TÍTULO: ETFs: Transformação Financeira e Futuro das Carteiras no Brasil
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META DESCRIÇÃO: Os **ETFs** redefinem o futuro das carteiras de investimento no Brasil. Descubra como os fundos de índice impulsionam transparência, liquidez e baixo custo no mercado financeiro, com a análise da Investo.
A consolidação dos ETFs no mercado de investimentos brasileiro marca uma nova era, transformando-os de produtos de nicho em ferramentas essenciais para a composição de carteiras. Antigamente considerados sofisticados e acessíveis apenas a investidores experientes, os fundos de índice (ETFs – Exchange Traded Funds) expandiram sua presença no varejo, moldando as estratégias dos investidores brasileiros em direção a portfólios mais diversificados, globais, transparentes e com custos reduzidos.
Este fenômeno, observado há mais de duas décadas nos Estados Unidos, agora se desenvolve rapidamente em território nacional. Profissionais da Investo, uma das principais gestoras de ETFs do país, compartilharam suas percepções sobre essa evolução em entrevista ao portal InfoMoney. Cauê Mançanares, CEO e sócio-fundador da gestora, e Alessandra Gontijo, sócia-diretora comercial, analisaram a ascensão desses produtos e os catalisadores de sua forte consolidação.
ETFs: Transformação Financeira e Futuro das Carteiras no Brasil
Mançanares ressalta que o movimento de investimento em fundos de índice já tem um histórico consolidado fora do Brasil. Segundo o executivo, o reconhecimento internacional foi alcançado quando o mercado assimilou completamente a proposta de valor dos ETFs. Ele detalha que os investidores compreenderam que essa modalidade proporcionava uma exposição inteligente ao mercado, combinando alta transparência, liquidez superior e custos de manutenção mais baixos.
No cenário financeiro brasileiro, o rápido acesso às plataformas digitais de investimento tem sido um fator crucial para encurtar o ciclo de amadurecimento dos ETFs. Mançanares aponta que a velocidade de adoção no país é significativamente maior do que o tempo levado em mercados mais maduros, não demorando 15 ou 20 anos, mas acelerando consideravelmente devido à vasta disponibilidade de informação. Ele resume a força desse momento com uma observação que se tornou icônica no setor: ao experimentar os ETFs, o investidor brasileiro encontra um caminho irreversível para a modernização de suas alocações.
A Investo exemplifica essa expansão. Atualmente, a gestora serve a mais de 165 mil clientes e ultrapassou a marca de R$ 4,5 bilhões em custódia total em seus ETFs. Desse montante, R$ 1,5 bilhão está alocado apenas no LFTB11, um dos maiores fundos de índice negociados na B3 e líder em crescimento desde seu lançamento, conforme os dados da própria gestora. Este aumento do interesse nos ETFs coincide com um período em que o investidor busca maior eficiência, analisando a relação entre custo e performance de suas diversas classes de ativos.
Embora a indústria de fundos ativos mantenha sua relevância no Brasil, Gontijo, sócia-diretora comercial da Investo, aponta que dados recentes estimulam uma análise mais comparativa de desempenho ao longo de períodos estendidos. Essas avaliações revelam, em muitos casos, que fundos de renda variável nacionais nem sempre conseguem superar seus respectivos índices de referência. A executiva esclarece que a gestão ativa tradicionalmente justifica suas taxas mais elevadas com a promessa de geração de “alfa” (retorno superior ao benchmark), enquanto os ETFs oferecem uma via direta e eficaz para replicar a performance de um índice com menor custo e maior transparência.
Os fundos de índice proporcionam ao investidor clareza imediata sobre o ativo que está sendo adquirido, solidificando-se como uma base essencial para uma alocação de recursos eficiente. Eles permitem uma diversificação ágil, acessível e transparente, pois, como Gontijo enfatiza, “o ETF é o próprio benchmark”. Isso atende à demanda crescente do investidor por maior autonomia, simplicidade operacional e acesso a mercados globais, colocando os ETFs em destaque nas escolhas de alocação de recursos.
Acesso Descomplicado e Diversificação Global
Mançanares descreve a praticidade da experiência: “Você abre o seu Home Broker, você consegue comprar um ETF naquele minuto.” Este acesso simplificado se estende a categorias de ativos que antes eram mais restritas. Por exemplo, investir em ouro pode ser feito através de um ETF de ouro; o HODL11 oferece acesso ao mercado de criptoativos como o Bitcoin; e o CHIP11 abre portas para o dinâmico setor de semicondutores. Essa democratização do acesso permitiu ao investidor reduzir as barreiras com o mercado global, diversificando seu portfólio e introduzindo uma nova geração de estratégias internacionais, mais equilibradas e com foco em proteção cambial e eficiência de custo e liquidez.
Alessandra Gontijo destaca que o investidor de varejo não apenas compreendeu essa lógica, mas agora demanda ativamente a inclusão desses produtos em suas carteiras de investimento. Essa forte adesão se manifesta em um dado significativo: 98% dos clientes de ETFs são pessoas físicas, que já representam aproximadamente 35% do volume total de custódia na gestora. O brasileiro tem adotado os ETFs como um catalisador fundamental para modernizar sua composição de investimentos.

Imagem: infomoney.com.br
Diante de um cenário com taxas de juros variáveis, uma globalização crescente dos portfólios e o avanço das megatendências tecnológicas, os ETFs têm se mostrado uma forma eficaz de capturar a dinâmica do capital do investidor brasileiro. O LFTB11, por exemplo, destaca-se por sua eficiência, alcançando rendimentos de 104% a 105% do CDI no ano e acumulando R$ 1,5 bilhão em custódia. A busca por diversificação internacional também é atendida por produtos como o WRLD11, que reúne milhares de empresas em diversos países, resultando em um rendimento de cerca de 45% no ano passado.
Além disso, o apetite por megatendências globais como inteligência artificial, semicondutores e transição energética está crescendo no radar dos investidores. O CHIP11 tem demonstrado alta procura, e o NUCL11, focado em energia nuclear modular e tecnologias ligadas à transição energética, tem se posicionado consistentemente entre os ETFs de melhor performance na B3. Este último reflete a demanda por fontes de energia mais limpas e eficientes, consolidando-se como um destaque entre os fundos de índice temáticos.
A Importância da Educação Financeira para o Crescimento
Para sustentar esse ritmo de crescimento, a estrutura de suporte e educação do investidor é primordial. Gontijo enfatiza que o trabalho educacional é tão importante quanto o desenvolvimento e o lançamento de novos produtos. Uma base educacional sólida, com uma estrutura bem pavimentada, é crucial para o crescimento sustentável. A gestora Investo se dedica a formar distribuidores, criar simuladores interativos e produzir conteúdo acessível, além de estreitar o relacionamento com o ambiente universitário e eventos do mercado financeiro. Mançanares acrescenta que essa atuação deve atingir todos os elos da cadeia de investimentos, pois a responsabilidade pela educação em ETFs recai principalmente sobre as próprias gestoras.
O objetivo é disseminar conhecimento para sustentar o crescimento de longo prazo, construindo uma base de investidores conscientes, capazes de entender os produtos, avaliar os riscos inerentes e tomar decisões de investimento de forma mais informada. Assim, a educação contínua garante não apenas a expansão, mas a consolidação robusta do mercado de ETFs no Brasil. Mançanares projeta que o mercado de ETFs no Brasil, que atualmente movimenta cerca de R$ 60 bilhões, tem um potencial de crescimento de dez vezes, podendo atingir R$ 500 bilhões a R$ 600 bilhões em custódia nos próximos três a cinco anos, em um cenário mais otimista, tomando como referência a penetração dos fundos de índice nos Estados Unidos, onde já representam aproximadamente 30% da indústria de fundos.
O avanço dos fundos de índice vai além de um produto financeiro, refletindo uma evolução no comportamento do investidor brasileiro. O mercado tornou-se mais sofisticado, os custos foram comparados e otimizados, o acesso se democratizou e as decisões de alocação se tornaram mais conscientes. Nesse contexto, Mançanares formula o novo mantra da alocação no país: “ETF é o caminho para uma alocação inteligente, simplificada, de baixo custo, com transparência e com liquidez”, resume.
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Os ETFs se consolidam como uma tendência irreversível no mercado de capitais do Brasil, proporcionando aos investidores uma alternativa eficiente e acessível para construir portfólios mais robustos e globalizados. Para aprofundar seu conhecimento sobre o mercado financeiro e estratégias de investimento, continue acompanhando nossa editoria de Economia.
Crédito da imagem: Evolução de Investidores em ETFs na B3. Fonte: Investo