extremos, enquanto a Região Sul do país permanecerá sob o risco de ocorrência de temporais, com potencial de eventos meteorológicos mais severos. Contudo, a partir da segunda quinzena de setembro, a expectativa é de que o retorno das chuvas comece a se espalhar de forma mais ampla por outras áreas, preparando o terreno e as condições para o início oficial da primavera, que, no hemisfério sul, ocorre em 22 de setembro.
Com informações de G1
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