O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) recorre da absolvição de sete réus no caso do trágico incêndio que assolou o Centro de Treinamento Presidente George Helal, conhecido como Ninho do Urubu, na madrugada de 8 de fevereiro de 2019. A catástrofe resultou na morte de dez jovens atletas e causou lesões corporais graves em outros três, todos abrigados em contêineres que serviam como alojamento para a base do Clube de Regatas do Flamengo. A ausência de tempo hábil para escapar fez com que muitos adolescentes perdessem a vida carbonizados naquele que é um dos eventos mais lamentáveis da história do esporte brasileiro.
A ação do MPRJ busca reverter a decisão judicial de primeira instância que havia declarado improcedente a acusação contra os indivíduos envolvidos. Os procuradores de justiça direcionaram o recurso ao Juízo da 36ª Vara Criminal do Fórum da Capital, com o objetivo de conseguir a condenação dos sete acusados por incêndio culposo qualificado. Entre os nomes apresentados para a condenação estão Antonio Marcio Mongelli Garotti, Cláudia Pereira Rodrigues, Danilo da Silva Duarte, Edson Colman da Silva, Fábio Hilário da Silva, Marcelo Maia de Sá e Weslley Gimenes.
MPRJ Recorre da Absolvição de Réus do Incêndio no Ninho do Urubu
Segundo a visão dos membros do Ministério Público, o desfecho trágico no Ninho do Urubu foi uma consequência direta de uma série de negligências e omissões por parte de pessoas em posições de liderança e responsabilidade técnica. Esses indivíduos, conforme argumentado, tinham a obrigação legal de assegurar que as instalações oferecessem condições de segurança adequadas para o alojamento dos jovens atletas. A classificação do ato como “culpa consciente” reforça a premissa de que os responsáveis deveriam ter previsto os riscos, mas falharam em agir para evitá-los. Os promotores citam a ausência de um alvará de funcionamento, a existência de diversas notificações prévias emitidas pelo próprio Ministério Público, e as autuações realizadas pela prefeitura do Rio, todas indicando que o local funcionava de forma clandestina, irregular e insegura.
O inquérito inicial do Ministério Público e as subsequentes alegações sustentam que os encarregados pela gestão e manutenção do Centro de Treinamento Ninho do Urubu possuíam o dever legal e moral de prover moradias dignas e em conformidade com as normas regulatórias. Essa conformidade implicava na utilização de materiais à prova de chamas, na implementação de saídas de emergência claramente sinalizadas e dimensionadas, na realização de manutenção periódica e correta dos sistemas de ar condicionado instalados nos contêineres, e na disposição de um número suficiente de monitores capazes de garantir a proteção e bem-estar de todos os adolescentes ali residentes. A falta dessas condições é apontada como crucial para a dimensão da tragédia.
A decisão de absolvição proferida em outubro de 2025 pelo juiz de primeira instância, Tiago Fernandes Barros, da 36ª Vara Criminal da Capital, havia considerado improcedente o pedido de condenação do MPRJ. Esta determinação inicial provocou uma resposta imediata do Ministério Público, que já em maio do mesmo ano havia formalizado o pedido de condenação de todos os implicados após um exaustivo processo de escuta de mais de 40 testemunhas, cujos depoimentos foram cruciais para a compreensão da dinâmica dos eventos e das responsabilidades atribuídas. A expectativa era de uma responsabilização penal baseada nas evidências e testemunhos colhidos.
O recurso recentemente encaminhado pelo MPRJ é detalhado, apontando o que são consideradas incongruências significativas e contradições evidentes que foram identificadas na sentença original. A peça processual elaborada pelos promotores de Justiça não apenas desafia os fundamentos da decisão inicial, mas também elenca com precisão os argumentos e as razões jurídicas que, na sua interpretação, justificam plenamente a revisão e consequente reforma da sentença. Para mais informações sobre o desdobramento de grandes processos judiciais envolvendo infraestruturas e segurança, consulte fontes confiáveis como o G1, que frequentemente cobre os detalhes do processo legal no caso Ninho do Urubu.

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O impacto do incêndio no Ninho do Urubu transcende as quadras e os campos, sendo um lembrete contundente da importância da segurança e da conformidade em instalações esportivas. As famílias das vítimas e a sociedade em geral esperam que a justiça seja feita de forma exemplar, coibindo futuras tragédias e garantindo que as promessas de proteção e desenvolvimento dos jovens atletas sejam cumpridas integralmente.
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Este recurso do Ministério Público mantém acesa a busca por justiça para os jovens talentos que perderam suas vidas. Acompanhe todos os desdobramentos deste e de outros casos importantes em nossas notícias sobre o esporte, para se manter informado sobre as decisões que moldam o cenário esportivo e jurídico do Brasil.
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