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A Luta por uma Vida Plena com Esclerose Múltipla: Funcionária Pública do AC Desafia Preconceitos

Facebook Twitter Pinterest LinkedInCruzeiro do Sul, Acre – Em meio aos desafios impostos pela esclerose múltipla (EM), uma servidora pública do interior do Acre, de 46 anos, emerge como um exemplo de resiliência. Eclésia Messias e Silva, moradora de Cruzeiro do Sul, que recebeu o diagnóstico da doença há dois anos e sete meses, advoga … Ler mais

Cruzeiro do Sul, Acre – Em meio aos desafios impostos pela esclerose múltipla (EM), uma servidora pública do interior do Acre, de 46 anos, emerge como um exemplo de resiliência. Eclésia Messias e Silva, moradora de Cruzeiro do Sul, que recebeu o diagnóstico da doença há dois anos e sete meses, advoga pela prática de atividades físicas e por uma vida equilibrada como pilares para a superação e o bem-estar. Para ela, o diagnóstico não representa uma sentença de morte, mas sim um novo capítulo na jornada de autoconhecimento e adaptação.

A experiência de Eclésia reflete o que muitos pacientes com doenças crônicas vivenciam. Ao recordar o momento da notícia, ela descreve um período inicial de desespero e angústia, caracterizado por lágrimas e um profundo sofrimento. Contudo, essa fase de impacto logo deu lugar a uma postura mais proativa, marcada pela busca de informação, diálogo com os profissionais de saúde, escolha de um tratamento adequado e a realização dos exames necessários. Hoje, a esclerose múltipla é vista por ela não como o centro de sua existência, mas como um dos múltiplos pontos que compõem sua trajetória de vida.

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Com um olhar otimista, Eclésia se posiciona como um testemunho vivo de que é possível ter uma vida normal e tranquila, com poucas limitações, mesmo convivendo com a esclerose múltipla. A funcionária pública enfatiza que, apesar do susto inicial que o diagnóstico provoca, a familiarização com a condição e o desenvolvimento da capacidade de escutar os sinais do próprio corpo são aprendizados cruciais. A sua vivência ganha ainda mais relevância neste sábado, 30 de agosto, quando se celebra o Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla. A data ressalta a urgência de iluminar a doença e combater os estereótipos e a desinformação que ainda a cercam na sociedade. A doença, embora possa acometer indivíduos de qualquer faixa etária, manifesta-se com maior frequência entre os 20 e 40 anos, com uma incidência notadamente superior em mulheres.

O Caminho para o Diagnóstico: Uma Jornada de Incômodos e Descobertas

Antes mesmo de ter qualquer indício da esclerose múltipla, Eclésia, aos 45 anos, já demonstrava uma notável dedicação à sua saúde. Ela havia vencido um quadro de obesidade mórbida por conta própria, sem recorrer a cirurgias bariátricas ou uso contínuo de medicamentos, e a atividade física já se inserira naturalmente em seu dia a dia. Foi nesse contexto de hábitos saudáveis que ela começou a perceber o surgimento de sintomas atípicos. O desconforto iniciou com uma dormência persistente no polegar e nos dois dedos adjacentes. Gradualmente, essa sensação progrediu, subindo pelo braço até alcançar a região da cabeça e do couro cabeludo.

Inicialmente, Eclésia interpretou esses sinais como uma recorrência de uma hérnia de disco que já possuía, acreditando que a causa das dormências estaria ligada a essa condição pré-existente. Essa premissa a levou a agendar uma consulta com um ortopedista, especialista que, por sua vez, foi fundamental para reorientar sua busca por respostas. Ao examinar a paciente e constatar a extensão das dormências que se projetavam para a cabeça, o ortopedista rapidamente descartou a hérnia de disco como origem dos sintomas, uma vez que a patologia na coluna cervical não se estende além do pescoço. Desta forma, ele procedeu com o encaminhamento de Eclésia para uma avaliação neurológica.

A sequência do diagnóstico foi um percurso marcado por incertezas. A princípio, havia a preocupação de que os sintomas pudessem indicar um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Tal suspeita levou a servidora pública a ser encaminhada com urgência para um atendimento, com o objetivo de prevenir complicações mais graves. A realização de uma ressonância magnética do crânio revelou a presença de “manchinhas” no cérebro – conforme a linguagem médica, lesões inflamatórias. A simples menção da expressão “esclerose múltipla” provocou um sentimento de pavor imediato em Eclésia, um temor comum entre aqueles que não possuem conhecimento prévio sobre a complexidade da doença.

Para obter um parecer definitivo, Eclésia foi então direcionada a um novo especialista, que solicitou uma bateria de exames complementares. Ela foi submetida a testes de sensibilidade nas mãos e nos pés, que culminaram na etapa final e crucial: a punção lombar, um procedimento que consiste na coleta do líquido cefalorraquidiano da coluna. Foi através da análise deste material que o diagnóstico positivo para esclerose múltipla foi, enfim, confirmado. Apesar do medo compreensível, Eclésia Messias relata que sua trajetória pessoal, permeada por diversas experiências e superações, a capacitou a encarar a nova realidade com pragmatismo e determinação. Sua reação imediata foi questionar: “Sim, e agora, o que eu preciso fazer?”. Esse foi o ponto de partida para sua nova forma de vida.

Adaptando-se à Vida Pós-Diagnóstico

Após a confirmação da esclerose múltipla, o primeiro instinto de Eclésia foi buscar o máximo de informações sobre a doença. Durante suas pesquisas, ela se deparou com relatos que a assustaram, especialmente a possibilidade de perda de mobilidade, a eventual necessidade de usar bengala e o risco de incontinência urinária, este último um sintoma comum em mulheres com a doença. Tais perspectivas inicialmente a paralisaram, levando a uma reavaliação radical de seus hábitos.

Um dos primeiros passos de Eclésia foi adotar uma restrição alimentar rigorosa. Ela cortou totalmente a carne vermelha e outros alimentos considerados inflamatórios de sua dieta, mantendo essa disciplina nos primeiros seis meses pós-diagnóstico. Com o tempo, contudo, a funcionária pública permitiu-se flexibilizar algumas dessas restrições, percebendo a necessidade de equilibrar cautela com a busca por uma vida normal. Hoje, ela afirma que evita determinados alimentos, mas sem o rigor inicial.

A servidora pública ressalta a importância vital de um estilo de vida balanceado para qualquer pessoa que conviva com uma doença autoimune. Ela destaca a tríade de atividade física regular, alimentação saudável e sono adequado como elementos fundamentais para minimizar a frequência e a intensidade das crises. Em seu dia a dia no Acre, Eclésia menciona que o calor local é um dos fatores mais desafiadores para o seu organismo. Além disso, ela adverte que o estresse, a inatividade física e uma dieta inadequada são elementos que podem deflagrar processos inflamatórios no corpo, agravando a doença e resultando em novos surtos. Mesmo com a necessidade de maior observação e cautela, Eclésia escolheu não permitir que a doença alterasse drasticamente o rumo de sua vida. Em um claro sinal de superação e dedicação à atividade física, Eclésia Messias inclusive participou da Volta Internacional da Pampulha, uma corrida de atletismo, após seu diagnóstico.

A vigilância diária tornou-se um hábito inegociável. A cada manhã, Eclésia se dedica a observar atentamente seu corpo em busca de qualquer novo sintoma que possa indicar um indício de piora da doença. Ela enfatiza a necessidade de um controle rigoroso sobre si mesma e o profundo conhecimento do próprio corpo. Embora reconheça que lidar com a esclerose múltipla não é uma tarefa simples, Eclésia afasta a ideia de que seja uma condição assustadora ou insuperável. “Não é um bicho de sete cabeças”, resume ela.

A Luta por uma Vida Plena com Esclerose Múltipla: Funcionária Pública do AC Desafia Preconceitos - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

Ao longo de sua jornada, a servidora pública enfrentou momentos de particular dificuldade, parte intrínseca do processo vivido por portadores da doença. Um desses episódios ocorreu quando sentiu uma dormência em uma das pernas, resultando em uma perda parcial de força no membro. Atualmente, ela descreve que, embora consiga caminhar normalmente, percebe uma certa dificuldade para elevar a perna e uma diminuição no equilíbrio, a ponto de correr o risco de cair caso precise se apoiar em apenas um pé. Essas mudanças levaram à necessidade de ajustar o tratamento, optando por uma medicação mais potente.

Além disso, Eclésia observa que a condição autoimune a torna mais vulnerável a gripes e outras infecções, uma vez que sua imunidade fica naturalmente mais comprometida. Para aqueles que desconfiam ter a doença ou que foram diagnosticados recentemente, ela compartilha uma valiosa recomendação: a busca por outras pessoas com esclerose múltipla para formar uma rede de apoio. Essa conexão, segundo Eclésia, é essencial para o suporte emocional e prático, facilitando o enfrentamento diário da condição.

Sua mensagem final para a comunidade de pacientes é de esperança e empoderamento: “Não é um diagnóstico de morte, não é uma doença que você vai morrer. Você consegue viver com ela a vida inteira tranquilamente”. Ela enfatiza que portadores de esclerose múltipla levam vidas plenas, com capacidade para construir famílias e relacionamentos, sendo apenas uma questão de gerenciamento e cuidado com a saúde.

O Olhar Especializado: Entendendo a Esclerose Múltipla

Para elucidar os aspectos médicos da esclerose múltipla, o neurocirurgião acreano Dr. Luan Messias, que acompanha Eclésia, oferece uma explicação detalhada. Ele descreve a EM como uma condição na qual as células de defesa do corpo, por engano, atacam os neurônios. Esse ataque compromete a transmissão correta dos sinais nervosos, impactando o funcionamento adequado do sistema nervoso. Mais especificamente, o sistema imunológico volta-se contra a mielina, que é a bainha protetora dos nervos localizados tanto no cérebro quanto na medula espinhal.

Quando a mielina sofre danos, a comunicação neural entre o cérebro e as diversas partes do corpo torna-se ineficiente e prejudicada. As manifestações clínicas dessa falha na comunicação são variadas, incluindo fraqueza muscular, sensações de dormência e formigamento, dificuldades na locomoção, alterações na visão e uma fadiga persistente. O neurocirurgião detalha o processo diagnóstico, que geralmente se inicia com uma minuciosa entrevista com o paciente para coletar um histórico clínico completo. Posteriormente, realiza-se uma ressonância magnética do crânio, que permite identificar pequenas lesões de caráter inflamatório no cérebro, consequência direta do ataque imunológico.

A fase subsequente do diagnóstico envolve a coleta de líquor (líquido cefalorraquidiano) da medula espinhal. Este material é submetido a uma análise laboratorial que busca a presença de sinais inflamatórios e a detecção de anticorpos anormais, cuja identificação é crucial para a confirmação definitiva da esclerose múltipla. O Dr. Luan Messias também esclarece as três abordagens principais no tratamento da doença.

A primeira estratégia concentra-se na gestão de crises neurológicas agudas, através da administração de medicamentos específicos destinados a controlar os sintomas durante um surto. A segunda abordagem foca na prevenção de novas crises, envolvendo o uso regular de medicação de longo prazo para estabilizar a progressão da doença. A terceira, e talvez a mais crucial segundo o médico, compreende um conjunto de medidas para otimizar a qualidade de vida do paciente e prevenir novas crises. Este pilar inclui a prática consistente de atividades físicas, a manutenção de uma alimentação nutritiva, a realização de sessões de fisioterapia para preservar a mobilidade e o suporte psicológico, reconhecendo os desafios emocionais associados a uma condição crônica como a esclerose múltipla.

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O neurocirurgião enfatiza que a adesão ao terceiro ponto – as atitudes preventivas e de suporte – é o fator determinante para que os indivíduos com EM possam desfrutar de uma vida mais longa e com uma qualidade superior. Embora a esclerose múltipla seja atualmente incurável e possa, em média, reduzir a expectativa de vida em cerca de 5 a 10 anos, uma boa adesão ao plano terapêutico e um manejo eficaz da doença são capazes de evitar o surgimento de muitas sequelas e de proporcionar uma vida com maior bem-estar aos pacientes.

Com informações de G1

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