O ministro da Fazenda Fernando Haddad informou nesta quinta-feira que não pretende ser candidato nas eleições de 2026 e que deverá deixar a chefia da pasta no máximo até fevereiro do próximo ano. A comunicação sobre sua intenção foi feita diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo Haddad, prometeu respeitar a decisão manifestada pelo titular da economia brasileira.
Durante um encontro com a imprensa, o ministro detalhou a conversa com o presidente. Ele salientou que foi o próprio Haddad quem procurou Lula para tratar do assunto de sua possível candidatura, afirmando categoricamente que não almeja concorrer ao pleito de 2026. A postura, conforme relatou o ministro, é de colaborar ativamente com a campanha de reeleição do presidente.
Haddad Não Será Candidato em 2026 e Deixa o Governo
O posicionamento de Lula foi claro, conforme reproduziu o ministro: “Eu posso querer, mas eu vou respeitar a decisão que o Haddad tomar”, uma frase que, segundo Haddad, foi dita publicamente e espelha a reação presidencial à sua comunicação de que não tinha planos de disputar as eleições vindouras. Em uma entrevista prévia, o presidente havia expressado o desejo de ver Haddad concorrer no ano que vem, mas reconheceu a “maioridade” e a “biografia” do ministro para tomar suas próprias escolhas.
Posicionamento sobre Candidatura Futura
Considerado por aliados como um nome de peso para futuras disputas eleitorais, tanto para o Senado Federal quanto para o governo do estado de São Paulo, o ministro Fernando Haddad, contudo, desmente as especulações. Questionado sobre a possibilidade de compor uma chapa presidencial como vice-candidato de Lula, ele assegurou nunca ter sequer ouvido essa hipótese, rechaçando assim a circulação de tal boato no cenário político.
Direcionamento da Economia e Desafios Fiscais
Em relação ao panorama econômico, Haddad reafirmou que a equipe econômica do atual governo herdou consideráveis problemas, tanto na esfera fiscal quanto na coordenação de políticas do governo anterior, sob a gestão de Jair Bolsonaro. Apesar dos desafios, o ministro destacou que os indicadores econômicos sob sua administração têm superado as expectativas do mercado, apresentando um desempenho mais favorável que o antecipado pelos analistas. Para o futuro, especificamente a partir de 2027, Haddad sublinhou a imprescindibilidade de se promover reformas estruturais que visem aprimorar a sustentabilidade dos gastos públicos, assegurando a solidez financeira do Estado. Sobre as contas públicas, ele alertou que seguirão exigindo atenção e que qualquer governo no poder a partir de 2027 deverá continuar o aperfeiçoamento das normativas existentes.
Perspectivas para a Dívida Pública e Medidas Fiscais
Com horizonte mais imediato, Haddad manifestou que o Ministério da Fazenda mantém uma postura de tranquilidade em relação às projeções financeiras para 2026. Esta confiança decorre, em grande parte, da aprovação pelo Congresso Nacional de medidas de corte de benefícios tributários, que impactarão positivamente o equilíbrio orçamentário. O ministro informou que novas medidas fiscais continuam em fase de elaboração. No entanto, sua apresentação pública e eventual implementação dependerão diretamente do ritmo de execução do orçamento federal, demonstrando flexibilidade e cautela na gestão. Ao abordar a política da dívida, o ministro posicionou-se firmemente contra a instituição de um teto para a dívida pública, argumentando que tal mecanismo não representa um caminho viável ou exequível para a administração das finanças nacionais.

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A defesa de Haddad pela manutenção da arquitetura do arcabouço fiscal é um ponto chave de sua gestão, ainda que ele admita a possibilidade de ajustar seus parâmetros para se adequar às dinâmicas econômicas futuras. O arcabouço fiscal é uma âncora fundamental para a estabilidade econômica brasileira, oferecendo um balizador para os gastos públicos. Para aprofundar a compreensão sobre este tema, você pode consultar informações detalhadas em portais especializados como o Valor Econômico.
A Relação com a Política Monetária do Banco Central
No que concerne à atuação do Banco Central (BC), o ministro esclareceu que jamais existiu divergência com a autarquia sobre a direção geral da política monetária. A discordância, segundo Haddad, centrou-se apenas na intensidade, ou “dose”, da política de juros. Ele enfatizou o trabalho contínuo de sua pasta para elucidar os impactos dos juros sobre a atividade econômica nacional. Com preocupação, o ministro relatou estar atento aos dados da atividade econômica que apontam para uma desaceleração. Essa diminuição do ritmo, segundo Haddad, é uma consequência direta da política monetária restritiva adotada. Apesar da preocupação com a desaceleração, o ministro reconheceu que o “choque de juros” implementado pelo Banco Central no início do ano foi uma decisão apropriada e necessária para restabelecer as expectativas de mercado quanto à inflação. Ele também apontou que o atual presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, assumiu o cargo em um momento de grandes desafios, incluindo expectativas de inflação “desancoradas” por ações tidas como indevidas da autoridade monetária anterior, além de crises financeiras como as relacionadas ao Banco Master e a conexão de fintechs com atividades criminosas. Haddad reafirmou sua convicção, defendida desde o primeiro dia de sua gestão, na importância da harmonia entre as políticas fiscal e monetária para o bem-estar da economia. Atualmente, o BC mantém a Selic em 15% ao ano, o patamar mais elevado em quase duas décadas, sem sinalizar qualquer proximidade de um ciclo de redução dos juros.
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A análise das decisões e declarações de Fernando Haddad delineia um cenário de planejamento e desafios na economia brasileira, com o ministro da Fazenda marcando um posicionamento claro em relação às eleições de 2026 e às futuras diretrizes econômicas. Para se manter informado sobre as últimas análises e desdobramentos na política e economia do Brasil, convidamos você a continuar navegando em nossa editoria de Economia no blog Hora de Começar, onde publicamos conteúdo aprofundado e relevante.
Crédito da imagem: Agência Brasil