O Rio Grande do Sul está sob sérios alertas meteorológicos vermelhos devido à passagem de um ciclone extratropical, que tem causado estragos significativos em diversas regiões. Desde a última sexta-feira, 7 de novembro, municípios gaúchos reportam problemas como destelhamentos, bloqueios em vias e danos às redes de energia elétrica, conforme levantamentos da Defesa Civil Estadual. As condições climáticas instáveis são resultado da atuação intensa do fenômeno.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o estado foi submetido a três alertas de “grande perigo”. Dois destes se concentram no litoral, antecipando rajadas de vento que podem atingir impressionantes 100 km/h na costa. O terceiro alerta indica chuva forte e em grande volume para as regiões Central, Norte, da Serra e a Região Metropolitana de Porto Alegre. No total, ao menos 14 cidades já foram afetadas, com prejuízos crescentes em infraestrutura e serviços essenciais.
Ciclone causa estragos no RS: alerta e danos pelo estado
Os ventos mais intensos das últimas 12 horas foram aferidos no município de Planalto, localizado na Região Norte do Rio Grande do Sul, onde se registraram rajadas de 95 km/h, conforme dados da Defesa Civil. Já as Regiões dos Vales apresentaram os maiores acumulados pluviométricos. Em Ilópolis, o volume de chuva superou 155 milímetros em apenas 12 horas, enquanto Anta Gorda registrou 143 milímetros e Tapera alcançou 128 milímetros no mesmo período. Tais volumes são considerados extremamente elevados, contribuindo para inundações e deslizamentos.
Impactos em Porto Alegre
Na capital, Porto Alegre, os efeitos do ciclone foram notáveis. No sábado, 8 de novembro, moradores do bairro Santana presenciaram a queda de uma árvore na Rua Monsenhor Veras, evidenciando a força dos ventos. Além disso, a Zona Norte foi particularmente atingida, com rajadas que causaram a derrubada de oito postes de luz na Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, resultando no bloqueio do trânsito na localidade por um período considerável, gerando transtornos para a circulação viária da cidade.
Situação no Interior do Estado
As regiões Norte e Noroeste do estado foram as mais castigadas durante a sexta-feira. Em Passo Fundo, houve quedas generalizadas de árvores na área central da cidade, complicando o tráfego e a segurança. No bairro Zachia, casas sofreram destelhamento, e a Defesa Civil Municipal atuou rapidamente, distribuindo lonas para auxiliar as famílias atingidas. Em Sarandi, a extensão dos danos foi tal que seis escolas suspenderam as aulas na sexta-feira. Após registros de queda de granizo e uma avaliação preliminar, a prefeitura local já prevê a decretação de situação de emergência para a próxima segunda-feira, 10 de novembro, em virtude do prejuízo material ainda em contabilização.
A força das águas também gerou impactos diretos em moradias. Em Soledade, uma família teve sua residência completamente inundada pela intensa precipitação. Já em Três Passos e Porto Mauá, o cenário incluiu destelhamentos e danos estruturais em diversas casas, com quedas de árvores sendo um problema recorrente. Em Santa Rosa, a comunidade também precisou de assistência, e lonas foram distribuídas pelo poder público local para cobrir os imóveis afetados e minimizar perdas adicionais. As equipes de resgate e apoio social trabalham incansavelmente para atender às demandas crescentes das comunidades vulneráveis. Além desses transtornos, a interrupção no fornecimento de energia elétrica e problemas de comunicação também foram reportados em diversas áreas, intensificando a gravidade da situação em muitos municípios. A recuperação exige um esforço coordenado entre as esferas governamentais e a sociedade civil.
Problemas na Serra e em Rodovias
Na Serra gaúcha, a situação não foi diferente. Em Caxias do Sul, no bairro Cruzeiro, um deslizamento de terra atingiu diretamente uma casa e arrastou quatro veículos, embora, felizmente, ninguém tenha se ferido no incidente. No entanto, o volume de desabrigados e a infraestrutura afetada na região destacam a severidade dos eventos climáticos recentes. As estradas, por sua vez, representam outro ponto crítico, com diversos bloqueios.
Na Região dos Vales, em Bom Retiro do Sul, a queda de uma árvore pelo vento ocasionou o bloqueio parcial da RST-128, interrompendo o fluxo normal de veículos. Em Anta Gorda, na Serra, uma passagem rural que dá acesso a uma localidade no interior foi submersa devido ao grande volume de chuva. A BR-470, em um trecho que liga Bento Gonçalves e Veranópolis e que já estava em obras, teve o trânsito totalmente interrompido, preventivamente, devido ao risco iminente de novos deslizamentos de terra. Autoridades informaram que o reinício dos comboios, previsto para 8 de novembro, ocorreria somente a partir das 8h em Bento Gonçalves e 9h em Veranópolis, condicionado à avaliação das condições de segurança entre os km 185 (Belvedere do Espigão) e km 202 (Caineli).

Imagem: g1.globo.com
A ponte sobre o Rio das Antas, que conecta Bento Gonçalves e Cotiporã, também foi interditada como medida de segurança. O aumento do nível do rio tornou a travessia insegura e impraticável para qualquer tipo de veículo. Mais adiante na Serra, em São Marcos, um trecho da BR-116 necessitou de bloqueio total por quase uma hora devido a um deslizamento no local. Equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) prontamente agiram, limpando a rodovia e restabelecendo o tráfego. No Sul do estado, em Pelotas, parte de um muro de contenção de um viaduto na BR-116 desmoronou no km 514, levando à necessidade de um desvio pela marginal da via. O tráfego sobre o viaduto permanece bloqueado, aguardando uma avaliação técnica que certifique condições seguras de circulação, sublinhando os perigos e os desafios de manutenção da infraestrutura em cenários de intempéries climáticas. Mais detalhes sobre fenômenos como este podem ser consultados no site do Instituto Nacional de Meteorologia.
Previsão para os Próximos Dias
A atuação do ciclone extratropical se concentra no litoral gaúcho neste sábado, afetando a faixa entre o Sul e o Sudeste do estado, o que, por outro lado, provoca uma diminuição na intensidade e concentração das chuvas nas regiões Oeste, Norte e Noroeste. Ainda assim, a previsão indica que, na metade Leste do estado, as chuvas podem continuar de moderada a forte intensidade durante a manhã e a tarde, acompanhadas por rajadas de vento que requerem atenção contínua. As autoridades permanecem em alerta para monitorar quaisquer desenvolvimentos e responder a emergências.
Para o domingo, 9 de novembro, espera-se que o ciclone comece a se afastar da costa gaúcha, abrindo espaço para a entrada de uma alta pressão atmosférica vinda do Uruguai. Este fenômeno deve resultar em um retorno gradual do tempo estável, com céu entre poucas nuvens, trazendo alívio após os dias de instabilidade. As temperaturas ao amanhecer tendem a permanecer mais amenas, mas devem apresentar uma ligeira elevação ao longo do dia, proporcionando um dia mais agradável do que o sábado. Contudo, é fundamental que a população continue atenta aos avisos da Defesa Civil para as áreas afetadas.
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Diante do panorama de estragos e alertas, a mobilização para recuperação no Rio Grande do Sul é intensa. Continue acompanhando as notícias sobre as cidades afetadas, meteorologia e desdobramentos desses eventos em nossa editoria de Cidades, e mantenha-se informado para entender os impactos em sua região e as medidas de segurança.
Crédito da imagem: Eduardo Paganella/RBS TV; Mary Silva/RBS TV; Divulgação/DNIT.


