A recente megaoperação no Rio de Janeiro resultou na morte de Francisco Myller Moreira da Cunha, conhecido como Gringo, que era apontado como uma das principais lideranças do Comando Vermelho (CV) em Manaus, no Amazonas. A informação foi confirmada pelas autoridades fluminenses, revelando que o óbito do traficante ocorreu um dia após ele ter completado 32 anos de idade, durante a ação que ficou marcada como uma das mais letais da história do estado.
Gringo, também chamado de “Suiça”, era originário de Eirunepé, cidade do interior do Amazonas. Sua trajetória no crime o levou a se tornar uma figura de destaque na estrutura do Comando Vermelho na capital amazonense. Sua morte ocorreu na terça-feira, dia 28 de maio, durante a ofensiva policial que ceifou a vida de mais de 120 indivíduos.
Chefe do CV em Manaus, Gringo, morre em megaoperação no RJ
A identidade de Francisco Myller foi tornada pública somente na sexta-feira, dia 31 de maio, pela Cúpula da Segurança Pública do Rio de Janeiro. Segundo o levantamento divulgado, 109 dos mortos já foram oficialmente identificados. O líder faccionado havia comemorado seu 32º aniversário na segunda-feira, 27 de maio, um dia antes de ser alcançado pela operação policial.
A morte do traficante repercutiu no círculo criminoso, resultando em homenagens publicadas em redes sociais. Evelyn Lorrany Nogueira de Lima, de 23 anos, alcunhada de “Porcelana” e apontada como integrante do Comando Vermelho em Roraima, divulgou dois vídeos em seu perfil do Instagram expressando lamento pela perda de Francisco. “Descansa em paz, meu amigo. Você vai nos fazer muita falta”, escreveu Evelyn em sua homenagem.
De acordo com informações da Justiça do Amazonas, Gringo estava foragido da justiça desde abril de 2024. Contra ele havia um mandado de prisão expedido após sua condenação a 34 anos e 10 meses de reclusão, resultante de acusações pelos crimes de homicídio e organização criminosa. O histórico criminal de Francisco Myller incluía um incidente grave onde ele e outros cinco indivíduos invadiram a residência de Samuel Paz de Andrade, executando-o com múltiplos disparos. As investigações à época indicaram que a motivação para o crime estava relacionada a conflitos entre facções criminosas.
Detalhes da Operação e Identificação dos Mortos
A megaoperação, desencadeada nos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, teve um saldo de 117 suspeitos mortos. A ação policial também resultou na perda de quatro agentes de segurança, elevando o número total de mortes para 121. O Comando Vermelho (CV) perdeu uma das figuras apontadas como estratégicas na região de Manaus. Os confrontos evidenciaram a persistência e a brutalidade das operações policiais no combate ao crime organizado em áreas de alta vulnerabilidade, como o Complexo do Alemão e Penha. Tais operações de larga escala frequentemente geram intensos debates sobre a eficácia e as consequências sociais das táticas de segurança pública. Conforme noticiado por veículos de imprensa, operações desse porte são características da realidade do enfrentamento ao tráfico e outras organizações criminosas no estado do Rio de Janeiro, sendo constantemente monitoradas por órgãos de direitos humanos e segurança pública.

Imagem: g1.globo.com
Dos 109 suspeitos já identificados pelas autoridades policiais, conforme relatório da Polícia Civil do Rio de Janeiro, a maioria possuía antecedentes criminais significativos. Um total de 78 desses indivíduos tinham um histórico criminal considerado grave, incluindo acusações relacionadas a homicídios e tráfico de drogas. Adicionalmente, 43 dos mortos eram considerados foragidos da justiça, enquanto 54 não eram residentes do Rio de Janeiro. Dentre esses, nove eram provenientes do Amazonas. Outras procedências incluíam 15 do Pará, 11 da Bahia, 7 de Goiás, 4 do Ceará, 4 do Espírito Santo, 2 da Paraíba, 1 do Mato Grosso e 1 de São Paulo, evidenciando o caráter interestadual das organizações criminosas envolvidas.
O Comando Vermelho, em especial sua atuação em Manaus, é uma organização criminosa com ramificações em diversos estados brasileiros, tornando a cooperação entre as forças de segurança uma medida essencial no combate ao narcotráfico. A morte de líderes como Gringo representa um impacto significativo nas operações do grupo, ainda que as facções rapidamente busquem reposicionar suas lideranças. A Cúpula de Segurança Pública do Rio de Janeiro continua as investigações e a análise dos impactos desta vasta operação.
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Em suma, a megaoperação no Rio de Janeiro culminou na morte de Gringo, chefe do CV em Manaus, marcando mais um capítulo na longa e complexa guerra contra o crime organizado no Brasil. Este evento, com suas centenas de mortes e a identificação de criminosos com histórico grave de diferentes estados, sublinha os desafios enfrentados pelas forças de segurança pública e a amplitude das ramificações criminosas. Para mais detalhes sobre temas de segurança pública e acontecimentos impactantes no cenário nacional, acesse nossa editoria de Cidades e fique atualizado.
Crédito da imagem: Arte/g1


