O Brasil expressa sua expectativa de uma finalização expedita para a assinatura do relevante acordo entre o Mercosul e a União Europeia. A urgência em formalizar este pacto bilateral foi salientada nesta sexta-feira (19) pelo vice-presidente da República e titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Ele sublinhou a crença governamental de que, caso haja algum adiamento, este deverá ser de curtíssima duração, dada a fundamental importância do tratado não apenas para a nação brasileira e para o bloco sul-americano do Mercosul, mas também para o panorama mais amplo do comércio internacional.
A percepção da celeridade na tramitação deste entendimento estratégico é partilhada por diversas esferas governamentais brasileiras, que enxergam no desfecho positivo uma alavanca para o crescimento econômico e a consolidação de laços comerciais duradouros. Conforme as declarações do ministro durante uma entrevista coletiva de balanço das atividades da pasta em 2025, a celebração do acordo é um passo crucial para o desenvolvimento do comércio global e o avanço dos princípios do multilateralismo, que visam a cooperação e a diminuição de barreiras entre as nações.
Em um panorama de intensificação das relações internacionais e busca por estabilidade econômica global, o **acordo Mercosul-UE** figura como uma peça central na agenda diplomática brasileira. As palavras do vice-presidente reiteram a importância do pacto para a região e para o cenário mundial. Apesar das evidentes resistências políticas manifestadas por determinados países-membros da União Europeia, notadamente França e Itália, o governo do Brasil mantém uma postura otimista quanto à etapa final e à consequente implementação do tratado. O Palácio do Planalto aposta na superação desses entraves, dada a envergadura dos benefícios mútuos que o acordo pode proporcionar.
Ampliação de Parcerias Comerciais Estratégicas
Além das conversas avançadas com o bloco europeu, Geraldo Alckmin destacou os esforços empreendidos pelo Brasil na diversificação de sua agenda comercial, buscando estreitar laços com outros parceiros estratégicos de alcance global. Ele manifestou grande otimismo quanto à possibilidade de registrar progressos significativos até o mês de julho nas tratativas com o México. O objetivo primordial dessas negociações é expandir substancialmente o leque de linhas tarifárias de preferência, impulsionando assim o fluxo comercial entre as duas maiores economias da América Latina.
Ainda na esteira da busca por novos horizontes comerciais, o ministro mencionou a Índia, um gigante asiático que também está na mira dos diplomatas e economistas brasileiros para a intensificação de acordos bilaterais. No que concerne a países como Canadá e Emirados Árabes Unidos, a estratégia brasileira consiste em aprofundar as discussões atuais, visando à formalização de acordos de livre comércio ainda mais abrangentes e ambiciosos, que possam gerar benefícios substanciais para a economia nacional.
Impacto de Tarifas e Projeção de Exportações Recorde
Abordando a recente elevação de tarifas implementada pelo México, Alckmin assegurou que os acordos comerciais preexistentes, a exemplo do setor automotivo, não serão negativamente afetados pelas novas medidas. Graças a essas garantias, a projeção do impacto financeiro decorrente das novas tarifas mexicanas foi significativamente revista para baixo, situando-se em aproximadamente US$ 600 milhões. Este valor representa uma redução considerável em comparação com a estimativa inicial, que superava a marca de US$ 1 bilhão, mitigando as preocupações de potenciais prejuízos à balança comercial brasileira.
Em um cenário internacional marcado por um crescimento notável de medidas protecionistas, que incluem ações como o “tarifaço” recentemente adotado pelos Estados Unidos contra importações de diversos produtos, Alckmin apresentou uma previsão encorajadora para o Brasil. Segundo ele, o país está no caminho de encerrar o ano corrente com um recorde histórico nas exportações. A base para essa projeção positiva reside no fato de que uma vasta maioria das mercadorias brasileiras destinadas ao mercado norte-americano é comercializada com taxas alfandegárias muito baixas ou mesmo nulas, o que garante competitividade e volume. “Vejam como é importante abrir mercados. O Brasil deve fechar o ano com recorde de exportações”, reiterou o ministro, destacando a importância da agenda de liberalização comercial.
A relevância do multilateralismo para o comércio internacional é incontestável, conforme apontam as discussões na Organização Mundial do Comércio (OMC), onde a busca por acordos que promovam o comércio justo e livre de barreiras é constante.
Agenda de Estímulo à Indústria e Inovação
No tradicional balanço de fim de ano de suas atividades ministeriais, Alckmin detalhou uma robusta agenda estratégica orientada à simplificação burocrática, ao estímulo vigoroso ao investimento estrangeiro direto e ao fortalecimento substancial da base industrial brasileira. Dentre as iniciativas anunciadas, destacou-se a criação da inovadora Janela Única de Investimento, ferramenta prevista para ser lançada no início de 2026. Esta plataforma será desenvolvida em colaboração estratégica com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e seu principal desígnio é centralizar e agilizar todos os processos administrativos e reduzir custos operacionais para os investidores que almejam aportar recursos no Brasil, facilitando o ambiente de negócios.

Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br
O ministro fez menção, ainda, à plataforma Camex 360, que já se encontra em pleno funcionamento. Essa ferramenta digital constitui um valioso repositório de informações estratégicas sobre tarifas aduaneiras, procedimentos antidumping e decisões referentes ao comércio exterior, oferecendo um panorama completo para empresas e formuladores de políticas.
Fomento à Indústria Automotiva e Sustentabilidade
Na sequência de seus pronunciamentos, Alckmin abordou a indústria automotiva, fornecendo informações detalhadas sobre o novo e significativo programa de crédito voltado para a renovação da frota de caminhões em território nacional. Esta iniciativa foi concebida com um foco multifacetado, abrangendo a promoção da segurança viária, a melhoria da saúde pública através da redução da emissão de poluentes e o estímulo à vitalidade da indústria de veículos pesados. Regulamentado recentemente, nesta mesma sexta-feira, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o programa concede financiamento com taxas de juros atrativas e diferenciadas, tanto para motoristas autônomos quanto para empresas frotistas, com a condição imperativa de descarte de veículos mais antigos e, por conseguinte, mais poluentes e menos seguros.
Segundo o ministro e vice-presidente, os recursos para esta ambiciosa empreitada foram robustecidos. Além dos R$ 6 bilhões inicialmente assegurados pela Medida Provisória 1.328, editada na última terça-feira (16), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou um aporte adicional de R$ 4 bilhões. Com a soma desses recursos, Alckmin esclareceu que a linha de crédito especial dedicada à modernização da frota de caminhões totalizará impressionantes R$ 10 bilhões, marcando um dos maiores investimentos no setor nos últimos anos.
No que tange ao segmento de veículos de passeio, o vice-presidente pontuou o crescimento expressivo nas vendas de modelos categorizados como “carros sustentáveis de entrada”. Este avanço, conforme observado, tem sido substancialmente impulsionado por incentivos tributários criteriosamente elaborados, que foram concebidos de forma fiscalmente neutra, ou seja, sem impactar negativamente o orçamento público. Em sua fala conclusiva, Geraldo Alckmin reiterou uma mensagem central de sua gestão: “O que estamos mostrando é que é possível avançar com livre mercado, multilateralismo e sustentabilidade”, frisou, alinhando as políticas governamentais a esses três pilares.
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As expectativas do governo brasileiro para a rápida concretização do acordo Mercosul-UE, aliadas às diversas frentes de negociação comercial e iniciativas de fomento industrial, demonstram uma estratégia coesa para fortalecer a posição do país no cenário econômico global. Este conjunto de ações visa não apenas impulsionar a economia doméstica, mas também consolidar o Brasil como um ator relevante e promotor do livre comércio e da sustentabilidade em nível mundial. Continue acompanhando nossas Análises de Comércio Global para mais informações sobre os desdobramentos dessas importantes políticas.
Crédito da imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
