O novo acordo entre BNDES, Marinha e Cemaden marca um avanço significativo na capacidade de resposta do Brasil frente aos desafios crescentes impostos pelos eventos climáticos extremos. Na sexta-feira, 7 de junho, em Belém, no Pará, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Marinha do Brasil e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) formalizaram um protocolo de intenções. Este documento estabelece uma robusta estrutura de cooperação tripartite com o objetivo primordial de fortalecer as ações de prevenção, monitoramento e pronta resposta a desastres de origem natural em todo o território nacional.
A cerimônia de assinatura ocorreu em um palco emblemático: o Navio Atlântico, uma das principais embarcações da Marinha brasileira, estrategicamente ancorado no porto da capital paraense. Este navio desempenhará um papel crucial como base operacional para as Forças Armadas durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que Belém sediará. A iniciativa reflete uma urgente necessidade, dada a alarmante elevação da frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos que o país tem enfrentado, um cenário diretamente impactado pelas alterações climáticas globais.
Esta parceria nasce com a ambição de integrar capacidades técnicas, científicas e financeiras das três instituições. O objetivo central é amplificar e qualificar a resposta nacional diante de riscos e emergências, em um contexto onde a resiliência é fundamental. Para entender a metodologia e os dados por trás da monitoração de riscos e desastres, acesse as informações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais em www.gov.br/cemaden/pt-br.
BNDES, Marinha e Cemaden: União Contra Desastres Naturais
Conforme destacou Luciana Santos, Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o protocolo assume um propósito humanitário crucial: “salvar vidas diante dessa ameaça que vivemos no mundo e no Brasil, das mudanças climáticas”. A ministra reforçou que a união dessas instituições materializa o propósito comum de mitigar desastres e assegurar uma resposta mais eficaz a eventos de severidade elevada. Ela complementou sua fala salientando que “Vemos que as chuvas são mais intensas, assim como as enchentes, as secas, as ondas de calor que impactam principalmente as comunidades mais carentes. Esses eventos tendem a se intensificar e a gente precisa, portanto, agir de maneira integrada baseada em ciência e tecnologia”.
O Apoio Estratégico do BNDES
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social assume um papel fundamental, aportando tanto estrutura técnica quanto suporte financeiro essencial para a efetivação das ações. Este protocolo alinha-se de maneira estratégica com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, bem como reforça o engajamento do Brasil com as diretrizes do Marco de Sendai de 2015, um acordo global que estabelece parâmetros para a redução de riscos de desastres em âmbito mundial. A colaboração com o BNDES demonstra um comprometimento institucional com a sustentabilidade e a proteção social.
Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, quantificou o compromisso financeiro do banco na iniciativa. “Nós estamos nos comprometendo em colocar R$ 30 milhões nesse processo. E estamos comprometidos a fazer um programa de orçamento de R$ 50 milhões, com apoio de outros parceiros colocando mais R$ 20 milhões, para estudar com profundidade, primeiro, as respostas que estão no plano de urgência e de inteligência”, afirmou. Mercadante sublinhou a importância estratégica da Marinha, descrevendo-a como “a única tropa 100% profissional, estão presentes nos casos mais graves, com militares há muito tempo engajados”. Ele ainda ressaltou a intenção de ampliar o alcance do projeto, convidando outras instituições financeiras, como Banco do Brasil e Caixa, e empresas privadas a se integrarem à iniciativa.
A Atuação Operacional da Marinha
A Marinha do Brasil contribuirá com sua vasta expertise e capacidade operacional, funcionando como um braço executivo e de resposta do Estado. O seu Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais – Defesa Civil, que tem experiência em cenários de emergência, será um pilar central na execução das operações em campo. Esta participação fortalece significativamente a agilidade e eficácia das respostas em áreas atingidas por desastres.
O comandante da Marinha, almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, destacou a importância do acordo: “O protocolo constitui marco expressivo na consolidação de um modelo integrado de prevenção, monitoramento e resposta a desastres ambientais. Diante da crescente frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos, o documento reafirma o compromisso do país com o fortalecimento da resiliência nacional”. Ele enfatizou que “a união de capacidades operacionais, científicas e de desenvolvimento traz esforço coordenado de defesa, ciência e fomento, e simboliza a convergência dos propósitos em favor da salvaguarda da vida, do desenvolvimento sustentável e da reafirmação do dever permanente do Estado em servir a população”.

Imagem: agenciabrasil.ebc.com.br
Cemaden: Ciência e Antecipação
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão vinculado ao MCTI, oferecerá sua fundamental contribuição no campo do monitoramento e da modelagem preditiva. Esta técnica utiliza estatísticas e algoritmos avançados para gerar previsões de risco, permitindo a antecipação de cenários de desastre. A atuação do Cemaden é crucial para fornecer os alertas necessários que podem salvar vidas e mitigar danos.
Regina Alvalá, diretora do Cemaden, exemplificou a capacidade de atuação da instituição ao mencionar alertas prévios: “Nós fomos capazes de alertar um desastre em São Sebastião com 72 horas de antecedência, as inundações do Rio Grande do Sul com seis dias de antecedência, mas ainda precisamos fazer mais, precisamos avançar”. Alvalá frisou que, com a força e capacidade da Marinha, será possível “melhorar as respostas aos desastres do nosso país”, e com o aporte do BNDES, “poderemos avançar em desenvolvimento tecnológico, em pesquisas, em novas tecnologias”. Essa colaboração multifacetada promete uma sinergia poderosa para a proteção do Brasil.
Homenagem Histórica e Encerramento em Belém
A solenidade de assinatura do acordo em Belém incluiu uma significativa homenagem ao militar português Pedro Teixeira. Sua expedição pelo Rio Amazonas no século 17 foi crucial para a integração da Amazônia ao território que posteriormente se tornaria o Brasil. O tributo sublinhou a ligação histórica da região com eventos que moldaram a soberania nacional.
Em reconhecimento a esse legado, uma placa especial do BNDES foi entregue ao Comando da Marinha, simbolizando o respeito à história e à instituição militar. Além disso, Gilmar Pereira da Silva, reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), aproveitou a ocasião para anunciar a formação de uma comissão dedicada a aprofundar os estudos sobre a trajetória e o impacto de Pedro Teixeira, garantindo que sua memória e contribuições continuem a ser exploradas academicamente. A edição final do material foi conduzida por Carolina Pimentel.
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Este protocolo de intenções entre BNDES, Marinha e Cemaden representa um passo vital na construção de um país mais preparado e resiliente frente às ameaças dos desastres naturais, unindo forças estratégicas, operacionais e científicas. Continue acompanhando as notícias sobre políticas públicas e desenvolvimentos em infraestrutura em nosso site para se manter informado sobre as iniciativas que impactam diretamente o futuro do Brasil. Explore mais sobre esses temas em https://horadecomecar.com.br/blog/categoria/politica.
Crédito da imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil


