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Iniciativa “Pague o Quanto Puder” ganha força e se espalha pela Cidade do México

Facebook Twitter Pinterest LinkedInModelo de Preço Flexível Se Consolida na Capital Mexicana com Expansão Para Mais de 20 Estabelecimentos A Cidade do México presenciou um movimento inovador no setor gastronômico no dia 27 de agosto, quando mais de vinte restaurantes e estabelecimentos de comida uniram-se para promover o “Dia do coma o que quiser, pague … Ler mais

Modelo de Preço Flexível Se Consolida na Capital Mexicana com Expansão Para Mais de 20 Estabelecimentos

A Cidade do México presenciou um movimento inovador no setor gastronômico no dia 27 de agosto, quando mais de vinte restaurantes e estabelecimentos de comida uniram-se para promover o “Dia do coma o que quiser, pague o quanto puder”. Esta iniciativa, que permite aos clientes determinar o valor a ser pago pela refeição, teve sua origem no aclamado restaurante Masala y Maíz, liderado pelos chefs e proprietários Norma Listman e Saqib Keval. O modelo não apenas ganhou destaque na capital mexicana, mas também se apresenta como uma potencial tendência global, visando tornar a alta gastronomia mais acessível e fomentar um senso de comunidade mais robusto.

O casal Norma Listman e Saqib Keval, conhecidos por sua dedicação à cozinha que mescla influências mexicanas, africanas e indianas, recentemente alcançaram um marco significativo em sua trajetória: a conquista de sua primeira estrela Michelin. No entanto, a forma como receberam a notícia exemplifica sua prioridade inabalável pela comunidade em detrimento do reconhecimento pessoal. Estavam em Nova York, celebrando um amigo chef, quando a equipe do Masala y Maíz tentava contatá-los persistentemente. Segundo Listman, que relembra a situação com bom humor, apenas o gerente, o mais sério da equipe, conseguiu despertar sua atenção, alertando-os que estavam sendo anunciados ao vivo no palco da premiação Michelin. Este episódio reforça a essência da dupla, para quem a alegria de apoiar um amigo e a paixão pela comunidade são valores mais significativos do que qualquer prêmio de prestígio, refletindo diretamente na filosofia por trás de seu empreendimento gastronômico.

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O Masala y Maíz tornou-se um referencial em virtude do modelo “pague o quanto puder”, uma prática que atraiu grande popularidade e um número crescente de adeptos. Várias vezes ao ano, os comensais têm a oportunidade única de desfrutar de um menu especial e cuidadosamente elaborado, que se distingue por sua fusão autêntica de culinárias mexicana, africana e indiana. Para participar, não são necessárias reservas prévias; os clientes são atendidos estritamente por ordem de chegada, formando filas que, paradoxalmente, reforçam o caráter comunitário da experiência. Após a refeição, cada pessoa recebe um envelope, onde deve depositar a quantia que considera justa ou acessível, sem qualquer cobrança predefinida ou uma conta fixa. Uma condição peculiar e obrigatória desse sistema reside na solicitação para que os clientes especifiquem no envelope a parcela do valor doada que será destinada diretamente à equipe do restaurante, e qual percentual será direcionado para o próprio estabelecimento. Este detalhe singular ressalta o compromisso dos proprietários em garantir o reconhecimento e o apoio direto aos seus colaboradores, fortalecendo a cadeia de valor humano envolvida na experiência gastronômica e distinguindo ainda mais o modelo “pague o quanto puder” de iniciativas similares, enfatizando uma preocupação com o bem-estar e a valorização de todos que contribuem para o sucesso do Masala y Maíz.

Para o casal Norma Listman e Saqib Keval, a principal motivação por trás da expansão dessa prática inovadora é o profundo senso de comunidade. Essa abordagem tem como meta fundamental garantir que todos os residentes da Cidade do México, independentemente de sua condição socioeconômica, possam ter acesso e desfrutar de pratos de alta qualidade. Os pratos servidos durante esses eventos são preparados com a mesma excelência e mantêm o mesmo padrão de tamanho e qualidade oferecidos em dias normais de funcionamento do restaurante, sem nenhuma distinção, exceto a ausência de um preço fixo. Exemplos notáveis do menu incluem o Camarones pa’pelar, uma preparação requintada de camarões cozidos com baunilha, limão e ghee, e o Kuku Poussin, um pequeno frango frito acompanhado de queijo, alface e um molho agridoce de tamarindo, todos disponíveis nesse formato flexível. Os proprietários afirmam categoricamente que não incorrem em perdas financeiras com esses eventos. A vasta maioria dos clientes opta por deixar um pagamento, mesmo que seja simbólico, ou até mesmo ofereça algo criativo, como uma obra de arte para a equipe, demonstrando a adesão à filosofia do projeto. Adicionalmente, uma parcela significativa de clientes contribui com valores que, por vezes, chegam a superar em até três vezes o custo habitual das refeições, compensando eventuais doações menores. Para Listman e Keval, a iniciativa se reveste de um significado particular em uma metrópole que, como a Cidade do México, enfrenta desafios complexos como a gentrificação e o turismo excessivo, fenômenos que acentuam as disparidades sociais.

Norma Listman enfatiza a dimensão social do projeto: “Existe muita desigualdade social, muita desigualdade econômica na cidade. Há pessoas que estão ganhando todo o dinheiro e pessoas que estão fazendo todo o trabalho.” Ela acrescenta que a iniciativa atua como um mecanismo para mitigar essa divisão de classes, tornando os estabelecimentos gastronômicos mais acessíveis a uma fatia maior da população, ainda que por um dia, e promovendo uma distribuição mais equitativa da experiência culinária de alta qualidade. Para a dupla, o Modelo “pague o quanto puder” emerge como uma ferramenta poderosa para gerar impacto positivo direto, oferecendo aos cidadãos a oportunidade de desfrutar de momentos de prazer e alimentação digna sem o fardo da exclusão econômica, contribuindo ativamente para um tecido social mais inclusivo e solidário.

Embora a cerimônia formal de premiação não estivesse no cerne das aspirações de Listman e Keval, o reconhecimento por meio da estrela Michelin trouxe uma compreensão renovada sobre o potencial impacto do prêmio. Eles perceberam que essa distinção poderia significativamente amplificar a conscientização em relação à iniciativa “pague o quanto puder”, extrapolando o alcance para além da clientela fiel de seu restaurante. O prêmio conferiu uma plataforma valiosa para inspirar outros estabelecimentos gastronômicos na Cidade do México a adotarem a mesma filosofia. O desdobramento dessa visão materializou-se no dia 27 de agosto, quando mais de 20 restaurantes e espaços culinários da capital participaram pela primeira vez do “Dia do coma o que quiser, pague o quanto puder”. Este evento coletivo representa a materialização do modelo concebido pelo Masala y Maíz em uma escala mais ampla, um marco para a culinária da região. Saqib Keval expressa o otimismo de que este evento seja apenas o começo, projetando que o movimento possa, eventualmente, consolidar-se como uma tradição de alcance mundial. Ele menciona que já houve contato de interessados em adotar o modelo em diversas partes do globo, incluindo Chile, Colômbia, outras regiões do próprio México e Peru. Keval visualiza claramente o potencial para que essa prática se transforme em um “pague o quanto puder” de escala internacional, reforçando a crença de que a solidariedade e a acessibilidade podem transcender fronteiras geográficas.

A participação no evento deste ano demonstrou a versatilidade do modelo, englobando desde estabelecimentos familiares e comunitários até restaurantes de alta gastronomia. Pequenas padarias, como a Padaria Valle Luna, localizada na Colônia Juarez, aderiram à iniciativa, permitindo que produtos frescos e artesanais fossem oferecidos sob a premissa de pagamento consciente. No outro espectro, restaurantes já consolidados e renomados também marcaram presença, a exemplo do Expendio de Maíz, que, assim como o Masala y Maíz, ostenta uma estrela Michelin. Este restaurante, que se especializa em pratos tradicionais mexicanos com especial enfoque no milho, um alimento base e culturalmente significativo, ofereceu sua experiência gourmet para a comunidade sob o modelo de preço flexível, evidenciando que a alta gastronomia também pode abraçar princípios de inclusão. Ximena Igartúa, representando o Loup bar, localizado no distrito de Cuauhtémoc, que igualmente participou do evento, compartilhou uma perspectiva alinhada com os ideais de Keval e Listman. “Nós somos motivados principalmente pela construção desse senso de comunidade”, afirmou Igartúa, ressaltando a dimensão social do movimento. Ela acrescentou que o evento representa “uma mensagem coletiva de união e solidariedade, e um convite para tentar quebrar ideias preconcebidas.” Igartúa também destacou que a iniciativa é uma forma de “retribuir aos nossos clientes tudo o que recebemos”, sublinhando o vínculo recíproco entre o estabelecimento e a clientela. Essa ampla gama de participantes ressalta o potencial da iniciativa para se integrar a diferentes formatos de negócios gastronômicos, sem comprometer a qualidade ou a essência de cada um, ao mesmo tempo em que promove um impacto social positivo e a construção de uma comunidade mais integrada.

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Saqib Keval mantém a esperança de que o “Dia do coma o que quiser, pague o quanto puder” possa desencadear uma tendência de escala global, um desejo que já mostra sinais de se concretizar. Exemplos de iniciativas similares com o modelo “pague o quanto puder” já existem em outras partes do mundo, atestando a viabilidade e o apelo universal da ideia. Entre eles, destacam-se o restaurante Annalakshmi, situado em Singapura, e o Rethink Cafe, que opera no bairro do Brooklyn, em Nova York. Para Norma Listman e Saqib Keval, os fundadores do Masala y Maíz, a aspiração é simples, mas profundamente significativa: que um número crescente de restaurantes e, por conseguinte, de pessoas, possa se beneficiar da experiência de uma boa refeição, acessível a qualquer preço, sem a barreira econômica que muitas vezes restringe o acesso à boa gastronomia. Keval reflete sobre as complexidades do setor: “O trabalho em restaurante é tão exigente e os retornos são tão reduzidos. As margens são muito apertadas, que é difícil ter espaço para sonhar.” Contudo, ele conclui com uma nota de otimismo e determinação: “Mas isso é algo que pode ser feito,” reiterando a crença de que a combinação de paixão pela gastronomia e um compromisso com a justiça social pode realmente transformar o cenário culinário, demonstrando que, mesmo diante dos desafios inerentes ao negócio, é possível inovar e promover um impacto social duradouro.

Com informações de G1

Iniciativa “Pague o Quanto Puder” ganha força e se espalha pela Cidade do México - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

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