Tarifa EUA Tabaco RS: Ameaça à Colheita e Exportação

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No Rio Grande do Sul, a temporada de colheita do tabaco, que tradicionalmente começa com otimismo entre os agricultores, enfrenta um considerável obstáculo internacional. A imposição de uma Tarifa EUA Tabaco RS de 50% sobre produtos brasileiros, implementada pelos Estados Unidos, está gerando incertezas significativas e pode comprometer os resultados financeiros de milhões de dólares em exportações, acendendo um alerta em toda a cadeia produtiva, desde os campos até as indústrias. A medida atinge diretamente um dos principais mercados para o tabaco gaúcho.

As taxas de importação adicionais, oficialmente anunciadas pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump, entraram em vigor no início de agosto do ano corrente. Com essa ação, os Estados Unidos passaram a aplicar os maiores impostos médios sobre produtos estrangeiros em mais de um século, uma política que se estendeu a dezenas de nações. Essa guinada protecionista no comércio global ressoa profundamente no sul do Brasil, onde a economia do tabaco representa um pilar crucial.

A ameaça representada pela **Tarifa EUA Tabaco RS: Ameaça à Colheita e Exportação** é particularmente aguda, considerando a performance recente do setor. No ano passado, a produção nacional de tabaco atingiu 719 mil toneladas, das quais 303 mil toneladas — impressionantes 42% do total brasileiro — foram cultivadas no Rio Grande do Sul. As previsões para a safra de 2025 são favoráveis em termos climáticos e produtivos, com expectativas de replicar os bons resultados anteriores. Contudo, a tensão no cenário internacional turva essa perspectiva positiva.

Historicamente, os Estados Unidos configuraram-se como um mercado de relevância ímpar para o tabaco gaúcho. Em 2024, antes da instauração do novo regime tarifário, o país norte-americano era o terceiro maior destino do tabaco produzido no Rio Grande do Sul, absorvendo cerca de 38,4 mil toneladas do produto e movimentando uma soma superior a 245 milhões de dólares. O volume dessas transações destaca a vulnerabilidade do setor frente a quaisquer alterações na política comercial estadunidense.

A antecipação do tarifaço fez com que, antes de sua plena efetivação, aproximadamente 70% do tabaco já planejado para exportação aos EUA fosse embarcado. Entretanto, com a nova taxação de 50%, parte significativa dos envios remanescentes foi sumariamente suspensa. Estima-se que cerca de 12 mil toneladas de tabaco, que já haviam sido comercializadas e vendidas, permanecem estocadas nas indústrias, impedidas de serem despachadas para o mercado estrangeiro.

Valmor Thesing, presidente do Sinditabaco (Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco), expressou a seriedade da situação. Ele pontuou que o volume tradicionalmente exportado para os Estados Unidos representa aproximadamente 9% do total da produção brasileira. Diante do quadro, o dirigente indicou que as empresas associadas ao sindicato têm um desafio iminente: realocar os volumes paralisados em outros mercados globais. Esta busca por alternativas é crucial para mitigar o impacto econômico e garantir a estabilidade do setor fumageiro.

Thesing também detalhou que algumas remessas puderam ser retomadas de forma recente, mas que tais envios representam apenas uma pequena fração do volume total que se encontra retido. A dependência de um mercado como o norte-americano, em face de medidas protecionistas como essa, é um ponto de atenção para a política externa e comercial do Brasil, que precisa reagir de forma estratégica.

A dimensão humana da crise é igualmente palpável. Na metade Sul do estado gaúcho, em municípios como Canguçu, mais de cinco mil famílias têm sua subsistência diretamente atrelada à produção do fumo. Produtores como Nilton Pereira, que projeta uma safra significativamente melhor neste ano, veem seu entusiasmo produtivo ofuscado pela sombra do “tarifaço”. Pereira manifestou que, apesar da qualidade da safra, a preocupação central reside na comercialização, que pode se tornar “o grande problema” para os produtores locais.

Além do impedimento imediato nas exportações, outro ponto de preocupação se eleva: a possibilidade de que os preços pagos aos produtores sejam drasticamente afetados. Marcílio Drescher, presidente da Afubra (Associação dos Fumicultores do Brasil), salientou que o tipo de tabaco burley, que possui grande consumo no mercado norte-americano, pode ser o mais prejudicado por esta nova realidade tarifária. Drescher alerta que, caso a sobretaxa imposta pelos Estados Unidos seja mantida, seu efeito impactará fortemente os cultivadores do tabaco burley, especificamente aquele cultivado em galpão, resultando em potenciais perdas financeiras substanciais para a categoria. Conforme destacado por especialistas em comércio internacional, como os da `valor.globo.com`, medidas protecionistas afetam não apenas as grandes empresas, mas também a base produtiva, criando incertezas no mercado.

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A complexidade e a profundidade da **Tarifa EUA Tabaco RS** demandam atenção contínua e estratégias eficazes de mitigação. A situação no Rio Grande do Sul serve como um exemplo vívido de como políticas comerciais internacionais podem reverberar diretamente na vida e na economia de comunidades inteiras. Para entender melhor os desafios econômicos enfrentados pelo país e suas implicações em diversos setores, confira outras notícias e análises na nossa editoria de Economia.

Crédito da imagem: Reprodução/ RBS TV

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Imagem: g1.globo.com

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