A nação insular de Taiwan, por meio de seu presidente Lai Ching-te, reiterou a recusa veemente do modelo de “um país, dois sistemas” da China, defendendo a imperatividade de preservar sua liberdade, democracia e a inabalável determinação de autodefesa. A declaração, proferida nesta sexta-feira, refuta a mais recente iniciativa de Pequim de integrar a ilha sob sua governança, com termos de autonomia limitados.
Recentemente, a República Popular da China manifestou publicamente a inadiabilidade de “definitivamente não” excluir o uso da força contra Taiwan, intensificando a retórica em comparação a reportagens anteriores da mídia estatal que prometiam uma administração benévola, caso Taipei aceitasse a proposta de autonomia aplicada em Hong Kong e Macau. Este endurecimento na comunicação sinaliza um crescente clima de tensão na região.
Taiwan Rejeita Modelo “Um País, Dois Sistemas” da China
Durante uma inspeção em uma base militar localizada em Hukou, no norte de Taiwan, o presidente Lai Ching-te, classificado por Pequim como “separatista”, dirigiu-se aos soldados, enfatizando que apenas o poderio militar pode assegurar uma verdadeira paz e estabilidade. Segundo o mandatário taiwanês, ceder às imposições de um agressor e abdicar da soberania nacional jamais conduziria à paz genuína. Portanto, Lai destacou que Taiwan precisa manter sua postura com dignidade e firmeza, repudiando a anexação, as agressões e qualquer tentativa de unificação forçada. Ele reforçou a rejeição ao arranjo de “um país, dois sistemas”, asseverando que Taiwan manterá seu sistema constitucional livre e democrático.
O Escritório de Assuntos de Taiwan da China não respondeu prontamente às solicitações de comentários sobre as declarações do presidente Lai. É importante notar que, no cenário político taiwanês, nenhum dos principais partidos apoia a proposta chinesa. O consenso político na ilha reflete a ampla oposição da população à integração sob tais termos. O presidente Lai reafirmou ainda que a República da China – nome oficial de Taiwan – e a República Popular da China “não são subordinadas uma à outra”, sublinhando que a soberania de Taiwan é inquestionável, não podendo ser violada ou anexada, e que seu futuro será decidido exclusivamente pelo povo taiwanês. Esta postura ressalta o princípio da autodeterminação defendido por Taipei.
O líder taiwanês também sublinhou que a defesa intransigente da soberania, bem como do modo de vida democrático e livre dos cidadãos taiwaneses, não deve ser interpretada como um ato de provocação. Pelo contrário, investir substancialmente em defesa nacional equivale a investir na promoção e manutenção da paz regional e global. Em um claro compromisso com a segurança da ilha, o presidente Lai prometeu elevar os investimentos militares para um patamar de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) até o ano de 2030, fortalecendo significativamente as capacidades defensivas da nação frente à escalada das ameaças proferidas pela China. Esse aumento orçamentário reflete uma estratégia proativa para garantir a dissuasão.
A visita de Lai à base militar de Hukou coincidiu com a cerimônia de incorporação oficial do primeiro batalhão de tanques M1A2T Abrams de Taiwan. Esses veículos de combate de ponta são fabricados pela General Dynamics Land Systems, uma divisão da renomada empresa norte-americana General Dynamics. Até a presente data, Taiwan recebeu 80 dos 108 tanques encomendados aos Estados Unidos, seu principal aliado internacional e o maior fornecedor de armas, apesar da ausência de laços diplomáticos formais entre as duas nações.

Imagem: An Rong Xu via valor.globo.com
Os tanques M1A2T Abrams representam um avanço tecnológico crucial para as forças armadas taiwanesas, sendo projetados com a capacidade de disparar projéteis antitanque de alto poder explosivo e munições de energia cinética, incluindo os eficientes perfurantes estabilizados por aletas. Essa capacidade bélica avançada fortalece significativamente o arsenal de defesa de Taiwan, tornando-o mais robusto contra possíveis ameaças. Apesar da legislação dos Estados Unidos obrigar o país a fornecer os meios necessários para a autodefesa de Taiwan, é digno de nota que o presidente americano Donald Trump não aprovou novas vendas de armas desde que assumiu o cargo no início deste ano.
Paralelamente a estes acontecimentos no Leste Asiático, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, participou de uma reunião com o ministro da Defesa da China, Dong Jun, que ocorreu em Kuala Lumpur nesta mesma sexta-feira. Durante o encontro bilateral, Hegseth transmitiu as preocupações expressas pelos Estados Unidos em relação às crescentes atividades militares chinesas não apenas nas proximidades de Taiwan, mas também no Mar do Sul da China, uma região estratégica e disputada que é foco de diversas tensões geopolíticas.
Para um aprofundamento sobre a complexa política regional, recomendamos a leitura de análises detalhadas a respeito da evolução do conceito de modelo de “um país, dois sistemas” da China e suas implicações históricas e atuais para Taiwan.
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A determinação de Taiwan em defender sua soberania e valores democráticos, conforme expresso pelo presidente Lai Ching-te, reitera a posição irredutível da ilha frente às pressões chinesas. Aumentos nos investimentos em defesa e a aquisição de equipamentos militares modernos, aliados ao posicionamento político interno, refletem a seriedade com que Taipei encara sua segurança nacional. Continue explorando a categoria Política Internacional em nosso blog para se manter atualizado sobre os desdobramentos geopolíticos globais e entender as relações de poder que moldam o cenário mundial.



 
						