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Venezuela encaminha denúncia à ONU em meio a aumento da tensão com EUA

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O governo da Venezuela formalizou nesta quinta-feira, 28 de agosto de 2025, uma denúncia às Nações Unidas, acusando os Estados Unidos de promoverem uma “campanha terrorista” e de representarem uma “grave ameaça à paz e à segurança regional”. A iniciativa diplomática ocorre no mesmo dia em que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, apareceu publicamente em uniforme militar, enquanto navios de guerra norte-americanos começavam a posicionar-se em águas próximas à costa da Venezuela, na região sul do Caribe.

A situação marca o ápice de um período de crescente hostilidade entre os dois países. Em Caracas, o presidente Nicolás Maduro foi visto vestindo uma farda militar ao realizar uma inspeção em bases militares e dialogar com tropas das Forças Armadas venezuelanas. Durante sua aparição, o chefe de estado reiterou a importância de “defender a paz e a soberania nacional”, posicionando sua retórica contra o que classificou como uma “guerra psicológica” supostamente orquestrada pelo governo de Donald Trump. O líder venezuelano também destacou os esforços conjuntos com a Colômbia para fortalecer a segurança na região de fronteira compartilhada, uma ação que, segundo ele, demonstra a união na proteção da área.

Em declaração pública, o presidente Maduro enfatizou a resiliência da Venezuela diante do cenário de pressão externa. Ele afirmou que, “depois de 20 dias seguidos de anúncios, ameaças, guerra psicológica, 20 dias de cerco contra a nação venezuelana”, o país se encontra mais robusto. “Hoje estamos mais fortes que ontem, mais preparados para defender a paz, a soberania e a integridade territorial do que ontem, muito mais”, proferiu o líder, sublinhando um reforço na capacidade defensiva venezuelana em face da intensificação das tensões bilaterais. Essas tensões, que vêm escalando ao longo do mês, atingiram um novo patamar nesta quinta-feira, precisamente com o registro da chegada de embarcações navais americanas ao Caribe.

Washington ameaça com “toda a força”

Do lado americano, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, fez pronunciamentos firmes que sugerem a possibilidade de um ataque, prometendo empregar “toda a força” contra o que ela se refere como o “regime venezuelano”. As palavras de Leavitt foram proferidas no contexto da mobilização naval dos EUA. No total, o governo norte-americano despachou oito embarcações de combate, compreendendo sete navios e um submarino nuclear, com a previsão de que as unidades restantes se juntem à frota nos próximos dias. Essa quantidade e os tipos específicos de navios de guerra envolvidos têm suscitado questionamentos e levantam suspeitas entre analistas sobre um possível movimento ofensivo contra a administração de Nicolás Maduro.

Ainda segundo análises consultadas pelo G1, um especialista salientou que uma intervenção militar dos EUA em território venezuelano desencadearia “graves implicações políticas”. A preocupação se acentua ao considerar o arsenal transportado pelas embarcações, incluindo mísseis Tomahawk, que são notórios por sua alta precisão e longo alcance. Outro analista pontuou que tais mísseis, com essas características avançadas, não parecem adequados para combater cartéis de drogas, contradizendo o pretexto oficial do Pentágono para a operação naval.

Em sua reação direta aos acontecimentos, o governo de Caracas declarou-se “preparado para o pior”, em consonância com a denúncia enviada à Organização das Nações Unidas, na qual alega a existência de uma “campanha terrorista” instigada por Washington. No mesmo dia, Maduro dirigiu elogios ao presidente colombiano, Gustavo Petro, pela decisão de deslocar 25 mil soldados com o objetivo de reforçar a segurança na área de Catatumbo, uma região estratégica que integra a fronteira compartilhada entre a Colômbia e a Venezuela.

Detalhamento da mobilização militar dos EUA

Detalhes sobre a movimentação naval dos Estados Unidos foram fornecidos por uma autoridade norte-americana à agência Reuters na quinta-feira, 28 de agosto de 2025, confirmando que navios de guerra dos EUA efetivamente chegaram ao sul do Caribe, operando nas proximidades da linha costeira venezuelana. Foi informado que embarcações adicionais estão em rota para a região. A frota reportada pela agência inclui especificamente sete navios de guerra e um submarino nuclear, os quais já estariam no local ou teriam sua chegada esperada até o início da semana subsequente.

Ainda de acordo com a administração dos EUA, o propósito declarado desta operação é o combate ao tráfico internacional de drogas. Entre as embarcações nomeadas estão o USS San Antonio, o USS Iwo Jima e o USS Fort Lauderdale. Estas unidades transportam um contingente de 4.500 militares, incluindo 2.200 fuzileiros navais, conforme os dados divulgados pela Reuters. A agência também relatou que o Exército dos Estados Unidos tem utilizado aviões espiões P-8 para conduzir voos de vigilância e coleta de informações na área. É importante salientar, conforme fontes ouvidas pela Reuters, que todas as atividades da operação estão ocorrendo estritamente em águas internacionais.

Ações diplomáticas e acusações da Venezuela na ONU

Na mesma quinta-feira, 28 de agosto de 2025, o embaixador da Venezuela junto às Nações Unidas, Samuel Moncada, reiterou as graves acusações de Caracas, denunciando publicamente os Estados Unidos por orquestrar uma “campanha terrorista” na região do Caribe. O diplomata venezuelano se reuniu com o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, para expressar as preocupações da Venezuela e discutir em profundidade a operação naval norte-americana. Moncada descreveu a situação como “uma operação massiva de propaganda para justificar o que os especialistas chamam de ação cinética”, elucidando o termo como uma “intervenção militar em um país que é soberano e independente e não representa ameaça a ninguém”.

Venezuela encaminha denúncia à ONU em meio a aumento da tensão com EUA - Imagem do artigo original

Imagem: g1.globo.com

Anteriormente, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, havia sido confrontada por jornalistas sobre a escala da operação militar americana. Em resposta a uma pergunta que sugeria que o aparato militar enviado ao Caribe era desproporcional para meras ações antidrogas e questionava uma possível intenção de ataque à Venezuela, Leavitt declinou comentar sobre as operações militares em curso. Contudo, ela reafirmou a posição do governo Trump de que Nicolás Maduro “não é o presidente legítimo da Venezuela”, acrescentando que ele é considerado um fugitivo da justiça americana. “Trump está preparado para usar todos os elementos da força americana para impedir que as drogas inundem nosso país e para levar os responsáveis à Justiça. E, como já disse aqui deste púlpito, o regime de Maduro não é o governo legítimo da Venezuela”, declarou a porta-voz.

Apesar das acusações norte-americanas de que a Venezuela seria uma fonte relevante de narcóticos, o Relatório Mundial sobre Drogas de 2025, elaborado pelas próprias Nações Unidas, indicou que as principais substâncias entorpecentes consumidas nos Estados Unidos não têm origem venezuelana, apresentando um contraste com a narrativa oficial do governo Trump.

Confronto direto e mobilização venezuelana

A animosidade entre Estados Unidos e Venezuela se acirra em torno das acusações norte-americanas de narcoterrorismo dirigidas a Nicolás Maduro. Os EUA classificam o presidente venezuelano como o líder do “Cartel de los Soles”, uma organização que recentemente foi designada por Washington como um grupo terrorista internacional. Em um esforço para pressionar Maduro, no início de agosto, o governo americano duplicou a recompensa oferecida por informações que conduzam à sua prisão ou condenação, elevando-a para a significativa cifra de US$ 50 milhões.

Diante do que considera um aumento nas ameaças externas, o presidente Maduro anunciou uma mobilização massiva. Ele convocou 4,5 milhões de milicianos para defender o território venezuelano, proferindo palavras de ordem como “Fuzis e mísseis para a força camponesa! Para defender o território, a soberania e a paz da Venezuela” e “Mísseis e fuzis para a classe operária, para defender a nossa pátria!”. Complementarmente, a Venezuela despachou 15 mil militares para sua fronteira com a Colômbia. Essa medida veio após declarações do governo vizinho de que os Estados Unidos estariam utilizando o narcotráfico como um pretexto para uma “invasão militar”. No entanto, é importante notar que o governo colombiano, em outra oportunidade, descartou publicamente qualquer possibilidade de colaboração com a administração de Maduro.

No que tange às ações diplomáticas, na terça-feira, 26 de agosto de 2025, a Venezuela protocolou um documento perante a ONU, qualificando as ações empreendidas pelos Estados Unidos como uma “grave ameaça à paz e à segurança regional”. No mesmo ofício, Caracas solicitou à organização internacional que monitore atentamente a “escalada de ações hostis” e as “ameaças” emanadas do governo norte-americano.

Paralelamente, a classificação do Cartel de los Soles como uma organização terrorista ganhou adesão de outras nações, com Argentina, Equador, Paraguai e Guiana seguindo o posicionamento dos Estados Unidos. Adicionalmente, Trinidad e Tobago, país localizado em proximidade geográfica com a Venezuela, também manifestou seu apoio às ações militares desenvolvidas pelos EUA na região. O cenário complexo reflete a deterioração das relações e as preocupações internacionais sobre a estabilidade no Caribe e na América do Sul.

Com informações de G1

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