Leilão de Energia Aneel: BTG, EDP e CPFL em R$ 5,5 Bi

Economia

Com investimentos previstos de R$ 5,53 bilhões em projetos de transmissão de energia, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) concluiu o seu mais recente leilão. A disputa pelos lotes de empreendimentos ocorreu na B3, em São Paulo, e resultou na negociação de 1.081 quilômetros de linhas de transmissão que abrangem doze estados brasileiros. Esses novos ativos estão distribuídos geograficamente em Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo.

O resultado do certame delineia um cenário de expansão e reforço para a infraestrutura energética do país nos próximos cinco anos, envolvendo significativas propostas de receita anual permitida (RAP) e deságios que evidenciam a competitividade entre as empresas do setor. Os deságios, inclusive, demonstraram um forte interesse e otimização dos custos de investimento.

Leilão de Energia Aneel: BTG, EDP e CPFL em R$ 5,5 Bi

O maior lote disponibilizado neste leilão, o lote 4, foi arrematado pelo FIP Warehouse, fundo de investimento do BTG (BPAC11). A proposta vencedora ofereceu uma receita anual permitida (RAP) de R$ 116,23 milhões, um deságio notável de 47,30% em comparação com o valor máximo estipulado pelo órgão regulador. A disputa por este bloco foi acirrada, contando com oito grupos habilitados, entre eles grandes nomes como Engie Brasil (EGIE3), EDP Brasil e Alupar (ALUP11). Embora a Axia Energia (anteriormente Eletrobras – ELET3) tenha se habilitado, não apresentou proposta. Estima-se um investimento de R$ 1,245 bilhão para o lote 4, que visa a instalação de novas linhas de transmissão e uma subestação entre os estados de Rondônia e Mato Grosso, buscando aumentar a capacidade do subsistema Acre-Rondônia.

Outros Destaques do Leilão de Transmissão da Aneel

A companhia portuguesa EDP também se destacou no evento, garantindo o lote 5 com uma RAP de R$ 38 milhões. O deságio oferecido foi de 49,18% ante o valor máximo. Doze grupos estavam aptos para disputar este lote, incluindo Engie Brasil, Axia Energia e Taesa, além do FIP Warehouse, do BTG. Com investimentos previstos em R$ 441,5 milhões, o projeto do lote 5 compreende a instalação de linhas de transmissão e uma subestação no estado de Goiás.

Já a CPFL Energia, que tem como acionista a chinesa State Grid, foi a vencedora do lote 3. Sua proposta incluiu uma RAP de R$ 81,16 milhões, com um expressivo deságio de 53,93% em relação ao limite estabelecido pela Aneel. Esta oferta superou outros cinco participantes, como Axia, Engie Brasil e Taesa (TAEE11). O investimento estimado para este lote é de R$ 1,07 bilhão e contemplará a construção de linhas de transmissão e uma subestação na região Sul do país, com o propósito de suprir demandas de carga e elevar a confiabilidade do sistema elétrico em áreas do Rio Grande do Sul e Paraná.

Mais cedo, a Rialma Administração e Participações havia assegurado o lote 2 do certame. Sua proposta garantiu uma RAP de R$ 85,9 milhões, apresentando um deságio de 36,73%. O projeto relacionado a este lote possui investimentos calculados em R$ 788,6 milhões e prevê a construção de novas linhas de transmissão que ligarão os estados da Paraíba, Pernambuco, Maranhão e Piauí.

A Axia Energia também marcou sua presença ao arrematar dois projetos em Minas Gerais, os sublotes 6A e 6B. A companhia ofereceu um deságio médio de 50,23% em comparação ao valor máximo estipulado pela agência reguladora. As RAP propostas foram de R$ 43,1 milhões para o 6A e R$ 23,74 milhões para o 6B. Esses empreendimentos totalizam aproximadamente R$ 825 milhões em investimentos, direcionados para a implementação de compensadores síncronos em Minas Gerais, equipamentos cruciais para aprimorar a capacidade do sistema de transmissão. A Axia superou propostas de outros participantes como o FIP Warehouse, do BTG, a CPFL e a Engie.

O lote 1, por sua vez, foi vencido pelo Shalom FIP Multiestratégia, com uma RAP de R$ 27,2 milhões e um deságio de 57,51%, o maior entre todos os lotes arrematados. Este projeto contempla investimentos estimados em R$ 352 milhões para a instalação de linhas de transmissão conectando as cidades de São Paulo e Guarulhos, na maior metrópole do país.

O Papel da Aneel na Infraestrutura Energética Nacional

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) desempenha um papel fundamental na organização desses leilões, que são cruciais para o desenvolvimento e a modernização da infraestrutura elétrica do Brasil. A instituição, conforme sua atribuição regulatória, busca garantir a expansão do setor, a segurança energética e a modicidade tarifária por meio de processos competitivos e transparentes.

Os projetos vencedores deste Leilão de Energia Aneel representam um passo importante na garantia da confiabilidade e no aumento da capacidade do sistema elétrico nacional. A diversidade geográfica dos lotes assegura que diferentes regiões do país serão beneficiadas com melhorias na transmissão, atendendo tanto a demandas de consumo quanto à integração de novas fontes de geração.

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Em suma, o leilão de transmissão da Aneel com mais de R$ 5,5 bilhões em investimentos destaca o vigor do setor e a capacidade de atração de capital para projetos de infraestrutura essencial. Este cenário impulsiona o desenvolvimento e a estabilidade da rede elétrica brasileira nos próximos anos. Para se manter atualizado sobre as novidades do setor energético e econômico, continue acompanhando nossa editoria de Economia.

(com Reuters e O Globo)

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