O Lucro M. Dias Branco, gigante nacional na fabricação de massas, biscoitos e granolas, registrou uma expressiva alta de 73,3% em seu lucro líquido durante o terceiro trimestre fiscal. O montante alcançado foi de R$ 216,1 milhões, marcando um desempenho robusto na comparação anual. Contudo, em uma análise sequencial frente ao segundo trimestre do mesmo ano, o indicador permaneceu virtualmente estável, com uma ligeira variação negativa de apenas 0,1%.
Este notável crescimento no lucro da M. Dias Branco reflete uma gestão eficiente e uma recuperação significativa no mercado, impulsionando a confiança dos investidores e a solidez da companhia no setor de alimentos. A performance financeira do trimestre foi acompanhada por outros indicadores que reforçam a trajetória positiva da empresa, consolidando sua posição estratégica em um cenário econômico desafiador.
M. Dias Branco: Lucro Avança 73% no 3º Trimestre, Receita Cresce
A receita líquida da M. Dias Branco no período de julho a setembro atingiu R$ 2,78 bilhões, o que representa um avanço consistente de 15,8% em relação ao terceiro trimestre do ano anterior. Esse crescimento na receita foi principalmente fomentado pela expansão de 15,2% no volume total de vendas e por um incremento modesto de 0,7% no preço médio dos produtos. Dentre as diversas categorias de produtos oferecidos pela companhia, que inclui marcas renomadas como Adria, Vitarella, Piraquê e Jasmine, os “produtos principais” – que englobam massas, biscoitos e margarinas – destacaram-se como o maior impulsionador do avanço da receita no intervalo, registrando uma elevação de 16,2% ante o mesmo período do ano precedente.
No terceiro trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da M. Dias Branco totalizou R$ 318,1 milhões, evidenciando uma robusta alta de 39% em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Essa melhora no Ebitda sublinha a eficiência operacional e a capacidade da empresa de gerar valor a partir de suas atividades primárias. Consequentemente, a margem Ebitda, um indicador crucial de rentabilidade operacional, registrou um avanço de 1,9 ponto percentual, alcançando 11,4%. Esses resultados de rentabilidade e lucratividade destacam a performance consolidada da M. Dias Branco no cenário nacional.
O volume de vendas total da M. Dias Branco alcançou a marca de 482,9 mil toneladas, refletindo um crescimento de 15,2% quando comparado ao terceiro trimestre do ano passado. Essa expansão demonstra a força da demanda pelos produtos da companhia e sua capacidade de abastecer o mercado em larga escala. Em uma análise trimestral, o indicador também mostrou um avanço notável de 5,6% em relação ao trimestre imediatamente anterior, sinalizando uma dinâmica positiva e crescente na comercialização de seus itens. A despeito do aumento no volume, o preço médio registrou uma variação mais contida, com um leve incremento de 0,7% na base anual, passando de R$ 5,7 para R$ 5,8. Em contrapartida, houve uma ligeira retração de 3,2% no preço médio quando comparado ao segundo trimestre do ano corrente.
Os resultados operacionais foram impactados também pelo custo dos produtos vendidos (CPV), que de julho a setembro, totalizou R$ 2 bilhões, apresentando um aumento de 17,8%. Este incremento foi principalmente atribuído ao maior volume de produtos comercializados pela companhia. A participação do CPV sobre a receita líquida observou um ajuste, passando de 70,8% para 72,0%. Este movimento é resultado de uma combinação de fatores macroeconômicos e de mercado, onde o aumento de aproximadamente 17% no preço do óleo de palma em dólar teve um peso considerável, embora tenha sido parcialmente compensado pelo recuo de cerca de 13% no preço do trigo, também cotado em dólar. O impacto desses custos é gradativo, uma vez que a M. Dias Branco possui estoques de produtos acabados, o que posterga a completa manifestação dessas variações de custo nos balanços financeiros trimestrais.
De acordo com Fabio Cefaly, diretor de novos negócios e de relações com investidores da M. Dias Branco, em declaração ao Valor, a expectativa é que a queda de custos observada no mercado comece a ser refletida de forma mais palpável nos resultados ao longo do quarto trimestre. Ele destacou que “provavelmente, ao longo do quarto trimestre, devemos ver alguma mudança”, referindo-se à esperada diminuição do CPV. Em relação à estratégia de preços para os próximos meses, Cefaly ponderou sobre a volatilidade do mercado. “Num contexto de queda de custo, é muito difícil fazer aumentos”, afirmou, indicando uma cautela em relação a repasses de preços ao consumidor.
O executivo reforçou a postura da M. Dias Branco, afirmando que a empresa não pretende ser pioneira nem a última a realizar reajustes de preço, sublinhando uma abordagem estratégica de acompanhamento do mercado. O foco principal da gestão, conforme Cefaly, é “preservar o preço relativo de cada item”, visando manter a competitividade e o valor percebido de suas marcas no portfólio. Essa estratégia de preservação do valor de mercado visa um equilíbrio entre rentabilidade e volume de vendas.

Imagem: valor.globo.com
As despesas com vendas e administrativas (SG&A) da M. Dias Branco no período atingiram R$ 616,1 milhões, registrando um crescimento anual de 11,5%. Essa categoria de despesas representou 22,1% da receita líquida total da companhia. A empresa atribuiu esse aumento, em parte, ao maior volume de produtos comercializados, o que naturalmente eleva os gastos logísticos e de distribuição. Mesmo com o incremento nas despesas, Fabio Cefaly ressaltou que a companhia tem se dedicado a uma gestão eficaz, indicando que, embora “ainda existam melhorias a serem feitas, como em logística, mas estamos conseguindo fazer uma boa gestão de despesas”.
O resultado financeiro da M. Dias Branco fechou o trimestre com um saldo positivo de R$ 11,8 milhões. Este desempenho favorável foi uma decorrência direta do rendimento da sólida posição de caixa líquido mantida pela empresa, demonstrando a eficiência na alocação de recursos financeiros. No que diz respeito à alavancagem financeira, medida pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda, a empresa apresentou um indicador de 0,6 vez. Esse dado representa uma alteração em relação à posição zerada verificada no mesmo período do ano anterior, indicando uma estratégia financeira ligeiramente diferente, mas ainda controlada e saudável.
Ao término de setembro, a M. Dias Branco mantinha um caixa líquido substancial de R$ 530,2 milhões, refletindo uma robusta saúde financeira. A capacidade de gerar capital de giro foi um dos pontos fortes do trimestre, com a liberação de R$ 205 milhões destinados a essa finalidade. Esse caixa elevado e a gestão de capital de giro fortalecem a M. Dias Branco para futuros investimentos e para a manutenção de sua competitividade no mercado de alimentos brasileiro.
Confira também: Imoveis em Rio das Ostras
Em suma, os resultados M. Dias Branco do terceiro trimestre de 2023 consolidam a empresa como uma potência no setor alimentício, com um crescimento robusto de 73,3% no lucro líquido e expansão da receita. Esses números são impulsionados por um maior volume de vendas e uma gestão estratégica de custos e despesas, apesar dos desafios no cenário de insumos. Acompanhe outras análises e notícias relevantes sobre o cenário econômico e corporativo em nossa seção de Economia.
Crédito da imagem: Massas secas da marca Adria, da M. Dias Branco – Foto: Facebook/Adria

