O Itaú BBA reavaliou a WEG (WEGE3), ajustando sua percepção após um período de ceticismo. O banco de investimento agora reconhece que subestimou tanto a resiliência da fabricante de motores, transformadores e equipamentos industriais quanto a perseverança dos investidores estrangeiros. Esses investidores, por sua vez, continuaram a demonstrar confiança na empresa sediada em Jaraguá do Sul, Santa Catarina.
A mudança de postura foi formalizada em um novo relatório de mercado, divulgado na última quinta-feira, 30 de novembro. Analistas do Itaú BBA apontam que a trajetória da WEG pode ser definida como um ponto de inflexão nas expectativas, destacando três pilares essenciais: crescimento do negócio, patamares de rentabilidade e o custo de capital empregado pela companhia.
Itaú BBA Reavalia WEG e Destaca Potencial de Alta
A equipe de análise admitiu ter mantido uma visão negativa por mais tempo do que o necessário, fundamentada em uma extrapolação de tendências de curto prazo que impediu a captação do momento exato em que o fluxo de capital estrangeiro retomou a confiança na WEG. Durante esse intervalo, as ações da empresa registraram um crescimento de aproximadamente 15%, valorização que o Itaú BBA não antecipou. No entanto, o banco ajustou sua estratégia, indicando que a companhia ainda apresenta considerável margem para valorização nos próximos trimestres, o que reverte a projeção anterior de um cenário menos promissor.
Para o banco, a fase mais crítica das operações e resultados já ficou para trás. Embora preveja um quarto trimestre de 2025 (4T25) com resultados mais contidos, a estratégia da WEG sugere uma robusta melhora em 2026. Essa evolução será impulsionada por margens de lucro mais elevadas e uma possível redução nas tarifas incidentes sobre produtos exportados para os Estados Unidos, contribuindo significativamente para o desempenho financeiro. As expectativas para 2027 são ainda mais otimistas, projetando um crescimento substancial nos lucros, especialmente porque a capacidade de transmissão e distribuição (T&D) da empresa está prevista para dobrar.
Fatores de Otimismo e Desempenho no Exterior
As projeções favoráveis do Itaú BBA foram ancoradas em uma reunião recente dos analistas com o diretor financeiro da WEG, André Rodrigues, e o gerente de relações com investidores (RI), Felipe Scopel. Segundo o banco, ambos transmitiram uma perspectiva de grande confiança quanto à demanda por produtos da empresa. Dados compilados pelo próprio banco revelam que produtos de ciclo curto têm apresentado crescente demanda, com um aumento de 13% no mercado doméstico e 9% no mercado internacional, desconsiderando os impactos das variações cambiais.
Adicionalmente, a WEG implementou um ajuste de preços para seus itens vendidos nos Estados Unidos no mês de outubro, estratégia que deve reforçar a aceleração do faturamento da companhia nos próximos períodos. A meta ambiciosa da administração da WEG é atingir um crescimento de dois dígitos na receita em 2026, solidificando sua posição de mercado e reforçando o compromisso com a expansão.
Impacto das Tarifas Comerciais e Cenário Geopolítico
A questão das tarifas comerciais representa outro ponto crucial no radar dos analistas do Itaú BBA. Observa-se que as negociações em andamento entre o Brasil e os Estados Unidos sobre esses impostos estão demonstrando progresso. Existe uma perspectiva considerável de que as tarifas atualmente aplicadas aos produtos da WEG exportados para o mercado norte-americano sejam reduzidas de 50% para aproximadamente 25%. Esse cenário, se concretizado, teria um impacto direto e positivo nas finanças da empresa.
Mesmo que não ocorra um corte nas tarifas, o Itaú BBA enfatiza que os aumentos de preço já implementados pela WEG são suficientes para mitigar quaisquer efeitos adversos na rentabilidade, mantendo as projeções favoráveis a partir de 2026. A expectativa do banco é que, caso a redução tarifária se materialize, o lucro da WEG poderá crescer de forma ainda mais acelerada, impulsionando a performance global da empresa e a valorização de suas ações no mercado. Para uma compreensão mais ampla sobre a economia global e seus reflexos no mercado nacional, consulte dados e análises de fontes como o Valor Econômico.

Imagem: infomoney.com.br
WEG e o Segmento de Tecnologia: O Novo Foco dos Estrangeiros
O Itaú BBA também direciona a atenção para um fenômeno de mercado notável: o entusiasmo dos investidores estrangeiros por empresas que atuam nos segmentos de data centers e energia. Historicamente, a ação da WEG tem ficado um pouco à margem dessa tendência. No entanto, o banco destaca que uma parcela significativa, entre 10% e 15%, da receita da WEG é derivada da venda de transformadores nos Estados Unidos. Adicionalmente, grande parte de seu portfólio consiste em equipamentos industriais cruciais para a infraestrutura tecnológica.
Enquanto companhias diretamente expostas a este nicho de mercado registraram um aumento superior a 120% no ano, a WEG acumulou uma desvalorização de cerca de 20%. Essa discrepância, de acordo com o banco, posiciona a WEG como uma oportunidade atrativa, potencialmente despertando o interesse dos investidores estrangeiros que buscam valor nesse promissor segmento.
O Ritmo do 4T25 e a Visão de Longo Prazo
Apesar do otimismo renovado, o Itaú BBA cautela os investidores quanto ao desempenho do 4T25, que não deve apresentar um brilho particular. Os analistas apontam que a base de comparação é complexa, dada a desvalorização mais acentuada do real no final de 2024. A expectativa é que a divisão de geração, transmissão e distribuição (GTD) registre uma queda de 18% na receita. A margem antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) deve recuar aproximadamente 0,9 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, e o lucro líquido projetado é de R$ 1,57 bilhão, indicando uma redução de 7% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Contudo, a visão do Itaú BBA permanece inalterada em relação ao horizonte de longo prazo: investidores com foco em resultados futuros, notadamente os estrangeiros, estão com os olhos fixos em 2027. Atualmente negociada a aproximadamente R$ 41,45, a ação da WEG possui um preço-alvo de R$ 50 até o final de 2026, o que representa um potencial de valorização de 21%. Os analistas sublinham, ainda, que o papel está sendo negociado com um desconto em relação à sua média histórica: o preço/lucro projetado para um ano está 12% abaixo da média, e cerca de 14% a 19% mais acessível que seus pares globais para os anos de 2026 e 2027.
Confira também: Imoveis em Rio das Ostras
Em suma, a nova análise do Itaú BBA destaca uma reavaliação estratégica da WEG, reconhecendo seu potencial de recuperação e crescimento sustentado no médio e longo prazo, apesar de um quarto trimestre de 2025 que poderá ser mais desafiador. Para os investidores locais, o banco emite um claro aviso: este não é o momento para liquidar posições na WEG. Em uma mensagem subentendida, a conclusão é direta: subestimar a capacidade e as perspectivas da WEG pode se traduzir em custos significativos. Para continuar acompanhando análises detalhadas do mercado e as flutuações da economia, explore nossa seção de Economia.
Crédito da imagem: Divulgação/WEG
