O Ibovespa 150 mil pontos atingiu, pela primeira vez na história da bolsa brasileira, esta marca impressionante na manhã desta segunda-feira, dia 3. O principal indicador do mercado de ações é impulsionado por uma combinação de fatores, incluindo a valorização dos índices no pré-mercado de Nova York, expectativas otimistas quanto à divulgação de balanços de grandes empresas nacionais nesta semana e a antecipação pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).
Desde a abertura do pregão, o Ibovespa registrou um avanço contínuo. Atingiu a máxima de 150.266,79 pontos, representando uma alta de 0,49%. A mínima de abertura havia sido de 149.550,84 pontos, com um ganho inicial de 0,01%. Dos 82 ativos listados no índice, apenas oito apresentaram queda, sendo a Marcopolo (POMO4) a que registrou o maior recuo, de 6,46%.
Ibovespa Toca 150 Mil Pontos: Mercado Atento a Balanços e Copom
Este marco histórico para o Ibovespa 150 mil pontos é alcançado em um cenário que, surpreendentemente, contraria a ligeira queda de 0,03% nas cotações do petróleo e a desvalorização de 1,82% do minério de ferro na bolsa de Dalian, na China. O foco dos investidores se mantém na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) e nos resultados corporativos aguardados para os próximos dias.
Cenário de Balanços e a Decisão do Copom: Fatores-Chave para o Mercado
A atenção do mercado está predominantemente voltada para a próxima reunião do Copom, que acontecerá na quarta-feira. A expectativa geral é de que o comitê decida pela manutenção da taxa Selic em seu patamar atual de 15% ao ano. Em paralelo, a semana será intensa com a divulgação de importantes balanços de empresas de peso na economia brasileira, como Itaú, Petrobras e CSN, entre outras, o que tende a ditar o ritmo das negociações. O governo brasileiro também trabalha em conversas para tentar negociar a questão do “tarifaço” com os EUA.
Para estrategistas de mercado, o debate sobre os impulsionadores da recente alta da bolsa brasileira, que culminou no Ibovespa 150 mil pontos, tem se estendido ao longo de 2025. Embora a princípio se atribuísse grande peso a fatores domésticos, a percepção atual indica que as influências locais tiveram um papel mais limitado nesse movimento, sugerindo que elementos externos desempenham uma função crucial.
Impacto das Bolsas Internacionais e Alterações de Horário na B3
O desempenho recorde do Índice Bovespa, que ultrapassou a importante barreira psicológica dos 150 mil pontos, superou o pico de 149.635,90 pontos registrado durante a sessão de sexta-feira, que já havia estabelecido um novo nível histórico. Esse otimismo se deve, em grande parte, à expectativa de uma abertura positiva das bolsas de Nova York, que iniciarão suas operações às 11h30 (horário de Brasília). A mudança se dá em decorrência do término do horário de verão no hemisfério Norte. Consequentemente, o horário de negociação no mercado à vista e fracionário na B3 será estendido, encerrando às 17h55, em vez das 17h, e não haverá a sessão de after market.
Grandes Empresas e a Onda de Balanços
O mercado também nutre a expectativa de resultados financeiros robustos por parte de várias empresas brasileiras. Mais de 40 companhias deverão divulgar seus balanços nesta semana. O grande destaque é a Petrobras (PETR3;PETR4), que apresentará seus números na quinta-feira, após o fechamento do mercado. A estatal já havia divulgado dados de produção na semana passada, mostrando um aumento de 7,7% sobre o terceiro trimestre de 2024, alcançando a marca de 3,144 milhões de barris diários de óleo equivalente (boed).
Na terça-feira, o Itaú Unibanco terá sua vez de divulgar o balanço após o encerramento das negociações. De acordo com previsões do Prévias Broadcast, o maior banco privado do país deve reportar um lucro líquido de R$ 11,8 bilhões, o que representaria um novo recorde trimestral e um crescimento de 10,9% na comparação com o terceiro trimestre de 2024. Outros nomes relevantes que trarão seus resultados incluem Embraer (EMBJ3), CSN (CSNA3), Klabin (KLBN11), Eletrobras (ELET3;ELET6), Minerva (BEEF3), Suzano (SZUB3), Assaí (ASAI3) e Lojas Renner (LREN3).
Agenda Legislativa e o Cenário Internacional
No front legislativo, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal agendou para amanhã a votação de projetos importantes que visam, entre outras coisas, aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda para até R$ 5 mil e elevar a taxação sobre empresas de apostas (bets) e fintechs. No plano internacional, a ameaça de um shutdown nos Estados Unidos adiciona um elemento de cautela aos mercados globais, e pode até mesmo adiar a divulgação do payroll, agendada inicialmente para sexta-feira. Enquanto isso, o governo brasileiro articula internamente uma proposta para apresentar a Donald Trump, buscando um acordo em relação ao “tarifaço”, com a possibilidade de reuniões de negociação já nesta semana em Washington, D.C. Acompanhe as deliberações sobre a taxa básica de juros, conforme as informações disponíveis no site oficial do Banco Central do Brasil.

Imagem: infomoney.com.br
Expectativas para o Copom, Selic e Projeções do IPCA
A maior parte da atenção do mercado em relação ao Copom se concentra no teor de seu comunicado. Investidores estão em busca de quaisquer indícios sobre quando o processo de queda dos juros poderá ser iniciado, em face de um cenário de desinflação que foi recentemente reforçado pelas estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no relatório Focus.
As projeções suavizadas para o IPCA em 12 meses à frente permanecem em 4,06%. A mediana estimada para o IPCA de 2025 passou de 4,56% para 4,55%. Para 2026, a estimativa se mantém em 4,20%. As projeções para 2027 foram revisadas de 3,82% para 3,80%, e para 2028, de 3,54% para 3,50%. As previsões para a Selic em 2025 e 2026 permaneceram inalteradas em 15% e 12,25% ao ano, respectivamente.
Pedro Cutolo, estrategista da ONE Wealth Management, sugere que o Banco Central poderia dar algum indício de uma possível redução da Selic ainda em 2025. “Esperamos que o comunicado seja suficientemente flexível para abrir caminho para um corte na reunião de dezembro”, afirma o especialista.
Por volta das 10h43, o Ibovespa registrava um aumento de 0,24%, cotado a 149.900,91 pontos. Na sexta-feira, o principal indicador da B3 havia fechado em alta de 0,51%, consolidando o sexto pregão consecutivo de valorização e atingindo o nível recorde de 149.540,43 pontos, fechando o mês de outubro com ganhos de 2,26%.
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Atingir os 150 mil pontos é um marco que reflete a dinâmica complexa e multifacetada do mercado financeiro brasileiro e global. Para continuar acompanhando as principais notícias e análises do cenário econômico e suas implicações, não deixe de conferir nossa editoria de Economia.
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