A lendária dupla sertaneja Jorge e Mateus realizou uma performance inesquecível na 70ª edição da Festa do Peão de Barretos, neste sábado, dia 31 de agosto. O show, que fez parte da turnê comemorativa de 20 anos de carreira, marcou o último grande compromisso da agenda dos artistas antes de uma anunciada pausa nas apresentações.
Considerados influentes na história da música sertaneja brasileira, os cantores entregaram um espetáculo com duração de quase três horas. A apresentação celebrou o vasto repertório da dupla, reverenciando sua obra e legado antes do período de descanso programado. A interrupção nas atividades, cujo anúncio ocorreu no final do ano passado, inicialmente não tinha um tempo definido, mas declarações posteriores em entrevistas indicaram que a pausa não deve ultrapassar seis meses.
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Em Barretos, conhecida como a “terra sagrada” da música sertaneja, a dupla de Itumbiara, Goiás, apresentou a turnê especial “20 Anos”. Este show foi cuidadosamente elaborado para revisitar duas décadas de sucessos que cativaram o público em todo o Brasil. Durante o concerto, os artistas entregaram uma impressionante sequência de músicas, formatadas em blocos de pot-pourri, o que permitiu incluir quase quarenta canções no setlist.
A noite na arena de Barretos começou com uma série de sucessos conhecidos, fazendo o público cantar em coro desde os primeiros acordes. Músicas como “Querendo Te Amar”, “De Tanto Te Querer”, “Tem nada a ver”, “Te Cuida Coração”, “Traz Ela de Volta pra Mim” e “Fogueira” deram o tom da festa, demonstrando a força do repertório da dupla. A transição rápida entre as faixas mantinha a energia elevada, sem permitir que a audiência “respirasse”, no sentido de perder o embalo da celebração.
Dando continuidade à sequência de clássicos que moldaram sua trajetória, Jorge e Mateus prosseguiram com “Pode Chorar”, “Voa Beija-Flor” e “Amor Covarde”. Essas canções, emblemáticas do início da carreira da dupla, tiveram um marco importante com o lançamento do álbum “Ao vivo em Goiânia”, de 2006, consolidando a identidade musical dos artistas e estabelecendo a base de seu reconhecimento nacional.
Um dos pontos altos da primeira parte do show foi a interpretação de “Pirraça”. O refrão “Não vou mais chorar, como chorei, nem me lembrar, que um dia te amei” fez a arena ir ao delírio, em um momento de pura catarse coletiva. Em seguida, a dupla executou “Um Dia Te Levo Comigo” e “O Mundo É Tão Pequeno”, mantendo a emoção e a conexão com a vasta plateia.
Jorge, com a voz marcante que se tornou sua assinatura, interveio para conversar com o público. “15 anos e 15 shows em Barretos. Tudo bem aí com todo mundo? 70 anos. Esse povo não parou desde que começou a festa”, disse ele, enaltecendo a história da Festa do Peão e a lealdade dos fãs. Mateus, por sua vez, dedicava-se a interagir com os cartazes dos espectadores e a questionar sobre as origens estaduais dos presentes, criando um clima de proximidade. Ele ainda brincou: “Vai ter uma música que vocês nem lembram, mas a gente vai tentar fazer”, demonstrando o despojamento da dupla.
Sem interrupções significativas, a dupla seguiu com uma verdadeira “enfileirada” de sucessos. Canções como “Espelhos”, “Se Eu Pedir Cê Volta”, “Onde Haja Sol”, “Mistérios”, “Seu Astral”, “Amo Noite e Dia”, “Se Eu Chorar” e “Flor” foram apresentadas, cativando a multidão presente e provando, uma vez mais, a capacidade da dupla de encantar gerações. A fluidez da apresentação, sem pausas prolongadas, permitiu que a atmosfera de festa continuasse crescendo.
Um momento de grande emoção e interação ocorreu quando um fã na linha de frente do palco solicitou o microfone para fazer um pedido especial. Ele usou a oportunidade para pedir a namorada, Ana Clara, em casamento diante de uma arena completamente lotada – o maior rodeio da América Latina. O “sim” da noiva foi calorosamente aplaudido pela multidão, e a dupla dedicou ao casal recém-comprometido o hit “O Que É Que Tem”, transformando a plateia em um “mar de luzes de celulares” cantando em uníssono, gerando uma nova onda de catarse. Essa interação destacou a conexão da dupla não apenas com suas músicas, mas também com os momentos pessoais dos fãs.
Imagem: g1.globo.com
A intensidade não diminuiu com a execução de outro sucesso incontestável: “Aí Já Era”. Extraída do aclamado álbum homônimo de 2009, a faixa manteve a atenção do público. Em seguida, as canções “Duas Metades”, “Coração Calejado” e “Coisas de Quem Ama” deram continuidade à poderosa demonstração de repertório, perpassando diferentes fases e sonoridades da dupla. O concerto prosseguiu com um bloco de hits mais recentes, incluindo “Feliz, Infelizmente”, “Os Anjos Cantam”, “Nocaute”, “Logo Eu” e “Antônimos”, mostrando a constante renovação e relevância dos artistas no cenário musical.
Mateus, que é reconhecido por seu apreço tanto pela música sertaneja quanto pelo rock, passou grande parte da apresentação empunhando a guitarra, evidenciando essa fusão de influências. Em certos momentos, ele também adornava sua performance com um chapéu, adicionando um toque característico ao visual. Durante uma breve pausa em que Jorge se retirou para uma troca de roupa, os telões da arena exibiram vídeos que destacavam os diversos “feats” (parcerias musicais) que a dupla acumulou ao longo dos vinte anos de estrada. Jorge mencionou, brincando, que “foram uns 500”, ressaltando a extensa lista de colaborações.
A viagem musical pelo tempo continuou, mostrando a abrangência da carreira de Jorge e Mateus e sua capacidade de produzir hits em todas as suas fases. O público foi presenteado com uma série de sucessos lançados nos últimos anos, incluindo “Nocaute”, “Propaganda”, “Pergunta Boba”, “Cheirosa”, “5 Regras”, “Sosseguei”, “Todo Seu” e “Paradigmas”. A cada canção, a multidão reagia com entusiasmo, confirmando o carinho e a identificação com as letras e melodias.
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A dupla demonstrou um “astral acima da média” ao longo de toda a noite, deixando evidente que estavam vivendo plenamente a turnê de 20 anos antes da aguardada pausa. Jorge e Mateus mantiveram um clima descontraído com o público, realizando brincadeiras e distribuindo toalhas, além de autografar chapéus para os fãs mais próximos do palco. Em alguns momentos, até cantarolaram trechos de músicas de outros artistas que se apresentariam em seguida, num gesto de companheirismo e celebração da música. O encerramento da apresentação foi marcado por uma sequência de sucessos que praticamente todo fã conhece do começo ao fim. A arena de Barretos vibrou intensamente ao som de “Troca”, “Pra Sempre Com Você”, “Vou Voando”, “Tem Que Sorrir” e “A Hora É Agora”, encerrando a noite em grande estilo.
A performance da dupla impressionou Barretos e deixou uma mensagem clara de que os fãs esperam o breve retorno dos artistas, que mais uma vez provaram seu lugar no olimpo dos maiores do gênero musical mais escutado do país, consolidando histórias e marcando gerações ao longo de duas décadas de trajetória de êxito e reconhecimento.
Com informações de g1.globo.com
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