A Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou, na noite do último domingo, dia 2 de novembro de 2025, os **perfis de mortos na Operação Contenção**, uma ação realizada em 28 de setembro nos Complexos do Alemão e da Penha, na zona norte carioca. O levantamento inclui informações e imagens de 115 das 117 pessoas que perderam a vida durante a intervenção policial, e foi compilado pela Ouvidoria Geral da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Conforme comunicado oficial divulgado à imprensa, mais de 95% dos indivíduos identificados apresentavam conexões verificadas com a organização criminosa Comando Vermelho. Além disso, a investigação indicou que 54% dos mortos eram provenientes de outras unidades federativas. Do total de análises, apenas dois laudos periciais foram considerados inconclusivos, ressaltando a abrangência do trabalho de identificação.
Operação Contenção RJ: Polícia divulga perfis e histórico dos mortos
O relatório da Polícia Civil destaca que um total de 97 pessoas entre os mortos possuíam um histórico criminal substancialmente relevante. Dentro desse grupo, 59 indivíduos tinham mandados de prisão pendentes, evidenciando uma participação ativa em atividades ilícitas prévias à operação. A mesma comunicação admite que outras 17 pessoas inicialmente não apresentavam qualquer registro criminal prévio; contudo, averiguações posteriores apontaram indícios de envolvimento com o tráfico de entorpecentes em doze desses casos, por meio de evidências encontradas em suas redes sociais. A apuração buscou traçar um panorama detalhado da criminalidade associada aos óbitos resultantes da intervenção policial.
A lista de indivíduos falecidos é designada como “neutralizados” e detalha as origens interestaduais desses. Foi constatado que 62 dessas pessoas eram de outros estados, indicando uma diversidade de procedências. A discriminação dos estados de origem revela uma ampla participação: 19 indivíduos eram do Pará, 12 da Bahia, 9 do Amazonas e 9 de Goiás. Completando o levantamento, a lista inclui 4 pessoas do Ceará, 3 do Espírito Santo, 2 da Paraíba, 1 do Maranhão, 1 de Mato Grosso, 1 de São Paulo e 1 do Distrito Federal, refletindo a capilaridade da atuação criminosa para além das fronteiras fluminenses. Para informações adicionais sobre as atividades da instituição que auditou os relatórios, pode-se consultar a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Líder do Comando Vermelho Permanece em Liberdade
Um dos aspectos críticos da Operação Contenção foi a constatação de que o principal alvo da ação, Edgar Alves de Andrade, amplamente conhecido como “Doca”, líder da facção criminosa Comando Vermelho (CV), ainda permanecia em liberdade. Passados seis dias desde a execução da operação policial, sua captura não havia sido concretizada, levantando questionamentos sobre a eficácia em neutralizar as lideranças criminosas. O relatório da Polícia aponta, ademais, para a complexa estrutura do crime organizado no Rio de Janeiro, ao revelar a presença de chefes de organizações criminosas oriundos de 11 estados da Federação, representando quatro das cinco regiões geográficas do Brasil.
É importante destacar que, segundo informações, nenhuma das pessoas que morreram durante a operação havia sido denunciada formalmente à Justiça pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Em resposta à situação e visando assegurar a conformidade com as normas legais, a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Rio de Janeiro (OAB-RJ), estabeleceu um observatório dedicado a monitorar e fiscalizar a apuração referente à conduta das polícias Civil e Militar ao longo da Operação Contenção.
Ministro Alexandre de Moraes Agenda Reuniões no Rio de Janeiro
Em um desdobramento direto e subsequente aos fatos da Operação Contenção, o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), desembarcou no Rio de Janeiro na segunda-feira, dia 3 de novembro de 2025. O ministro tinha agendados cinco importantes encontros com diversas autoridades fluminenses e cariocas. A agenda começou às 11h00, com uma reunião com o Governador do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e toda a cúpula da segurança pública estadual, incluindo o Secretário de Segurança Pública, o Comandante da Polícia Militar, o Delegado-Geral da Polícia Civil e o Diretor da Superintendência-Geral de Polícia Técnico Científica.

Imagem: Rosinei Coutinho via agenciabrasil.ebc.com.br
Na sequência dos compromissos, a programação de Moraes incluiu uma reunião com o Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, marcada para às 13h30. Posteriormente, o Ministro teve um encontro com o Procurador-Geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro às 15h00, e com o Defensor Público Geral do Estado do Rio de Janeiro às 16h30. Para encerrar o dia de articulações e diálogos institucionais, Alexandre de Moraes reuniu-se com o Prefeito do Rio, Eduardo Paes, às 18h00. Estes encontros ocorrem em um contexto de alta tensão e cobrança pela transparência e legalidade das ações policiais no estado.
A vinda do ministro acontece um dia após ele ter determinado, em decisão de domingo, a preservação “rigorosa e integral” de todos os elementos materiais que pudessem estar relacionados à execução da Operação Contenção. Essa medida visa garantir a integridade das provas e a lisura das investigações em curso sobre a conduta das forças de segurança, reforçando a importância da prestação de contas e do cumprimento da lei.
A Operação Contenção levanta questões cruciais sobre a segurança pública e os direitos humanos, com a divulgação dos perfis dos mortos trazendo mais dados para a análise crítica dos desdobramentos. A atenção das autoridades e da sociedade civil permanece voltada para as consequências e a apuração dos fatos relacionados à intervenção nos complexos cariocas.
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Crédito da imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil



