Brasil: Dia D Nacional Intensifica Combate Aedes Aegypti

Saúde

Neste sábado (8), o combate ao Aedes aegypti ganha reforço significativo em todo o território nacional. O Ministério da Saúde lidera o “Dia D nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti”, uma iniciativa crucial dentro da nova campanha “Não dê chance para dengue, Zika e chikungunya”. A ação tem como foco principal a mobilização popular e a conscientização sobre as arboviroses transmitidas pelo mosquito.

A iniciativa congrega esforços de gestores públicos locais, uma vasta equipe de profissionais de saúde, agentes de endemias dedicados, e lideranças comunitárias, ao lado da participação ativa da população brasileira. As atividades programadas incluem amplas campanhas de conscientização para educar os cidadãos sobre os riscos e a prevenção, além de mutirões de limpeza em espaços públicos e nas residências, visando à eliminação de potenciais criadouros do mosquito.

Brasil: Dia D Nacional Intensifica Combate Aedes Aegypti

O timing da ação é estratégico, ocorrendo antes do período de maior incidência dessas doenças, tipicamente no primeiro semestre do ano. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou a importância dessa antecipação. A participação proativa de mais de 370 mil profissionais, que atuam diariamente em todos os 5.570 municípios do Brasil, é um pilar fundamental na prevenção das arboviroses.

Agentes Comunitários de Saúde (ACS) desempenham um papel vital ao visitar domicílios, oferecendo orientações detalhadas às famílias e distribuindo materiais educativos. Eles são responsáveis por estimular a colaboração da comunidade. Paralelamente, os Agentes de Combate às Endemias (ACE) realizam inspeções minuciosas, aplicam larvicidas em focos identificados e coletam dados essenciais para o planejamento e aprimoramento das ações de vigilância epidemiológica.

Segundo Padilha, “este é o momento de conscientizar e engajar a população e os municípios para identificar os pontos críticos e eliminar os criadouros do mosquito”. O ministro enfatizou também a relevância da introdução de novas tecnologias, como o método Wolbachia, que se mostra promissor para conter eficazmente a transmissão do vetor.

Dados epidemiológicos mostram uma queda notável em relação ao ano anterior. Até o dia 30 de outubro deste ano, o Brasil registrou aproximadamente 1,6 milhão de casos prováveis de dengue, o que representa uma redução expressiva de 75% comparado a 2024. No mesmo intervalo, foram confirmados cerca de 1,6 mil óbitos, uma diminuição de 72% frente ao período análogo do ano anterior. Os estados com o maior volume de casos são São Paulo (890 mil), Minas Gerais (159,3 mil), Paraná (107,1 mil), Goiás (96,4 mil) e Rio Grande do Sul (84,7 mil).

Apesar da redução verificada, o Ministério da Saúde alerta para a necessidade contínua das medidas de prevenção. O 3º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), conduzido entre agosto e outubro, revelou que 30% dos municípios brasileiros permanecem em estado de alerta. Em 3,2 mil cidades, mais de 80% das larvas do mosquito foram detectadas em recipientes comuns como vasos de plantas, pneus descartados, garrafas, caixas d’água, calhas, ralos e até mesmo em acúmulos de água em folhas de bromélias e cavidades de árvores, reforçando a ideia de que a vigilância deve ser constante.

Para fortalecer o controle do vetor, o Ministério da Saúde programou um investimento de R$ 183,5 milhões no biênio 2025/2026. Estes recursos serão direcionados à ampliação de tecnologias avançadas de controle vetorial, incluindo a estratificação de risco, o já mencionado método Wolbachia, as Estações Disseminadoras (EDLs) e a utilização de mosquitos estéreis irradiados. Essa abordagem multifacetada visa aumentar a eficácia das intervenções e proteger a saúde pública.

A tecnologia Wolbachia, que confere resistência ao mosquito Aedes aegypti contra os vírus da dengue, Zika e chikungunya, já foi implementada em 11 municípios de oito estados brasileiros. Em Niterói, Rio de Janeiro, o impacto foi significativo, resultando em uma redução de 89% nos casos de dengue, 60% nos de chikungunya e 37% nos de Zika. A expectativa é expandir essa metodologia para 70 cidades até o final de 2026, com 13 delas sendo contempladas ainda em 2025. É importante destacar que em julho deste ano, Curitiba (PR) inaugurou a maior biofábrica de Wolbachia do mundo, com uma capacidade de produção impressionante de 100 milhões de ovos por semana, um marco na luta contra essas doenças. Para mais informações sobre as estratégias do Ministério da Saúde no combate a esses vetores, acesse o portal oficial.

Adicionalmente, foram distribuídos 2,3 milhões de sais de reidratação oral, 1,3 milhão de testes laboratoriais para diagnóstico e 1,2 mil nebulizadores portáteis, fundamentais para o bloqueio da transmissão. O fornecimento contínuo de larvicidas e adulticidas também integra as estratégias. Em 2025, foram instaladas 77,9 mil Estações Disseminadoras (EDLs) em 26 municípios, otimizando a cobertura das ações de controle.

A campanha do Ministério da Saúde reforça que “pequenas atitudes podem salvar vidas”. As recomendações básicas para a população incluem: armazenar garrafas, potes e vasos com a boca para baixo; descartar corretamente garrafas PET e outras embalagens; usar areia em pratos de vasos de plantas; guardar pneus em locais cobertos ou levá-los a borracharias; amarrar firmemente os sacos de lixo; manter caixas d’água, tonéis e reservatórios sempre limpos e bem fechados.

Outras orientações abrangem evitar o acúmulo de sucata; realizar a limpeza e secagem periódica das bandejas de ar-condicionado e geladeiras; eliminar a água de reservatórios de purificadores de água e geladeiras; manter as piscinas sempre limpas; esticar bem lonas usadas para cobrir objetos, prevenindo poças d’água; e permitir o acesso de agentes de saúde às residências para inspeções. Tais ações, quando adotadas coletivamente, reduzem significativamente a proliferação do Aedes aegypti.

Brasil: Dia D Nacional Intensifica Combate Aedes Aegypti - Imagem do artigo original

Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br

Em caso de surgimento de sintomas como febre, dor de cabeça intensa, dor atrás dos olhos, dor nas articulações, náuseas ou manchas avermelhadas na pele, é fundamental buscar atendimento médico imediato em uma Unidade Básica de Saúde. O uso de medicamentos sem a devida prescrição médica pode agravar o quadro clínico, conforme advertido pelo Ministério da Saúde, sublinhando a importância da consulta profissional.

No Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) também se antecipa às estações mais quentes do ano, período propício para a maior proliferação do Aedes aegypti e circulação das arboviroses. Como parte da campanha “Contra a Dengue Todo Dia”, haverá uma mobilização coordenada em todos os 92 municípios fluminenses neste sábado. Ações de destaque serão realizadas em Armação dos Búzios, Resende e na capital, com um evento principal na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, a partir das 9h, para engajar a comunidade.

Duas unidades móveis da SES-RJ darão suporte às atividades nas regiões do Médio Paraíba e dos Lagos, oferecendo materiais educativos e permitindo a visualização de formas imaturas e fases de evolução do Aedes aegypti através de microscópios, promovendo uma compreensão mais profunda sobre o ciclo do vetor. A SES-RJ também incentiva a “ronda semanal de dez minutos”, uma prática simples, mas eficaz, que cada morador pode adotar para inspecionar e eliminar focos em seu ambiente.

A secretária de Saúde do estado, Claudia Mello, reforçou o apelo: “O combate contra a dengue é uma missão de todos. Por isso, reforçamos a importância de se evitar o acúmulo de água em latas, garrafas vazias, caixas d’água descobertas, pratos sob vasos de plantas e outros locais. Com apenas 10 minutos por semana, salvamos vidas”. Mello destacou que a secretaria mantém um monitoramento contínuo para avaliar o cenário e assegurar a segurança da população.

Em complemento a essas ações, no início do mês, a SES-RJ reativou o Grupo de Trabalho de Controle das Arboviroses, que realizará reuniões quinzenais para delinear as estratégias de controle não apenas da dengue, mas também de chikungunya, febre do Oropouche e zika. Este comitê orientou uma nova rodada de capacitação para profissionais de saúde nas redes estadual e municipais. Parcerias com outros órgãos governamentais serão estabelecidas para ampliar a mobilização popular. Os dados do estado do Rio indicam que, até o dia 4 deste mês, foram registrados 29.315 casos prováveis de dengue em 2025, com 1.200 internações e 25 óbitos. Essas informações estão acessíveis no painel de arboviroses do Monitora RJ. No ano passado, o Rio de Janeiro enfrentou uma epidemia, contabilizando 302.674 casos prováveis, 9.726 internações e 232 óbitos, com destaque para a cidade do Rio (111.114 casos), Volta Redonda (22.705 registros) e Campos dos Goytacazes (19.588 casos).

Na capital fluminense, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) igualmente promove o “Dia D de combate à dengue” neste sábado, com diversas atividades especiais de mobilização em todas as regiões. As ações incluem inspeções de vigilância ambiental para prevenção e controle do mosquito Aedes aegypti, distribuição de material informativo e orientações a usuários em unidades de saúde e espaços públicos, mobilizando efetivamente os moradores do Rio de Janeiro.

As atividades no município do Rio ocorrerão durante toda a manhã, com profissionais de saúde disponíveis para esclarecer dúvidas e instruir a população sobre os cuidados preventivos da dengue. A lista completa dos locais de mobilização na cidade, com os endereços correspondentes, está disponível para consulta no site da SMS. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, enfatizou a importância do engajamento popular. “O objetivo é mobilizar a população na prevenção das arboviroses, focando no combate ao Aedes aegypti. A melhor forma de prevenir as doenças é evitando que o mosquito nasça e, para isso, precisamos muito da parceria da população. O dia D é justamente para promover essa conscientização e conquistar esse apoio popular que tanto precisamos para vencer o vetor”, declarou Soranz.

Os trabalhos de controle das arboviroses pela SMS são realizados de forma contínua ao longo de todo o ano, abrangendo tanto áreas residenciais quanto pontos estratégicos, como cemitérios, borracharias, ferros-velhos, depósitos de sucata e materiais de construção, além de garagens de ônibus. Nos períodos mais quentes e chuvosos, essas ações são intensificadas devido à maior propensão para a reprodução dos mosquitos. Até o dia 1º de novembro deste ano, agentes de vigilância ambiental realizaram 10.291.786 visitas a imóveis para prevenir e controlar o Aedes aegypti, tratando ou eliminando 1.424.953 recipientes que poderiam se tornar criadouros. A população carioca pode, inclusive, solicitar vistorias ou denunciar focos potenciais do mosquito por meio da Central 1746 de Atendimento ao Cidadão.

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Em suma, o Dia D nacional de combate ao Aedes aegypti representa um esforço massivo e coordenado para conscientizar e engajar a população brasileira na prevenção da dengue, Zika e chikungunya. As estatísticas demonstram progresso na redução dos casos e óbitos, mas o estado de alerta em diversos municípios e a natureza resiliente do mosquito exigem vigilância e ação contínuas. A implementação de novas tecnologias e a manutenção das práticas de prevenção doméstica são essenciais para proteger a saúde pública. Para ficar sempre atualizado sobre as campanhas e notícias importantes, continue acompanhando nossa editoria Hora de Começar.

Créditos de Imagem: Reuters/Paulo Whitaker; Marcelo Camargo/Agência Brasil; Flávio Carvalho/WMP Brasil/Fiocruz; Edu Kapps/SMS.

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